CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Como funcionam os polígrafos e como enganá-lo

poli topoPor Kevin BonsorAs pessoas contam mentiras pelos mais variados motivos. Na maioria das vezes, mentir é um mecanismo de defesa usado para evitar problemas com a família, com os patrões ou com as autoridades. Às vezes, você pode distinguir quando alguém está mentindo, mas na maioria das vezes, isso não é tão fácil. Polígrafos, mais conhecidos como detectores de mentira, são instrumentos que monitoram determinadas reações de uma pessoa. Eles medem alterações das batidas do coração, pressão arterial e respiração. E são essas mudanças fisiológicas que são analisadas pelos especialistas para detectar se ela está ou não mentindo.

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Instrumento de polígrafo analógico. A maioria dos polígrafos analógicos está sendo substituída por aparelhos digitais.

Você acha que pode enganar um polígrafo e o examinador? Neste artigo, você vai saber como um exame de polígrafo funciona, como esse instrumento monitora seus sinais vitais, além de aprender sobre a legalidade do teste de polígrafo. Um instrumento polígrafo é basicamente a combinação de aparelhos médicos usados para monitorar as mudanças que acontecem no corpo. Quando uma pessoa é questionada sobre um certo acontecimento ou incidente, o examinador procura ver como os batimentos cardíacos, a pressão arterial, a freqüência respiratória e a atividade eletrodérmica (suor dos dedos, nesse caso) de uma pessoa mudam em comparação aos níveis normais. As variações podem indicar que a pessoa está mentindo, mas os resultados do exame estão abertos à interpretação do examinador. Os exames do polígrafo são, na maioria das vezes, associados a investigações criminais.

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Reações fisiológicas registradas por um polígrafo

Os exames não são capazes de detectar especificamente se uma pessoa está mentindo, de acordo com o operador de polígrafo Bob Lee, ex-diretor executivo de operações no Axciton Systems (em inglês), um fabricante de polígrafos. Mas há certas respostas psico-fisiológicas que podem indicar, a um examinador de polígrafo, um comportamento considerado mentiroso.

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Atualmente, os exames de polígrafo são realizados com equipamentos como este

O polígrafo foi submetido a grandes mudanças na última década. Por muitos anos, os polígrafos analógicos foram muito utilizados (eram aqueles instrumentos que você vê nos filmes com algumas agulhas riscando linhas em uma fita de papel). Atualmente, a maioria dos testes é administrada com equipamento digital. A fita de papel foi substituída por algoritmos sofisticados e monitores de computador.

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Componentes de um polígrafo que monitoram as respostas fisiológicas

Quando você se senta em uma cadeira para um exame de polígrafo, vários tubos e cabos são conectados a seu corpo em lugares específicos a fim de monitorarem suas atividades fisiológicas. Supõe-se que o comportamento mentiroso engatilhe certas mudanças que podem ser detectadas por um polígrafo e um examinador treinado, chamado de psicofisiologista forense (FP). Esse examinador procura pela variação em certas atividades fisiológicas. Veja uma lista das atividades monitoradas pelo polígrafo e como isso acontece.

Freqüência respiratória - dois pneumógrafos, tubos de borracha cheios de ar, são colocados ao redor do peito e do abdômen da pessoa que vai se submeter ao teste. Quando os músculos peitorais e abdominais expandem, o ar dentro dos tubos é deslocado. No polígrafo analógico, o ar deslocado atua sobre um fole que contrai quando os tubos se expandem. Esse fole é anexado a um braço mecânico, que, por sua vez, é conectado a uma caneta que faz as marcas sobre uma fita de papel quando o examinado respira. O polígrafo digital também usa o pneumógrafo, mas usa transdutores para converter a energia do ar deslocado em sinais eletrônicos.

Pressão arterial/freqüência cardíaca - um manguito para medida de pressão arterial é colocado ao redor da parte superior do braço do examinado, com tubos de comunicação com o polígrafo. À medida que o sangue bombeia pelo braço ele faz um som, as mudanças na pressão causadas pelo som deslocam o ar nos tubos, que são conectados ao fole, que move a caneta. Mais uma vez, nos polígrafos digitais, esses sinais são convertidos em sinais elétricos pelos transdutores.

Resposta galvânica da pele (GSR) - também chamada de atividade eletrodérmica, é basicamente uma medida do suor nas pontas dos dedos. As pontas dos dedos são uma das áreas mais porosas no corpo e é um bom lugar para procurar pelo suor. A idéia é que nós suamos mais quando estamos sob estresse. As placas digitais, chamadas de galvanômetros, são anexadas em dois dedos do examinado. Essas placas medem a capacidade da pele de conduzir a eletricidade. Quando a pele está hidratada (suada), ela conduz a eletricidade muito mais fácil do que quando está seca.

Alguns polígrafos também registram movimentos de braços e pernas. Enquanto o examinador faz perguntas, os sinais dos sensores conectados a seu corpo são registrados em uma fita de papel. Lee, que tem executado exames de polígrafo há 18 anos, concorda que os polígrafos não detectam mentiras. "O que aconteceu por todos esses anos é que a mídia acrescentou esse termo: detecção de mentiras. E é isso que fez sucesso. Mas de uma perspectiva científica, não há o que detecte a mentira. Eu posso lhe dizer como alguém que conta uma mentira se apresenta".

Ele declara que os polígrafos podem detectar um comportamento mentiroso mesmo por meio do estresse provocado pelo próprio exame. "Se o psicofisiologista forense recebe um treinamento adequado e tem experiência, ele pode transpor isso. Por meio de um procedimento específico que o examinador usará, a ansiedade não será transposta". Na próxima seção, você vai aprender mais sobre quem são os examinadores de polígrafo e o que os qualifica para realizar esses exames.

Examinadores de polígrafo

Há somente duas pessoas na sala durante o exame de polígrafo - a pessoa que realiza o exame e quem está se submetendo ao teste. Atualmente, alguns operadores de polígrafo preferem ser chamados de psicofisiologistas (FFs). Como os operadores de polígrafo estão sozinhos na sala com o examinado, seu comportamento influencia muito o resultado.

"É muito sério quando alguém está sendo acusado de um crime", disse Lee. "Veja, eu não me importo com a pessoa mentirosa. Estou procurando por uma pessoa inocente. Sou totalmente imparcial e neutro quando aquela pessoa entra. Mas assim que faço tal avaliação e o resultado do exame não sugere que o examinado esteja mentindo, eu imediatamente me torno advogado deles".

O psicofisiologista forense tem várias tarefas na realização do exame de polígrafo:

preparar o polígrafo e a pessoa a ser submetida ao teste
fazer perguntas
traçar o perfil da pessoa a ser testada
analisar e avaliar as informações obtidas no teste

A maneira como a pergunta é apresentada pode afetar muito os resultados de exame de polígrafo. Há muitas variáveis que um examinador tem que levar em consideração (como crenças religiosas e cultura, por exemplo). Alguns tópicos podem (por uma simples menção)causar uma reação específica na pessoa que está se submetendo ao teste e isso pode ser interpretado erroneamente como um comportamento falso. O motivo da pergunta afeta o modo como a pessoa processa a informação e como ela responde. Há aproximadamente 3.500 examinadores de polígrafos nos Estados Unidos, 2 mil dos quais pertencem à organização profissional, de acordo com Frank Horvath, professor de justiça criminal da Universidade do Estado de Michigan e membro da Associação Americana de Polígrafo (em inglês).

Quem usa os polígrafos?

Os polígrafos tem seu uso limitado no setor privado, mas são freqüentemente usados pelo governo americano. Veja abaixo algumas entidades e ocasiões que utilizam polígrafos.

Segurança Nacional (Agência Central de Inteligência, Departamento Federal de Investigação, Agência Nacional de Segurança etc).

Investigação criminal.

Seleção pré-contratação.

Investigações internas da força da polícia.

Bancos.

Horvath se preocupa com as credenciais e qualificações dos muitos examinadores de polígrafo nos Estados Unidos que não pertencem a nenhuma organização profissional. As leis sobre licenciamento de polígrafo variam de estado para estado e não há governo ou entidade privada que controle o licenciamento dos polígrafos. Horvath também sente que o treinamento dos examinadores de polígrafo é inadequado.

"Segundo Horvath: "temos uma grande quantidade de problemas de padronização em termos de qualificação do examinador e isso me preocupa muito. Você poderia comprar um [instrumento] polígrafo amanhã e vir a Michigan e não seria capaz de trabalhar aqui porque temos uma rigorosa lei de licenciamento, mas você pode ir para Ohio e abrir um negócio amanhã mesmo".

Atualmente, alguns examinadores de polígrafo fazem cursos e trabalham como estagiários para se tornarem examinadores credenciados junto a associações nacionais. Alguns estados também exigem que os examinadores sejam treinados. Há muitas escolas nos Estados Unidos que fornecem esse tipo de treinamento. Uma delas é a Academia Internacional Axciton, inaugurada por Lee. A escola é credenciada pela Associação Americana de Polígrafos e certificada pela Associação Americana de Poligrafistas da Polícia.

Veja as etapas que os estudantes da Academia Axciton devem cumprir antes de se tornarem psicofisiologistas forenses licenciados.

Antes de se matricular, os estudantes devem possuir um grau de bacharel ou cinco anos de experiência investigativa.

Os estudantes devem passar por um curso intensivo de 10 semanas. O currículo inclui psicologia, fisiologia, ética, história, construção de perguntas, análise psicológica do discurso, análise de quadro e análise de dados do teste.

Os alunos devem entrar em um programa de estágio e conduzir no mínimo 25 exames de casos reais. Esses exames são revistos pelo corpo docente.

Depois da conclusão desses etapas, o aluno se torna um examinador de polígrafo e pode obter uma licença em seu Estado, se necessário. Não há um teste padronizado que todos os operadores de polígrafo devam fazer para exercer a profissão.

Submetendo-se ao teste

Submeter-se a um teste de detector de mentira pode ser uma experiência intimidadora, desafiando os nervos até da pessoa mais inabalável. Você está sentado com vários cabos e tubos conectados e enrolados em seu corpo. Mesmo que você não tenha nada a esconder, pode ficar com receio de que o instrumento diga o contrário.

Um exame de polígrafo é um longo processo que pode ser dividido em vários estágios.

Pré-teste - consiste em uma entrevista entre o examinador e o examinado, quando os dois se conhecem melhor. Isso pode durar cerca de uma hora. Nesse ponto, o examinador escuta a versão do examinado sobre os eventos que estão sob investigação. Enquanto o examinado está respondendo às perguntas, o examinador também faz um perfil dele. O examinador quer ver como o examinado responde às perguntas.

Formular as perguntas - o examinador formula perguntas específicas para o assunto sob investigação e revisa as questões com o examinado.

Em teste - o teste real é feito. O examinador faz cerca de 10 ou 11 perguntas, apenas três ou quatro das quais são relevantes ao assunto ou crime que está sendo investigado. As outras perguntas são perguntas de controle. Uma pergunta de controle é bem geral, como "Você já roubou alguma coisa em sua vida?" - um tipo de pergunta que é tão ampla que quase ninguém pode responder honestamente com um não. Se a pessoa responde "não", o examinador pode ter uma idéia da reação que o examinado demonstra quando está mentindo.

Pós-teste - o examinador analisa os dados das respostas fisiológicas. Se há variações importantes nos resultados, isso pode significar que o examinado estava mentindo, especialmente se a pessoa tiver respostas similares para uma pergunta feita repetidamente.

Às vezes o examinador de polígrafo pode interpretar mal a reação da pessoa em uma pergunta em particular. O fator humano e a natureza subjetiva do teste são duas razões pelas quais os resultados do exame de polígrafo raramente são admitidos em um tribunal. Veja os dois modos pelos quais uma resposta pode ser mal interpretada:
falso positivo - a resposta de uma pessoa sincera é determinada como sendo mentirosa.

falso negativo - a resposta de uma pessoa mentirosa é determinada como sendo sincera.

"Se dermos uma olhada nos estudos do laboratório, os erros de falso positivo ocorrem com mais freqüência do que os erros de falso negativo", disse Horvath. É provável que esses erros aconteçam se o examinador não preparou o examinado adequadamente ou se o examinador não fez uma leitura correta dos dados depois do exame.

Medidas defensivas e legitimidade

Algumas pessoas submetidas a um exame de polígrafo podem querer usar medidas defensivas, em uma tentativa de enganar o instrumento. Alguns exemplos de como uma pessoa pode tentar enganar o aparelho incluem sedativos e antiperspirantes nas pontas dos dedos.

A idéia das medidas defensivas é causar (ou restringir) uma certa reação que distorcerá o resultado do teste. Uma pessoa que se submete a um exame pode tentar ter a mesma reação para todas as perguntas, assim, o examinador não pode captar respostas enganosas. Por exemplo, algumas pessoas colocam uma tachinha no sapato e pressionam o pé para baixo na tachinha depois de cada pergunta. A idéia é que a resposta fisiológica à tachinha possa ser sobreposta à resposta fisiológica à pergunta, fazendo que a resposta a cada pergunta pareça idêntica.

Os polígrafos raramente são admitidos nos tribunais. O Novo México é o único estado nos Estados Unidos que permite abertamente a admissão dos resultados de exame de polígrafo. Todos os outros Estados solicitam o cumprimento de algum tipo de condição antes de admitir os exames de polígrafos nos autos do processo. Na maioria dos casos, ambos os lados de um caso legal têm que concordar, previamente, que os polígrafos serão ou não admitidos. Em nível federal, os critérios de admissão são muito mais vagos e a admissão normalmente depende da aprovação do juiz.

O argumento principal sobre a aceitabilidade dos testes de polígrafo é baseado em sua precisão ou imprecisão, dependendo do ponto de vista. "O nível de precisão de um detector de mentira depende da pessoa com quem você fala", disse Horvath. "Ambos os lados do debate têm o mesmo traçado para olhar, mas chegam a conclusões diferentes". Em nível federal, alguns juízes que admitiram os resultados de polígrafos, ao passo que outros negaram veementemente. Veja alguns casos legais que mostram como os polígrafos são vistos pelos tribunais americanos.

Frye x Estados Unidos (1923): Corte Americana de Apelação do Distrito de Columbia - esta foi uma decisão original que lidou com evidência científica e sua aceitabilidade no tribunal. Frye foi acusado de assassinar um médico. Na época, foi usado um unígrafo, um precursor do polígrafo. O unígrafo media apenas as atividades cardiovasculares do corpo. O examinador relatou que Frye era sincero e Frye propôs que a evidência fosse admitida no tribunal. O tribunal determinou que, antes que qualquer evidência científica pudesse ser admitida no tribunal de lei, ela deveria ser aceita pela comunidade científica. Naquela época, não havia nenhum estudo feito sobre os unígrafos ou polígrafos, então, a evidência não foi admitida.

Estados Unidos x Piccinonna (1989): Corte Americana de Apelação - essa decisão permitiu que os resultados de polígrafos fossem admitidos no tribunal, mas apenas se duas condições fossem cumpridas. Tanto uma parte como a outra teriam que concordar com a permissão ou o juiz poderia permitir com base no critério já estabelecido na Corte.

Daubert x Merrell Dow Pharmaceuticals (1993): Corte Suprema Americana - o tribunal abriu a porta para a evidência científica e deu aos juízes uma ampla discrição de como admitir ou não os polígrafos. Isso se aplica aos tribunais federais mas não aos estaduais, apesar de alguns estados em particular aceitarem essa regra. Estados Unidos x Scheffer (1998): Corte Suprema Americana - esse caso militar envolveu diretamente os polígrafos. O tribunal determinou que o presidente americano tivesse a prerrogativa de recusar os resultados do polígrafo em tribunais militares porque eles são muito controversos.

Parece claro que nenhuma decisão final foi tomada em nível federal. Em nível estadual, a aceitabilidade do polígrafo é geralmente analisada caso a caso. A ambigüidade dos tribunais é originada na validade questionável dos exames de polígrafo. De maneira interessante, o grande adversário da admissão do polígrafo nos tribunais americanos é o governo federal americano, que por acaso é o maior consumidor dos exames de polígrafo.

No Brasil, ainda não é conhecida nenhuma jurisprudência sobre o uso dos detectores de mentira nas esferas penal e cível. Porém, há relatos de que no Rio Grande do Sul, primeiro estado brasileiro a utilizar o sistema, decisões de juízes, inclusive de primeira instância, foram baseadas em laudos de detectores de mentira como provas. Além disso, os juízes determinaram o seu uso como perícia de juízo. Ainda há muitas questões que devem ser respondidas antes que os polígrafos sejam aceitos pelos tribunais e pelo grande público.

Polígrafo e trabalho

Em 2002, o Congresso Nacional decretou uma lei alterando o artigo 3º da Consolidação das Leis de Trabalho (CLT) que proíbe o uso do polígrafo pelo empregador no Brasil. O então deputado federal Paulo Paim, autor do projeto, justifica que o uso do polígrafo vai contra o respeito à "dignidade da pessoa humana", fundamentada pela Constituição Brasileira que, em seu artigo 5º estabelece que "...ninguém será submetido a tratamento desumano". Segundo o deputado, submeter o trabalhador ao polígrafo implica frontal desrespeito a tais princípios.


Como enganar o teste do polígrafo


Existem várias situações em que você pode ser submetido ao teste do polígrafo, ou detector de mentiras. Esses testes podem causar uma tremenda ansiedade, mesmo para pessoas que não têm nada a esconder, e por bons motivos. Testes do polígrafo são interrogatórios, e é normal pessoas inocentes serem reprovadas neles sem motivos, resultando na recusa de um emprego ou em falsas acusações criminais. Por sorte, os testes são fáceis de enganar, então siga esses passos para tomar o controle do seu interrogatório.

Método 1 de 3: Prepare-se na Noite Anterior

1 - Aprenda sobre polígrafos. Se sua carreira ou caso jurídico depende disso, não é melhor fazer toda pesquisa possível? Leia sobre o que é e como geralmente funciona o processo. A parte mais importante é saber que o polígrafo não é uma ciência exata. Na verdade, se for pra chamar de ciência, é uma ainda engatinhando e que frequentemente produz resultados incorretos.

2 - Descubra o que o examinador está procurando. Um teste de polígrafo é feito para ajudar a descobrir uma informação específica, por exemplo se você é um espião ou se usou drogas. Se o seu teste foi pedido por um incidente específico, você provavelmente sabe o que vão procurar. Para testes pré-emprego ou coisas do gênero, pesquise as políticas da empresa para saber o que você pode ou não admitir.

3 - Pratique suas reações antes. Praticá-las com antecedência é quase uma garantia de que você vai passar no teste do polígrafo, mas só se você fizer certo. Uma vez que você saiba dos parâmetros, tome o cuidado de praticar bastante antes do teste para estar completamente preparado.

4 - Trate o seu "dia do polígrafo" como uma prova. Trate o exame do polígrafo como uma entrevista de emprego extrema. Vista-se de modo formal e apropriado e tente causar uma boa impressão antes da prova. Certifique-se de ser pontual e, a menos que seja realmente necessário, não tente remarcar ou adiar o exame. Saiba que provavelmente estarão analisando cada passo seu assim que você entrar no local do teste. Pode haver câmeras escondidas na sala de espera e nos banheiros e quase com certeza, uma câmera ou espelho falso na sala do polígrafo. Seu teste do polígrafo começa muito antes de você estar ligado à maquina e só acaba quando você deixar o prédio.

5 - Pegue um bastão de antitranspirante de qualidade e passe da palma da sua mão e em todos os dedos na noite anterior. Repita na manhã da prova. Isso vai inibir suas glândulas sudoríparas, que têm a atividade medida pelo galvanômetro (sudorese excessiva costuma ser um indicador de mentira). Também é bom passar desodorante na testa, nariz e axilas.

Método 2 de 3: Prepare-se Corretamente Antes do Teste

1 - Lembre-se de que o examinador não é seu amigo. O examinador pode tentar de convencer de que está do seu lado e vai te ajudar desde que você seja sincero. É mentira; não acredite.

2 - Cuidado com os truques antes do teste. Os examinadores costumam tentar assustar os examinador ou convencê-los de que o polígrafo é mais exato do que é na realidade. A teoria é que quanto mais medo de ser pego, mais fortes suas reações fisiológicas. Não acredite. O examinador pode também tentar incitar reações baseadas no medo. Por exemplo, ele pode dizer que você precisa lavar suas mãos para que a máquina leia melhor os resultados baseados em suor. E então, uma câmera escondida no banheiro te filme entrando como foi mandado, mas não lavando as mãos.

3 - Identifique o tipo de perguntas que estão sendo feitas. Existem basicamente três tipos de perguntas que vão te fazer: relevantes, irrelevantes e as de controle. Perguntas irrelevantes são aquelas óbvias, como "Qual o seu nome?" ou "Você já comeu macarrão?" Perguntas relevantes são as importantes, como "Foi você quem expôs aquele documento para a mídia?", "Você já roubou dinheiro de um empregador?", ou "Você já vendeu drogas?" Perguntas de controle são aquelas com as quais as suas reações às relevantes serão comparadas. São perguntas para as quais (quase) todo mundo pode responder que "sim", mas que deixam as pessoas desconfortáveis em responder a verdade. Exemplos podem incluir, "Você já trapaceou em um jogo?", ou "Você já roubou algo?" ?” Essa parte só é relevante quando a empresa que está aplicando o teste não te chamou para um teste preliminar. Nessas situações, eles vão te informar todas as perguntas "relevantes" que serão feitas no polígrafo uns dias depois.

4 - Disfarce seu conhecimento sobre poligrafia. O examinador pode te perguntar, antes do teste, se você fez algum tipo de pesquisa ou se sabe algo sobre polígrafos. Não revele que você pesquisou a fundo. Aja como se não soubesse muito sobre testes de polígrafo e acreditasse que a poligrafia é uma ciência e os polígrafos são confiáveis (ou pelo menos não demonstre nenhuma dúvida sobre a eficácia). O examinador pode tentar te pegar na mentira mencionando alguns termos técnicos ou acrônimos como "Seu resultado foi NDI". Mesmo você sabendo que "NDI" significa "no deception indicated" (nenhuma mentira detectada), você deve agir como se não fizesse ideia do que ele quer dizer. Muito conhecimento sobre o processo pode fazer o examinador achar que você tem algo a esconder, mesmo se não tiver.

Método 3 de 3: Enganando o Teste do Polígrafo

1 - Diga apenas o necessário. "Sim" e "Não" devem ser as únicas palavras que você precisa para a maior parte do teste. Resista à tentação de explicar suas respostas ou entrar em detalhes, mesmo que o examinador tente te levar a fazer isso. Seja educado e colabore, mas não ofereça nenhuma informação além do absolutamente necessário.

2 - Não admita nada relevante. Não importa o que as linhas do aparelho indiquem, nada é mais concreto e perigoso que a sua confissão. O examinador provavelmente vai tentar te convencer de que consegue "ver" uma mentira no seu teste, mesmo que não haja nada de anormal ali. Não caia nessa. Porém, você quer parecer honesto, então não tenha medo de admitir erros pequenos para as perguntas de controle. Só cuide para não admitir nada que possa desenvolver mais perguntas ou se construir como algo relevante. Lembre-se que a função do examinador é extrair confissões. Em muitos aspectos, o teste todo é uma armadilha complexa para te fazer confessar algo.

3 - Responda as perguntas de maneira séria e firme, sem hesitar. Não é hora de fazer piada ou tentar inventar uma solução. Você quer parecer honesto, cooperativo e resoluto.

4 - Respire normalmente. Exceto nas perguntas de controle, você deve tentar manter uma média de 15 a 30 respirações por minuto. Não respire muito fundo.

5 - Altere o ritmo da sua respiração durante as perguntar de controle. O examinador vai comparar suas reações fisiológicas às perguntas de controle com as suas respostas para as perguntas relevantes. Se o desvio das funções fisiológicas do normal durante as perguntas de controle for maior que o desvio durante as perguntas relevantes, você passa. Se você reagir mais a uma pergunta relevante que às perguntas de controle, o examinador vai perceber (certo ou errado) que você está mentindo em relação a algo relevante e você provavelmente não vai passar no teste. Mude seu ritmo respiratório quando uma pergunta de controle for feita. Pode diminuir ou aumentar o ritmo, segurar o ar por alguns segundos depois de soltar ou ofegar. Faça isso por 5 a 15 segundos e volte ao seu ritmo normal de respiração antes da próxima pergunta.

6 - Faça as contas. Faça contagem regressiva na sua cabeça o mais rápido possível ou tente solucionar uma divisão longa. Isso vai te ajudar a mudar a pressão sanguínea e ritmo cardíaco.

7 - Lidar com a entrevista pós-teste. Depois que você for desconectado da máquina, o examinador pode te deixar na sala por um tempo e voltar. O examinador pode dizer que "sabe" que você está mentindo sobre algo. É um truque. Continue calmo e repita sua negação educada, porém firmemente. Não mude suas respostas e se possível, se recuse a fazer a entrevista pós-teste.

Dicas

A maneira mais fácil de evitar ser pego no teste do polígrafo é se recusar a fazer. Em processos seletivos de emprego, isso provavelmente significa que você não será contratado. De qualquer forma, é uma opção viável, principalmente se você é contra o uso de polígrafos em geral. Apesar de uma recusa evitar que você seja contratado, ela provavelmente não vai fazer com que você seja demitido. Nos Estados Unidos, empregadores do setor privado não poder demitir empregados nem tomar nenhum tipo de ação parecida baseados somente na recusa a um teste do polígrafo. Porém essa proteção não costuma cobrir servidores públicos. Se o polígrafo for parte de uma investigação criminal, você tem o direito (pelo menos nos Estados Unidos) de recusar. A recusa ao teste do polígrafo não costuma ser admissível no tribunal e mesmo os testes do polígrafo são inadmissíveis às vezes. Existem muitas variações sutis no teste do polígrafo. Tome o cuidado de pesquisar todas completamente antes do seu teste para estar preparado para qualquer situação.

Avisos

Só faça um truque de alterar o ritmo cardíaco ou a pressão sanguínea de cada vez, ou vai ficar óbvio demais. Morder a língua é muito efetivo, mas pode ser detectado se você tiver que falar por muito tempo, porque você não pode fazê-lo enquanto fala. Só use esse método se puder responder as perguntas rapidamente com "sim" ou "não", o que, por sorte, dá pra fazer na maioria. Dependendo das circunstâncias, se você for pego usando macetes, será eliminado do processo seletivo. Se você estiver em liberdade condicional e for convocado a fazer um polígrafo, ser pego utilizando esses truques muito provavelmente vai te mandar de volta para a cadeia. Saiba que você pode não ser capaz de enganar o detector de mentiras mesmo usando esses métodos.


Fonte: http://ciencia.hsw.uol.com.br/
         https://antipolygraph.org/