CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Como funciona a Impressora 3D? - Parte 2

impressora_3d_11Na corrida pelos consumidores - Como você já percebeu, há uma enorme vantagem para todas as empresas ligadas à fabricação de equipamentos ou ainda para as grandes indústrias, mas a coisa não fica por aí: o processo está sendo utilizado por terceiras que visam colocar um produto rapidamente no mercado, ou ainda consumido sob demanda. Empresas como a Activision (responsável pelo enorme sucesso que é a franquia Guitar Hero) estão aderindo a esta onda, programando para o próximo lançamento que os jogadores possam criar seus avatares virtuais (personagens fictícios com características próprias) pelo videogame para depois encomendar versões deles em bonecos de plástico, com direito às mesmas roupas, acessórios e tudo mais.

As próprias guitarras e controles especiais para os aspirantes a astros do Rock já passam por testes nos modeladores do futuro.

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Outro exemplo já mais avançado é o da Bandai — a companhia japonesa de desenhos, brinquedos e jogos — que conta com uma série de impressoras 3D de larga escala para fabricar sua linha de bonecos Gundams, os quais são redistribuídos pelo mundo todo.

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O mais curioso é que os modelos vão desde os tamanhos próximos aos de uma pessoa aos minúsculos, menores que um centímetro, mas ainda assim capazes de reter boa parte de seus detalhes.


Adeus à interferência humana

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O clássico Matrix — dos irmãos Wachowski — nos defronta com uma realidade na qual as máquinas assumiram total controle e escravizaram os homens. Do ponto de vista da inteligência artificial, há ainda muito a ser estudado e desenvolvido para que nós possamos sequer chegar a um nível próximo ao mostrado nas telinhas, mas há outro aspecto da obra que está bem mais próximo.

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Com o avanço das impressoras 3D, elas já passam a ser quase auto-replicáveis, podendo produzir mais de 50% de suas próprias partes. É claro que componentes que envolvem circuitos e placas, além de peças metálicas, ainda não estão em questão, mas tudo é uma questão de tempo. E se elas são capazes de imprimir suas próprias partes, isso significa que muitos outros equipamentos receberão o mesmo tratamento em breve.


O futuro em sua casa

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A redução de preço para o equipamento foi realmente drástica desde a sua introdução, o que leva a crer em uma rápida popularização da tecnologia, a qual deve invadir também os lares pelo mundo inteiro. Em entrevista ao The New York Times, Bill Gross — da Idea Lab — já afirmou que esta faixa de preço deve baixar para menos de mil dólares até 2011. E, assim como para a indústria especializada, as vantagens para os consumidores finais seriam enormes.

Imagine, por exemplo, que seu filho quer um boneco de um desenho qualquer. Hoje você teria que correr até uma loja para comprar, pagando muitas vezes mais pela licença do que pelo próprio material. Em um futuro que não parece estar distante, tudo o que você teria que fazer seria baixar um modelo direto do site da fabricante e imprimi-lo, sem taxas e custos de empacotamento. O brinquedo sairia pronto.

Para o problema da queda de celulares também poderia ser impressa uma nova cobertura externa, assim você não precisaria ficar esquentando a cabeça com capas de silicone ou ainda as “meias protetoras”.

Não há necessidade também de conhecimento técnico, mesmo na atual forma da tecnologia. O usuário precisa apenas seguir as instruções da colocação dos cartuchos ou do material, abrir um programa compatível (os arquivos mais frequentes têm sido os em formato CAD) e mandar para a impressora, exatamente como é feito para imagens e texto.


Acolhendo as diferenças

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Nós falamos de brinquedos, equipamentos e muitas outras bugigangas, mas as impressoras 3D também terão um importante papel no desenvolvimento de produtos para pessoas com necessidades especiais. Alguém com uma deformação no pé, por exemplo, poderia ter uma palmilha e um calçado projetado, evitando desconfortos e dores causados pelas fôrmas padrão. Seria necessário apenas rodar o scanner para capturar a imagem já pronta do pé e projetar a superfície baseada nas novas medidas.

Já para os atletas de alto nível, estão em fase de pesquisa calçados e vestes protetoras que, ao invés de projetarem energia em direção ao solo, gerariam impulso ou energia em sentido contrário, garantindo mais embalo e velocidade ou uma resistência maior contra impactos.


Quem oferece os equipamentos


Acredite, são inúmeras companhias ao redor do globo, cada uma utilizando seus próprios métodos para a fabricação tanto da tecnologia quanto da impressora. Abaixo listaremos algumas das opções, seguidas dos respectivos modelos e — quando possível — o processo de aplicação dos polímeros.

Objet

A empresa é uma das mais versáteis do mercado, ofertando produtos para praticamente todas as necessidades com três linhas distintas. São elas: Alaris, Eden e Connex. A primeira é a mais compacta de todas (o primeiro modelo que clama ser Desktop), possuindo compatibilidade com processos de fabricação por gel (descrito acima) por meio da tecnologia PolyJet Matrix.

A linha Eden, por sua vez, conta com inúmeros produtos, voltados especificamente para a produção rápida de itens e equipamentos de precisão, bem como prototipagem rápida. Finalizando a linha deste fabricante, temos a série de ponta, Connex.

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Unique

Apesar do espectro multicolorido que fica por trás das imagens dos produtos, a empresa é séria quando o assunto é impressão tridimensional, colocando praticamente um computador inteiro dentro de cada item para que os projetos possam ser salvos e gerenciados em apenas alguns instantes.

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Sua linha de produtos tem tamanho variável para acomodar as diferentes necessidades de seus consumidores, e pode também imprimir todo tipo de aparato. O diferencial principal é a secagem rápida do material uma vez fora da câmara de impressão.

Dimension

A companhia carrega em seu slogan a mensagem de que é a número um, tendo como foco principal soluções empresariais e comerciais de médio a grande porte. São quatro modelos básicos, sendo oferecido ao usuário um sistema de questionário para que ele verifique qual é a melhor solução. A saída delas é de alta precisão, portanto voltada a engenheiros e projetos de peças (até mesmo porque o custo é proibitivo, girando em torno de quinze mil a trinta mil dólares).

Desktop Factory

É atualmente uma das companhias com oferta mais barata do mercado: seu modelo de impressora custa cinco mil dólares. Para a construção dos objetos é aplicada tecnologia de camadas, tendo como resultado final objetos fortes e duradouros  que podem ser aquecidos, pintados ou lixados, mas que não necessitam de reforço posterior.

Fabjectory

Diferentemente de todas as concorrentes listadas até agora, a Fabjectory não é uma companhia especializada na produção de impressoras tridimensionais, mas sim um serviço que visa transformar objetos virtuais (a exemplo dos Miis, do Nintendo Wii, ou dos personagens de Second Life) em bonecos e brinquedos.

PARTE 3