CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Quarto do Pânico - Parte 2

panico2Armas  - Se você construiu o quarto do pânico para proteger sua família contra furacões, encher o quarto de armas provavelmente não será uma prioridade. Mas se você acha que pode ter de defender seu estado contra terroristas armados, é provável que queira um arsenal. O spray de pimenta fica no fim da lista, e o céu é o limite para escolher o que fica no topo: Você pode deixar uma arma para cada membro da casa, por exemplo, ou instalar dispositivos de choque de alta voltagem debaixo do carpete, caso um intruso consiga entrar no quarto. Construção e custos do quarto do pânico - A maneira mais fácil e com maior custo-benefício de instalar um quarto do pânico é durante a construção de uma nova casa. Você pode trabalhar com um arquiteto especializado em instalações de segurança ou contratar uma empresa de segurança quando estiver fazendo o projeto da casa. É melhor contar sobre o quarto do pânico para o menor número possível de pessoas, então o projetista geralmente não avisa o empreiteiro.

Ele pode ser chamado de "quarto de máquinas" na planta e mais tarde você contrata uma equipe de segurança assim que os empreiteiros terminarem. É bom assinar contratos de confidencialidade com as empresas de arquitetura e de segurança para proteger o quarto secreto.

Em casas já construídas, banheiros, armários embutidos e porões para armazenagem de vinho são transformados em quartos do pânico. Uma empresa de segurança pode recomendar como reforçar um cômodo em particular, para que tenha fácil acesso para você, mas não para os intrusos. Algumas empresas também produzem quartos seguros em massa.

As grandes decisões dependem da finalidade do quarto do pânico. Se você se preocupa com a segurança contra intrusos, a maioria dos especialistas diz que o quarto precisa aguentar o tempo necessário para que a polícia chegue, geralmente de 30 minutos a duas horas. Para a proteção contra catástrofes relacionadas ao clima, a localização é o fator mais importante. O piso térreo ou o porão são os mais seguros contra tornados, mas os pisos mais altos oferecem uma proteção maior contra inundações. Os suprimentos e a estabilidade são essenciais.

Para segurança contra ataques nucleares ou biológicos, é necessária uma proteção a longo prazo. O manual de Preparação para Emergência do Departamento de Justiça dos Estados Unidos afirma que "89 m² de espaço por pessoa oferece ar suficiente para evitar o acúmulo de dióxido de carbono por até cinco horas" [fonte: Departamento de Justiça dos EUA]. Se quiser se esconder por ainda mais tempo, confira os abrigos de radiação: uma empresa alemã, a ABC Guard, afirma que criou um abrigo de radiação portátil que pode acomodar sete pessoas por até um mês.


Quarto do pânico 101


­Para criar um quarto do pânico simples, o especialista em segurança Chris E. McGoey recomenda:
escolher um quarto interno sem janelas ou um armário embutido grande;

substituir a ombreira de madeira por uma de aço;

instalar uma fechadura sem maçaneta e sem chave de classificação 1 (o American National Standards Institute testa todas as fechaduras com um arsenal de ferramentas e as classifica: a de classificação 1 é a melhor e mais resistente);

colocar estoques de itens de emergência no quarto, assim como um meio de pedir ajuda ou se defender


Custos do quarto do pânico


Os quartos do pânico são bastante caros, mas como na maioria dos casos são vendidos para as pessoas abastadas, isso não é uma surpresa. A construção de um quarto do pânico com tecnologia de ponta geralmente começa em US$ 50 mil e pode passar de US$ 500 mil, dependendo das comodidades.

Por outro lado, transformar um armário embutido ou um quarto extra em um quarto do pânico geralmente começa em torno de US$ 3 mil. Os reforços de madeira compensada para o armário custam em torno de US$ 2.500, e as portas eletrônicas à prova de balas têm um preço mínimo de US$ 22 mil. Adicione mais US$ 3 mil a US$ 10 mil se o quarto for desenvolvido por profissionais.

De acordo com um estimativa no site Bankrate.com, adicionar Kevlar à prova de balas, uma linha telefônica exclusiva, gerador reserva e entradas sem chaves em um quarto já construído pode custar entre US$ 40 mil e US$ 60 mil.


Popularidade do quarto do pânico


Os quartos do pânico geralmente são para executivos de alto nível, políticos e celebridades, embora as empresas os instalem para proteger executivos contra funcionários descontentes.

De acordo com algumas estimativas, quase toda mansão nova em Los Angeles tem um quarto do pânico, assim como muitas suítes executivas e casas em Manhattan (em inglês). Outros dizem que o quarto do pânico não passa de uma lenda urbana. O número exato de quartos é difícil de ser calculado porque seu objetivo é ser um esconderijo secreto. Na verdade, a maioria dos proprietários não mostra o quarto para um comprador até que o depósito de garantia tenha sido feito - ou eles destroem o quarto antes de vender a casa.

Desde 11 de setembro, mais famílias de classe média estão investindo em quartos do pânico. E vítimas de abuso estão cada vez mais usando os quartos em vez de abandonarem suas casas (veja o quadro ao lado).

FEMA está encorajando pessoas a compartilharem suas idéias para os quartos do pânico resistentes ao clima. Além disso, a agência - junto com algumas cidades e distritos escolares - está considerando o uso de quartos seguros em área propensas a furacões para proteger aparelhos de emergência e para armazenar documentos importantes.

Internacionalmente, a popularidade dos quartos do pânico aumentou. As embaixadas usam quartos seguros há no mínimo 25 anos para proteger oficiais do governo e documentos importantes durante ataques. Desde a década de 80, todas as embaixadas dos EUA têm um quarto do pânico com vidro à prova de balas. Em Israel, é uma exigência desde 1992 que todos os prédios e apartamentos novos incluam quartos à prova de balas e fogo. No México, onde sequestros com pedidos de resgate são comuns, muitas pessoas usam quartos seguros para substituir ou complementar o trabalho dos guarda-costas


Quartos do pânico para vítimas de violência


Autoridades britânicas estão construindo quartos do pânico como uma alternativa para a acomodação temporária oferecida às vítimas de violência doméstica. De acordo com o jornal Guardian, muitos conselhos locais estão oferecendo a instalação de fechaduras embutidas, sistemas de intercomunicação (em inglês) e janelas com grades. Isso é considerado uma medida para economizar custos - as acomodações temporárias são mais caras do que os reforços residenciais.

Alguns grupos de mulheres fazem objeções, dizendo que as vítimas de violência não deveriam ficar presas em suas próprias casas. Os defensores dos quartos seguros dizem que as vítimas preferem ficar em suas próprias casas em vez de serem forçadas a sair.


História dos quartos do pânico


Os quartos do pânico surgiram no Egito antigo. Quartos secretos eram construídos dentro de pirâmides antigas para proteger os tesouros de um faraó sepultado contra ladrões. No entanto, em termos de segurança para os vivos, a idéia do quarto do pânico começou em castelos. O "quarto do castelo", um quarto localizado na parte mais profunda do castelo, foi desenvolvido para que o senhor feudal pudesse se esconder durante um conflito.

Os "buracos para padres", outro precursor do quarto do pânico, eram construídos para esconder padres católicos durante o século 17, quando a perseguição aos católicos estava no auge na Inglaterra.

Nos Estados Unidos, podemos ver sinais de quartos do pânico na Underground Railroad, do século 18, quando quartos secretos escondiam escravos fugitivos. Na década de 20, os quartos escondidos armazenavam bebidas proibidas. Os quartos seguros para a proteção contra o clima tiveram suas origens nos porões contra tempestades - lembre-se da Dorothy no "Mágico de Oz".

Os recursos dos quartos do pânico modernos na maioria dos casos vieram de abrigos de radiação da década de 60, que foram criados por causa do medo de ataques nucleares. Os quartos do pânico residenciais e modernos começaram a aparecer na Costa Oeste há cerca de 25 anos.

Na verdade, os quartos do pânico estão se transformando em "centros" de segurança, que incluem uma seção ou andar reforçados em residências recém construídas.

­Enquanto alguns podem zombar desses quartos e achar que não passam de caprichos que acalmam o medo dos abastados e paranóicos, os quartos do pânico modernos estão ficando mais populares entre os que querem segurança depois do 11 de setembro, do Katrina e do Enron. Eles oferecem mais uma proteção para a comunidade.


Quarto do pânico: item de luxo no setor de segurança


10/08/2010 - Brasil conta atualmente com mais de 650 mil imóveis monitorados por sistemas eletrônicos de alarmes. As vendas no comércio de luxo tiveram alta de 30% no primeiro trimestre deste ano e a estimativa para 2010 é que o setor fature cerca de R$ 8,5 bilhões. Impulsionado pela venda de produtos de grife, o mercado também conta com a oferta de serviços de alto padrão. Dentre estes, está o setor de segurança eletrônica, que fechou o ano de 2009 com um crescimento de 7%, registrando um faturamento de aproximadamente US$ 1,5 bilhão, segundo estimativas da ABESE. O setor, que tem registrado uma média anual de crescimento de 13% no Brasil, conta atualmente com mais de 650 mil imóveis monitorados por sistemas eletrônicos de alarmes, o que corresponde a 10,5% de um total de 6,18 milhões imóveis com possibilidade de receberem sistemas de alarmes monitorados.

Um dos itens de segurança que vem ganhando espaço no mercado de luxo é o “quarto do pânico”, um cômodo da casa totalmente blindado, com câmeras que monitoram a área externa. O sistema de comunicação se dá por meio de um celular carregado disponível só para caso de emergência no ambiente de segurança, segundo Vinicius de Luca, diretor da VAULT, empresa especializada em Blindagem Arquitetônica e Sistemas Integrados de Segurança (Controle de Acesso, CFTV e Alarme). Nesse próprio celular é possível instalar um software especializado que possibilita o acesso às imagens das câmeras pelo próprio aparelho (desde que seja um iPhone), senão será necessário um laptop.

Além disso, a VAULT atua com sistemas integrados em IP para controle de acesso e monitoramento de CFTV e alarme, leitoras biométricas de reconhecimento facial, equipamentos blindados para monitoramento de grandes eventos, entre outras tecnologias inovadoras que permitem que o usuário monitore sua casa pelo iPhone, controle o sistema de segurança de sua casa à distância, entre outras possibilidades. Tudo isso por meio da automação de sistemas inteligentes de segurança e monitoramento que vem, cada vez mais, despertando o interesse de um público seleto. “O número de pessoas de alta renda que vem buscando estas soluções é impressionante, dada a necessidade de assegurar a proteção da família e do patrimônio”, confirma de Luca.

Arrastões impulsionam venda de "quarto do pânico"

13/11/2010 - Empresas do setor estimam crescimento que varia de 20% a 40% só este ano. Acrescente onda de arrastões a condomínios na capital paulista - só neste ano a polícia registrou 19 assaltos - impulsionou as venda dos chamados "quartos do pânico", cômodos residenciais com portas e janelas blindadas. Empresas do setor de blindagem arquitetônica estimam que, em relação ao ano passado, houve um crescimento de 20% a 40% na produção de quartos à prova de balas e arrombamentos. São Paulo é o Estado que lidera o consumo.

Os chamados “quartos do pânico” variam desde um cômodo com porta e janelas blindadas a um local protegido contra gases e bombas. Esse tipo de proteção é, contudo, raro no Brasil porque, segundo o gerente comercial da EMS, Helon Catalani, o objetivo da maioria dos brasileiros é se proteger de bandidos, e não de terroristas - como é o caso de outros países.

"O que se faz hoje em dia são células de segurança. Cerca de 95% das chamadas que recebemos são isso: blindagem das portas social e de serviço de apartamentos".

O diretor da Blindaço, Carlos Monte Serrat, conta que o reflexo nas vendas após um arrastão de grandes proporções é imediato. Em 25 de outubro, dia seguinte ao assalto a um prédio de luxo no bairro de Higienópolis, na região central de São Paulo, o telefone da empresa não parava de tocar. "Para nós, isso é nítido. Um dia depois de um evento como esse, que acaba tendo uma divulgação forte na mídia, todo mundo que mora perto do local do assalto nos procura".

O mesmo efeito também é sentido na EMS. Segundo Catalani, aumenta tanto a procura por orçamentos, quanto o número de negócios fechados depois que um arrastão a condomínio é noticiado.

O diretor da Blindaço conta que, além do aumento da violência, outro fator atraiu mais clientes – e mudou o perfil do consumidor – nos últimos anos: a queda no preço da blindagem. O que antes era um privilégio para banqueiros e diplomatas se transformou em algo acessível à classe média.
 

Parcelamento em dez vezes


Existem quatro níveis de blindagem permitidos para o uso residencial, que variam de acordo com a resistência à arma usada pelo criminoso. O mais simples aguenta tiros de pistola 9 mm. O mais reforçado é capaz de segurar balas disparadas por fuzil AL 7.62 (arma mais potente que uma AR 15). Segundo especialistas, São Paulo é disparado o Estado com mais quartos do pânico no Brasil. As regiões que mais adquirem a blindagem são Morumbi, Alphaville, Chácara Santo Antônio e interior.

Hoje, portas de serviço blindadas estão incluídas em projetos de novos prédios que são construídos na capital, conta Monte Serrat. Para aqueles que não compraram um apartamento já com o item incluído, é possível parcelar o produto em até dez vezes.

"Aumentou todo o consumo. A gente acabou adaptando o produto 'quarto do pânico' à necessidade do cliente. Antigamente, o custo era muito alto. Pelo fato de a necessidade ser muito grande, procuramos um produto mais barato. Nos últimos cinco anos, ao invés de aumentar, o preço diminuiu, em média, 20%".

O preço de um quarto do pânico – ou de uma célula de segurança, como alguns especialistas preferem chamar – varia de acordo com o tamanho do cômodo a ser protegido e com o nível da blindagem. Para blindar uma porta de apartamento, é preciso desembolsar entre R$ 3.500 e R$ 5.000. Se acrescentar uma janela, o preço pode sair em torno de R$ 10 mil. Quando o projeto envolve um quarto interior, incluindo as paredes, o custo é de aproximadamente R$ 100 mil.

 
Fonte: Departamento de justiça dos EUA
            http://casa.hsw.uol.com.br/quarto-do-panico.htm
           Crime Doctor
           Portal R7
           http://www.bemparana.com.br/