CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Candiru, o peixe-vampiro

can2Se você não é nativo dos arredores do rio Amazonas ou de seus afluentes, fique bem atento com esse tipo de peixe. Pertencente à família Trichomycteridae, o Candiru (Vandellia cirrhosa) mais conhecido como peixe-vampiro é um temido parasita que pode por em risco a saúde dos humanos. É um peixe de água doce que pertence ao grupo comumente chamado de peixe-gato. Com uma cor azulada e olhos diminutos, eles podem crescer até 18 centímetros – parecendo uma enguia - e serem quase invisíveis na água. Ao ser fisgado, o peixe secreta um muco, como se fosse um catarro, e para se livrar dele não é nada fácil.  Se enfiar a mão debaixo da torneira a água faz com esse muco se transforme em uma espécie de geléia transparente, semelhante à clara de ovo. O mais correto ...

para conte-lo é cuspir na própria mão, anulando o efeito multiplicador da gosma, e ai sim, lavá-la com água corrente.

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Quanto à sua alimentação, o Candiru faz jus ao seu apelido (peixe-vampiro). Eles nadam até as cavidades das brânquias dos peixes e lá se alojam, alimentando-se do sangue da vítima.Enquanto o peixe localiza seu hospedeiro seguindo naturalmente um fluxo da água, com cheiro ou temperaturas diferentes, urinar ao se banhar aumenta as chances de uma penetração involuntária desse predador.

O mais impressionante é o risco que eles oferecem ao ser humano. Sem saber que esses peixes são atraídos pelo fluxo da urina, os banhistas que fazem xixi nos rios da região correm um sério perigo, pois o Candiru pode nadar em sentido contrário e penetrar no ânus, na vagina ou na uretra do indivíduo. Ali ele se alimentará do sangue e tecido do agente hospedeiro e só poderá ser retirado com intervenção cirúrgica.

can3 se alimentando dentro de um peixe

Segundo especialistas, se houver alguma tentativa para retirá-lo da uretra, o Candiru abre os dois dentes (semelhantes a espinhos) que ficam lateralmente nos opérculos, embaixo da cabeça, rasgando o tecido. Entretanto, não há evidências de que um peixe possa sobreviver dentro de um humano.

As nativas da região descobriram um modo de retirar elas próprias o intruso. Segundo elas, é só permanecer relaxada até que o próprio peixe encontre um modo mais natural de sair. Outra suposta solução é uma cura tradicional que envolve o uso de dois métodos: o uso de uma planta chamada Xagua (Genipa americana) ou um certo tipo de maçã da região. Elas são inseridas (ou os seus extratos, no caso de espaços apertados) na área afetada e então agirão para matar e dissolver o peixe. No entanto, a infecção pode causar choque e morte nas vítimas, antes mesmo que o Candiru possa ser removido.

can4 urina atrai o predador

O biólogo Marcelo Francisco da Silva, da Universidade Estadual do Maranhão, diz o Candiru é típico da Bacia Amazônica e por isso sempre esteve presente no Rio Tocantins. Segundo ele, existem várias espécies. Todas são parasitas, mas apenas algumas se alimentam de sangue. De acordo com o biólogo não é preciso ter medo de tomar banho no rio, apenas tomar alguns cuidados para evitar se tornar a próxima vitima. “Se a pessoa está vestida com um biquíni ou uma parte de baixo mais apertada, o peixe não vai ter como entrar, ele não irá rasgar o tecido para entrar no canal. Na maioria dos casos em que acontecem a penetração, as pessoas acabam expondo o canal para urinar, o que gera uma porta de entrada para esse peixe”, explica o biólogo.

Fonte: http://canalazultv.ig.com.br/
          http://pt.wikipedia.org
          http://g1.globo.com/