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Quando Pikachu Fez 700 Crianças Ir ao Hospital – O Caso Real!

Quando Pikachu Fez 700 Crianças Ir ao Hospital – O Caso Real!

Imagine você sentado no sofá da sala, naquele finalzinho de tarde, curtindo um episódio do seu anime favorito. De repente, uma explosão de luzes piscantes invade a tela. No começo, parece só mais um efeito visual exagerado, mas… espera aí. Algo não está certo. A cabeça começa a girar, a visão fica embaçada, e, antes que você perceba, tudo ao redor desmorona. Não, isso não é parte do enredo. Isso aconteceu de verdade com centenas de crianças japonesas em 1997, durante um episódio do icônico anime Pokémon .

Se você já ouviu falar do famoso “Pokémon Shock”, este artigo vai te levar além das manchetes sensacionalistas. Vamos mergulhar fundo nesse evento bizarro, explorando suas causas, consequências e até algumas curiosidades que provavelmente você nunca soube. Preparado? Então vamos lá!

Do Inofensivo ao Caos: O Que Realmente Aconteceu?

Pokedesenho personagem

Era 16 de dezembro de 1997, uma terça-feira como outra qualquer no Japão. Às 18h30, horário nobre para os fãs de animes, milhões de crianças estavam vidradas na TV Tóquio para acompanhar o episódio 38 de Pokémon , intitulado "Denno Senshi Porygon" (ou, em português, “Porygon, o Soldado Elétrico” ). Até aí, tudo bem, certo? Mas algo inesperado estava prestes a acontecer.

Cerca de 20 minutos após o início do episódio, Pikachu – o queridinho do público – enfrentava uma situação tensa. Ele usava seu ataque Thunderbolt (Choque do Trovão ) para destruir mísseis virtuais lançados contra ele. O resultado? Uma sequência de flashes intensos em vermelho e azul, piscando rapidamente por cerca de quatro segundos. Para a maioria das pessoas, foi apenas um momento visualmente impactante. Contudo, para centenas de crianças, aquilo foi muito mais do que isso.

Logo após as luzes piscarem, relatos começaram a chegar às emissoras e hospitais. Mães desesperadas ligavam dizendo que seus filhos estavam passando mal. As descrições eram assustadoramente semelhantes: convulsões, espasmos musculares, enxaquecas, náuseas, tonturas e até cegueira temporária. Em poucas horas, mais de 685 crianças foram levadas ao hospital . Algumas delas desmaiaram na frente da TV; outras sofreram ataques epilépticos severos.

O caso ficou conhecido como o "Pokémon Shock" , um termo que ganhou notoriedade mundial. Apesar de muitas vítimas terem se recuperado rapidamente, outras apresentaram sintomas persistentes. E, ironicamente, o incidente revelou algo perturbador: cerca de 5% da população japonesa tem predisposição à epilepsia fotossensível , um distúrbio que pode ser desencadeado por estímulos visuais específicos – como luzes piscantes rápidas.

O Episódio Proibido: Por Dentro do "Denno Senshi Porygon"

Pokedesenho poke

Mas afinal, qual era a história por trás do episódio 38? Bem, diferente dos enredos simples e aventurosos habituais de Pokémon, esse episódio tinha uma proposta mais tecnológica e conceitual. Ash, Misty, Brock e Pikachu descobrem que o sistema usado para transferir Pokémons entre Centros Pokémon está com problemas graças à Equipe Rocket, que roubou um protótipo do Porygon , um Pokémon digital capaz de existir no ciberespaço.

A missão do grupo? Entrar no mundo virtual do computador para impedir que a Equipe Rocket roube Pokémons usando o Porygon. Parece divertido, né? Mas aqui entra um detalhe curioso: no final do episódio, há uma cena surreal onde Pikachu aparece tendo uma visão de um televisor deitado em uma cama de hospital, sendo atacado por um demônio. Coincidência ou prenúncio do que estava por vir? Você decide.

A combinação de temas futuristas, experimentação visual e o uso de técnicas agressivas de animação acabou criando um coquetel perigoso. E aqueles flashes de luz? Eles faziam parte de uma técnica chamada “paka-paka” , comum em animes japoneses. Só que, desta vez, ela foi longe demais.

Consequências Globais e Mudanças na Indústria

Pokedesenho misseis

O incidente não só abalou o Japão como também repercutiu internacionalmente. Revistas e jornais do mundo inteiro publicaram reportagens sobre o ocorrido, muitas vezes de forma sensacionalista. Nos Estados Unidos, por exemplo, surgiram críticas à indústria de anime, com alguns especialistas alegando que programas como Pokémon eram potencialmente perigosos para crianças ocidentais.

No Japão, as repercussões foram ainda mais profundas:

  • TV Tóquio pediu desculpas publicamente e suspendeu a exibição do anime por quatro meses.
  • Nintendo viu suas ações despencarem na Bolsa de Valores de Tóquio, mesmo tentando se desvincular do ocorrido.
  • Locadoras e lojas retiraram produtos relacionados ao anime das prateleiras.
  • Novas diretrizes foram implementadas para evitar que algo assim voltasse a acontecer. Entre elas:
    • Luzes piscantes não poderiam piscar mais rápido do que três vezes por segundo (ou cinco, se não contivessem a cor vermelha).
    • Efeitos visuais como listras, giros e círculos concêntricos deveriam ocupar menos espaço na tela.

Quando Pokémon retornou ao ar em abril de 1998, o formato mudou completamente. A abertura foi refeita, cenas com efeitos luminosos foram editadas e até o segmento “Who’s That Pokémon?” perdeu seus flashes brilhantes. Além disso, o infame episódio 38 jamais foi exibido novamente – nem mesmo em versões editadas.