CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Dispositivo de camuflagem de Star Trek pode tornar-se real

camuflagem_cristal01/02/20011 - Cientistas estão um passo mais perto de criar um dispositivo de camuflagem no estilo Star Trek depois de fazer um objeto visível a olho nu desaparecer pela primeira vez.No passado, os pesquisadores apenas foram capazes de "camuflar" objetos microscópicos utilizando um extremamente complicado processo físico e somente nos chamados meta-materiais feitos em pequena escala.Mas um novo estudo da Universidade de Birmingham deu um passo enorme para a frente, tornando um clipe de papel invisível - um objeto milhares de vezes maior do que nas experiências anteriores. A pesquisa funciona usando cristais naturais de calcita, que tem uma extraordinária capacidade de flexão da luz. Ao colocar os cristais sobre um objeto ele "salta" a luz ao seu redor tornando-o totalmente invisível a olho nu.Dr Shuang Zhang, um físico e pesquisador principal da Universidade ...

de Birmingham, disse: "Este é um enorme passo a frente em que, pela primeira vez, a área de camuflagem é processada em um tamanho grande o suficiente para que o observador "veja" o objeto tornar-se invisível a olho nu. Ao usar cristais naturais, pela primeira vez, em vez de meta-materiais artificiais, temos sido capazes de ampliar o tamanho da capa que pode esconder objetos maiores, milhares de vezes maiores que o comprimento de onda da luz."

A nova técnica é limitada apenas pelo tamanho dos cristais formados naturalmente, cristais de calcita precisam ter até 6,5 metros de comprimento para que possam ser usados em um carro ou um veículo militar. Também pode ser possível a fabricação de cristais com qualidades semelhantes.

Dr. Zhang disse: "As camuflagens anteriores tem sucesso a nível micro - muito menor do que a espessura de um cabelo humano - usando um nano ou micro material artificial composto. É um processo muito lento para fazer essas estruturas e também restringir o tamanho da área de camuflagem. Acreditamos que por meio de calcita, podemos começar a desenvolver uma capa de camuflagem de tamanho significativo que irá abrir caminhos para futuras aplicações de dispositivos de camuflagem."

A pesquisa foi publicada na revista "Nature Comunicações".


A Camuflagem ou Invisibilidade

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Muito explorada pela ficção científica, a invisibilidade seria a capacidade que alguém ou algo teria de não ser visto nem detectado, pelo menos no espectro eletromagnético referente a luz visível e também por radares ou sondas inimigas. Nós vemos as coisas porque a luz é refletida por elas, no caso de algo ou alguém invisível, de alguma forma, não há reflexão da luz e, portanto, há invisibilidade.

São a absorção, reflexão e retração os fenômenos básicos que ocorrem na iluminação de um objeto é a partir deles que a luz deve ser desviada do objeto para torná-lo invisível. Normalmente são continuamente explorados literatura de ficção, cinema, quadrinhos e TV dois tipos principais de Invisibilidade, a Invisibilidade Físico-Química e a Invisibilidade Fotônica ou Eletromagnética.
 
A Invisibilidade Físico-Química ocorre quando são alteradas as propriedades das substâncias em sua estrutura física-orgânica de um indivíduo. Ou seja, devido a mudanças internas no corpo do indivíduo ele não refletiria a luz e se tornaria invisível. Este conceito aplica-se somente a seres vivos.

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A Invisibilidade Fotônica ou Eletromagnética é obtida normalmente através de um mecanismo ou dispositivo que geraria um campo energético que desvia ou refrata a luz de modo a tornar algo que estiver dentro deste campo invisível, seja uma pessoa ou uma Nave Estelar.
 
Este é o conceito de Invisibilidade das Naves Espaciais Camufladas em Jornada nas Estrelas, um vez que apresentam uma certa distorção à medida em que vão ficando mais e mais transparentes, o que poderia ser o resultado de um breve ajuste do dispositivo que gera o campo. Além disso afetam não apenas a luz, mas outras ondas eletromagnéticas, por isso são indetectáveis pelos sistemas de sondagem das outras naves.


A Camuflagem no Universo de Jornada Nas Estrelas

 

A serie Jornada nas Estrelas e seus spin offs, utilizam o mesmo conceito da Invisibilidade Fotônica ou Eletromagnética gerada por dispositivos, que surgiu num episódio com os romulanos. No episódio “O Equilíbrio do Terror” da primeira temporada da Série Clássica, uma nave de guerra romulana, com tecnologia de camuflagem, ataca postos da Federação para testar as defesas federadas. Seu dispositivo de camuflagem consumia muita energia não possibilitando a utilização dos motores de dobra e dos escudos quando camuflados e além disso tinham que se tornar visíveis para atirar.
 
O Cap. Kirk a bordo da USS Enterprise teve que enfrentar esta nave e vencê-la. Descobrimos que a Federação considerava a “Tecnologia de Camuflagem”, apenas teoricamente possível, apesar de já terem visto seu funcionamento no episódio " Campo MInado" da Série Enterprise, quando a nave NX-01 entra em um Campo Minado Romulano com minas invisíveis.

Na terceira temporada da serie clássica, os romulanos reaparecem no episodio “O Incidente Enterprise”, onde o Cap. Kirk e Spock tentam roubar tecnologia de camuflagem romulana, a pedido da Inteligência da Frota Estelar.
 
Também vemos neste episódio naves romulanas com design klingon, isto levou os fãs a teriozar que no século 23, ocorreu uma curta aliança entre os klingons e os romulanos, onde eles teriam trocado diversas tecnologias, inclusive a camuflagem.
 
No filme Jornada nas Estrelas 3 – “A Procura de Spock”, vemos pela primeira vez, a ave de rapina klingon, que depois foi muito utilizada nos outros filmes e spin offs das demais séries. O Cap. Kirk no filme reconhece a nave, demonstrando que ela não era um modelo desconhecido para a Federação, embora não tivesse aparecido em nenhum episódio da serie clássica, nem nos dois primeiros filmes.

Em Jornada nas Estrelas 6 – “A Terra Desconhecida”, surge para espanto do Cap. Kirk e sua tripulação, um protótipo de uma Ave de Rapina Klingon que conseguia disparar mesmo camuflada. Isto a faz uma arma ainda mais mortal, que as demais que continuavam a precisar desligar a camuflagem para atacar, porém a tripulação da USS Enterprise-A improvisaram um método de detecção e destruíram o protótipo.
 
No episodio “A Zona Neutra” da Série Nova Geração, o Cap. Picard e sua tripulação tem que lidar pela primeira vez com os romulanos e suas novas Aves de Guerra camufladas da classe D'deridex, em meio ao desaparecimento de bases de ambos os lados (é considerado que os Borgs foram os responsáveis pelos ataques).
 
Talvez o exemplo mais impressionante de tecnologia de camuflagem foi observado em 2364, quando o planeta supostamente místico de Aldea foi descoberto pela USS Enterprise-D. O planeta tinha sido escondido durante séculos atrás por um complicado mecanismo de refração da luz que contornava o planeta de maneira semelhante ao dispositivo de camuflagem Romulano.

O excelente episódio “O Desertor”, do terceiro ano da Série  Nova Geração, mostra o terrível comandante romulano Tomalak, usando uma armadilha com uma sonda invisível não detectada pela Federação, para tentar capturar à USS Enterprise-D, e ao mesmo tempo descobrir se um alto oficial romulano trairia sua pátria.
 
No episódio duplo “Redenção”, da quarta para à quinta temporada da Série Nova Geração, vemos uma nova classe se naves klingons de guerra, com tecnologia camuflada. A classe Vorshok, que fez depois muitas aparições na Serie Deep Space 9, mas até o momento não apareceu nos filmes produzidos. Neste episódio o Eng. La Forge descobre como detectar as naves romulanas camufladas com uma imensa rede de Tachions produzida por várias naves.

Em 2369 a Federação ganhou uma experiência significante dentro de uma Ave de Guerra quando a oficial Deanna Troi ficou disfarçada por pouco tempo como uma Romulana. Ela confirmou que a nave quando camuflada deve manter uma cuidadosa regulagem sobre suas próprias missões eletromagnéticas, e que devem ser equilibradas as emissões radioativas dos motores de dobra por meio do núcleo de nullifier. Até mesmo um pequeno desequilíbrio em um destes núcleos cria uma perturbação magnética polarizada sempre que a nave camuflada está em movimento, algo que pode ser detectado por uma nave da Federação. ("A Face do Inimigo" TNG)
 
No episódio “Pegasus” (2370), descobrimos que em 2311, a Federação fez um tratado de paz, o tratado de Algeron com os romulanos, onde a Federação se comprometiam à não desenvolver tecnologia de camuflagem. O almirante Pressman, doze anos atrás, quando era o capitão da USS Pegasus, uma nave da classe Oberth, desobedeceu o tratado, fazendo um experimento de Camuflagem de Fase, que acabou em tragédia.
 
A Camuflagem de Fase era um método experimental de camuflagem de nave estelares que não só faria a nave invisível aos olhes e sensores, mas também alteraria a estrutura atômica da nave "a tirando de fase" para permitir que ela atravessaria qualquer material. As vantagens de uma Camuflagem de Fase seriam imensuráveis, mas seu desenvolvimento foi proibido expressamente pelo Tratado de Algeron. Embora a  Camuflagem de Fase provou ser funcional permitindo a fuga da USS Enterprise-D de uma situação perigosa, foi proibido seu uso adicional.

Os romulanos e Klingons também testaram este tipo de dispositivo de Camuflagem de Fase. Os Klingons abandonaram as pesquisas após diversos acidentes pro volta de 2360. Porém os romulanos continuam seus experimentos até o incidente do episódio "A Próxima Fase" da Série Nova Geração, quando a USS Enterprise NCC-1701-D respondeu a um pedido de socorro de uma nave romulana que fazia secretamente estudos com essa tecnologia. Durante os procedimentos de socorro a Enterprise foi contaminada com partículas de chronitons, e um mau funcionamento no tele-transporte causou a Camuflagem por faseamento do Eng. La Forge e a Alferes Ro. Ao conseguir trazer de volta os companheiros desaparecidos o Ten. Com. Data descobre como identificar e eliminar a camuflagem por fase. Este fato desestimulou os romulanos a continuarem suas pesquisas neste campo.
 
Em “All Good Things”, da ultima temporada de TNG vemos que em uma das realidades alternativas, a nave USS Enterprise-D 25 anos no futuro,  tendo como seu capitão Riker, e possuindo a tecnologia de camuflagem. Nesta realidade alternativa, a Federação e klingons são novamente inimigos.
 
A tecnologia de camuflagem foi se difundido bastante que até mesmo entre os cidadãos e comerciantes privados, entretanto normalmente tais dispositivos eram inferiores aos modelos militares. Em 2370 Quark pôde obter um dispositivo de camuflagem portátil funcional para uma pequena nave de transporte, algo que era altamente ilegal no espaço Bajoriano. Embora o dispositivo não estivesse em perfeitas condições, Natima Lang pôde utilizá-lo para escapar da Estação DS9 e ainda escapando dos sensores Cardassianos.

A reação da federação veio através da nave estelar USS Defiant, uma nave projetada a principio para deter a ameaça Borg, que graças à um tratado de cooperação com os romulanos, possui um dispositivo de camuflagem. Os romulanos cederam o dispositivo em troca de informações sobre o Dominion. De acordo com o tratado de cooperação a USS Defiant, só poderia usar a camuflagem quando estivesse no quadrante Gama, fato esse muitas vezes ignorado pelo Cap. Sisko e sua tripulação.
 
Na duologia “Causa Improvável” e “O Dado é Lançado” da Série DS9, o Tal Shiar romulano cede a tecnologia de camuflagem a Ordem Obsidiana dos cardassianos, e dessa forma com naves camufladas, estas duas organizações tentam eliminar os Fundadores, que são os chefes do Dominion. Apesar do esforço de ambas as agências, eles caem numa armadilha mortal e as duas frotas são destruídas.

Outro detalhe a ser ressaltado é que os soldados Jem-Hadares foram modificados geneticamente pelos fundadores, e possuem a Invisibilidade Físico-Química podendo se disfarçarem e atacar de surpresa os inimigos em terra.
 
Curiosamente os Borgs, são uma espécie aparentemente mais antiga, que os Fundadores do Dominion, mas eles não utilizam essa tecnologia. Considerando o poder bélico dos Borgs, eles nem consideram a invisibilidade como tática de ataque, visto que se consideram invencíveis.
 
Na serie “Voyager”, somente alguns “aliens da semana” andaram aparecendo com esta tecnologia. Nenhuma espécie marcante ou importante do Quadrante Delta apresentou essa tecnologia.
 
Em 2379 é construída a nova nave de comando dos Romulanos, a Cimitarra. Uma nave de guerra excepcionalmente poderosa, a Cimitarra foi equipada com a nova geração de dispositivos de camuflagem que a fez completamente invisível para os poderosos sensores da USS Enterprise-E. A Cimitarra era capaz de atirar e manter seus escudos mesmo que camuflada. A camuflagem ainda permaneceu ativa mesmo depois de efetivos golpes múltiplos dos phasers, dos torpedos fotônicos, dos torpedos quânticos e dos próprios disruptores romulanos das demais naves. Isto indicou que o equilíbrio da nova tecnologia era um ponto favorável para os dispositivos de camuflagem romulanos, pelo menos até o presente. Este fato, pode sem duvida, inspirar a Federação e a Frota Estelar a começar a trabalhar em uma nova geração de naves ou sistemas de sensores mais sofisticados.

Até o presente momento os dispositivos de camuflagem de Jornada nas Estrelas seguiam um rumo lógico com sendo uma tecnologia Romulana. Porém os produtores e roteiristas da Série Enterprise começaram a bagunçar tudo. Logo no piloto da serie “Enterprise”, o episódio “Broken Bow”, já joga para o limbo as referências anteriores sobre camuflagem, pois os Sulibans mostram que possuem essa tecnologia sendo analisada diversas vezes pela tripulação da Enterprise NX-01, mas no século 23, a Federação a considerava apenas teoricamente possível.
 
No episódio “Inesperado”, surge mais um povo com esta tecnologia, além disso temos que aturar ali uma gravidez ridícula do Engenheiro Chefe, que até os klingons debocham.
 
Como se não basta-se, Daniels, o atrapalhado defensor da linha do tempo, ainda mostra para o capitão Archer, esquemas de naves do futuro, inclusive de naves klingons. Isso ocorre no fraco episódio “Frente Fria”, entre outros absurdos.
 
Em "Onda de Choque" parte 1, Daniels coloca na Enterprise NX-01, tecnologia que permite ver as naves Sulibans camufladas, mas cem anos depois a USS Enterprise NCC 1701, do Cap. Kirk não conseguia ver naves camufladas. Onde foi parar esta tecnologia fornecida por Daniels?
 
 Este é o tipo de pergunta que não deveria existir, mas existe por causa dos muitos erros de continuidade cometidos na Série Enterprise. Como em “Campo MInado” da segunda temporada, onde surgem os romulanos com naves camufladas e minas camufladas.
 
No episódio “A Expansão”, a sonda Xindi que atacou à terra, demonstrou também ter algum tipo de invisibilidade.
 
Como se pode ver a camuflagem no universo de Jornada nas Estrelas, estava seguindo uma linha coerente, até que em “Enterprise”, eles jogaram o manual fora e cometeram muitos erros de continuidade nessa área, e em varias outras também.

Metamateriais poderão criar "manto da invisibilidade"

cimitarra

26/05/2006 - Embora a Cimitarra fosse uma nave essencialmente predadora - só carregasse combustível e armas - sua grande vantagem sobre a Enterprise era o sistema de camuflagem - um esquema por meio do qual as naves se tornam invisíveis. Até então, somente os Klingons haviam conseguido construir naves capazes de se tornar invisíveis. O longa-metragem Nêmesis, da série Jornada nas Estrelas, é o melhor cartão de visitas para uma nova teoria, desenvolvida por cientistas das universidades de Duke e Imperial College, ambas na Inglaterra. A depender da nova teoria, a Federação Unida dos Planetas não será pega de surpresa desta vez.

Invisibilidade metamaterial

smith

A equipe do Dr. David R.Smith desenvolveu as bases teóricas de um equipamento de invisibilidade. Quando desenvolvido, o equipamento de camuflagem poderá ter inúmeros usos. Em princípio, um aparelho assim poderá ser construído utilizando-se uma classe exótica de compósitos artificiais, conhecidos como metamateriais.

"A camuflagem funcionará como se você tivesse aberto um buraco no espaço," diz o Dr. Smith. "Toda a luz ou qualquer outra onda eletromagnética será capturada ao redor da área e guiada pelo metamaterial, emergindo do outro lado como se tivesse passado através de um volume vazio do espaço."

Ao contrário de um buraco negro, do qual nenhuma luz escapa, qualquer coisa feita com o metamaterial se tornará um "buraco branco", algo através do qual qualquer radiação - aí incluída a luz visível - atravessará incólume, sem reflexão. As ondas eletromagnéticas fluirão ao redor do objeto camuflado da mesma forma que as águas de um rio fluem ao redor de uma rocha no meio de seu leito.

Isso permitirá o uso da camuflagem para melhorar as telecomunicações, eliminando o efeito de obstruções que impedem a passagem dos sinais. Mas o princípio também é aplicável como um escudo protetor, impedindo a passagem de vibrações, sons e até de ondas sísmicas.

Metamateriais

Antes que isso se torne realidade, entretanto, o dispositivo terá que ser construído. O que os cientistas fizeram agora foi construir como que um projeto - uma teoria que afirma ser possível construí-lo. Os metamateriais, entretanto, já são uma realidade. Já noticiamos vários deles aqui (1, 2, 3).

A teoria agora publicada fornece a função matemática precisa descrevendo um metamaterial com propriedades estruturais que lhe permitem interagir com a radiação eletromagnética na forma que se desejar. Essa função poderá agora guiar os cientistas experimentalistas na fabricação de um metamaterial com essas características precisas.

Quando isto poderá ser feito? "Não é nada que não possa ser feito nos próximos 50 ou 100 anos," responde o Dr. Smith.


Fonte: The Telegraph
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