CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Embrião chinês é um híbrido de homem e coelho

coelho 215/08/2003 - Biólogos na China reprogramaram células humanas ao fundi-las com óvulos de coelho previamente preparados e desprovidos de seu material genético original. A partir dos embriões assim fabricados, obtiveram células-tronco, que têm o potencial para se converter em qualquer tipo de tecido. Uma técnica polêmica desenvolvida por chineses produziu embriões humanos através da fusão de células comuns com óvulos de coelhos esvaziados do material genético. De acordo com a revista Pesquisa Celular, apoiada pela Academia de Ciências da China, pesquisadores da Segunda Universidade Médica de Xangai disseram que conseguiram reprogramar ou "atrasar o relógio" de células adultas humanas, fundindo-as aos óvulos de coelhos.

A pesquisa original será publicada na revista científica "Cell Research" (www.cell-research.com), ligada à Academia Chinesa de Ciências, e recebeu destaque ontem na seção noticiosa da publicação britânica "Nature" (www.nature.com).Com isso, elas passaram a se comportar como óvulos recém-fertilizados. Dos embriões resultantes da experiência, os cientistas conseguiram extrair com sucesso células-tronco capazes de dar origem a várias outras,

Os pesquisadores, liderados por Huizhen Sheng, da Segunda Universidade Médica de Xangai, dizem acreditar que as células obtidas poderiam dar aos cientistas da área uma alternativa às linhagens criadas com embriões humanos, que levantam uma série de questões éticas e legais. Em muitos países, sua utilização é restrita. Apenas o Reino Unido tem uma legislação flexível para essas pesquisas.

A pesquisadora Huizhen Sheng, que chefiou o estudo, disse que foram reprogramadas com sucesso células da pele de um menino de 5 anos, dois homens de 42 e 52 anos e de uma mulher de 60 anos. As células-tronco resultantes da pesquisa poderiam ser usadas na chamada medicina de reposição, reconstituindo tecidos e órgãos com problemas.

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De acordo com jornal O Globo, A produção de embriões humanos em série em laboratórios da China já havia parado nas manchetes em maio de 2002, algum tempo depois de a empresa americana Advanced Cell Technology ter assustado o mundo ao anunciar a produção de embriões humanos por clonagem.

Na ocasião, porém, o único detalhe revelado da técnica utilizada pelos cientistas chineses, é que em vez de retirar o núcleo de um óvulo para depois inserir nele o DNA de uma célula comum adulta, eles permitiam que o material genético das duas células convivesse por cerca de dez horas. Isso aproveitaria propriedades presentes em substâncias que se perdem quando o núcleo do óvulo é retirado. Os embriões produzidos na China vinham demonstrando durabilidade muito maior que os da ACT.

Apesar do potencial, muitos pesquisadores que viram o trabalho apontam que as células obtidas não apresentam a mesma flexibilidade das que vêm de embriões humanos, que em alguns casos têm a capacidade de se replicar indefinidamente em laboratório.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br
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