CIÊNCIA E TECNOLOGIA

O Polêmico Pokemon Go - Parte 1

pogo1Pokémon GO (ou Pokémon Go) é um jogo eletrônico free-to-play de realidade aumentada voltado para smartphones. Foi desenvolvido por uma colaboração entre a Niantic, Inc., a Nintendo e a The Pokémon Company para as plataformas iOS e Android. O jogo foi lançado em julho de 2016 em alguns países do mundo. Fazendo uso do GPS e câmera de dispositivos compatíveis, o jogo permite aos ...

jogadores capturar, batalhar, e treinar criaturas virtuais, chamadas Pokémon, que aparecem nas telas de dispositivos como se fossem no mundo real. Um dispositivo opcional vestível, o Pokémon Go Plus, está previsto para lançamento futuro e irá alertar os usuários quando Pokémon estiverem nas proximidades. Pokémon Go foi lançado com críticas mistas. Revisores elogiaram a experiência geral do jogo e o incentivo para a aventura no mundo real, embora salientando questões técnicas que eram aparentes no lançamento. Ele rapidamente se tornou um dos aplicativos móveis mais utilizados, logo após o lançamento e foi baixado por mais de 75 milhões de pessoas em todo o mundo. Ele foi creditado com a popularização baseadas em localização e realidade aumentada do jogo, bem como para a promoção da atividade física. Ele também atraiu controvérsia por contribuir para acidentes de carro e se tornar uma perturbação da ordem pública em alguns locais, como o Museu do Holocausto dos Estados Unidos em Washington, DC.

Jogabilidade

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Utilizando a câmera de um smartphone, mapas e a localização GPS do jogador, o jogo coloca os pokémon no mundo real a partir da tecnologia de realidade virtual. A proposta é fazer com que o jogador explore as regiões de seu próprio mundo com objetivo de completar a Pokédex e vencer os estágios. O jogo utiliza uma mecânica semelhante ao do Ingress, também desenvolvido pela Niantic Inc., que utiliza o GPS do smartphone para localizar a posição do jogador, a qual consequentemente será a posição de seu personagem no mundo virtual.

Conforme o jogador anda em sua cidade, vários pokémon selvagens podem aparecer no mapa, dependendo do tipo de região em que se encontra. Com isso, ao estar próximo a uma praia ou rio, por exemplo, será mais fácil encontrar Pokémon do tipo água. Ao encontrar um Pokémon, entra-se no modo de captura no qual é necessário mirar precisamente o Pokémon e arremessar a Pokébola. O Pokémon pode tentar desviar ou rebater a Pokébola, sendo necessário ter precisão ao movimentar o celular. Neste modo, o jogador pode optar por capturar num cenário virtual semelhante aos jogos tradicionais de Pokémon ou ativar o modo câmera, que substitui o cenário 3D do jogo pelo cenário do mundo real, ou seja, o lugar exato quê o usuário está, mostrando o Pokémon na sua frente, através do seu celular.

Existem diversas diferenças da versão beta em comparação ao jogo atual, sendo notável a presença da imagem de um professor que orienta o jogador sobre os pokémon, ensinando-o a jogar, assim como nos jogos originais da série, e o redesign completo dos modelos em 3D dos treinadores, que agora possuem uma aparência mais semelhante ao estilo anime. Até o momento, apenas os 151 primeiros Pokémon estão disponíveis, e ainda não há a opção de trocar os Pokémon com um amigo localmente.

O cenário do mundo real pode ser substituído por um cenário virtual a qualquer momento, capturando os Pokémon e realizando missões, como, por exemplo, evoluir o seu personagem ao andar 100km. Quanto maior o nível do personagem do jogador, mais fácil será para achar Pokémon mais fortes. É possível, também, ganhar itens como Pokébolas. Dependendo da cidade, o jogador pode achar PokéStops, que normalmente são localizadas em pontos turísticos, nos quais é possível recolher itens caso ninguém tenha passado pelo lugar nos 5 minutos anteriores. Nessas PokeStops são distribuídas poções, pokébolas e até mesmo ovos Pokémon que, assim como no jogo, irão chocar conforme o jogador anda pela cidade.

Assim como nos jogos oficiais da série, também se pode encontrar estágios. Ao encontrar um estágio, se é obrigado a escolher um time, Vermelho, Azul ou Amarelo, cada qual representando a cor de uma das três aves lendárias, Moltres, Articuno e Zapdos. Se este ginásio for do mesmo time que o do usuário, ele pode treinar nele e evoluir seus Pokémon. Caso se tenha encontrado um ginásio inimigo, então irá batalhar com todos os membros e, caso ganhe, poderá tomar este ginásio para o time ao qual pertence, tornando-se o dono dele. Neste modo de batalha, também pode-se optar por utilizar o modo câmera para ver o Pokémon batalhando no mundo real. Caso os itens acabem e não haja uma PokéStop por perto, o usuário pode optar por comprar itens na loja do jogo.

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Esta não é a primeira vez que a Nintendo junta a franquia Pokémon com a Realidade Aumentada. No jogo Pokémon Dream Radar, lançado para Nintendo 3DS, o console era utilizado para tentar capturar os Pokémons que apareciam ao redor olhando pela tela do 3DS. Os Pokémons capturados podiam ser transferido para os jogos Pokémon Black 2 e White 2. Entretanto, foi apenas em Pokémon GO que tal tecnologia foi utilizada na franquia de maneira tão profunda, visto que o jogo foca totalmente na realidade aumentada literalmente colocando os Pokémons no mundo real interagindo com elementos reais através do celular.

PokeStop

É o termo utilizado no jogo Pokémon Go que designa os pontos onde o jogador pode conseguir itens como poções, incensos, revives, doces, pokébolas (pokéballs), ovos (eggs) ou até mesmo Pokémons. Nestes locais, não há a necessidade de lutar para conseguir Pokémons quando estes estão disponíveis nos PokeStops, os demais itens também são gratuitos.

Para encontrar os PokeStops, o jogador deve se orientar pelo mapa do jogo e basta se aproximar com seu smartphone e pegar o que está disponível no local utilizando o aplicativo para girar o disco azul que irá aparecer. Há a possibilidade de simplesmente sair do PokeStop que os itens também serão apanhados, no entanto, não funciona se estiver em deslocamento com carro ou ônibus. Os PokeStops podem estar localizadas em shoppings, monumentos, praças, parques e lugares públicos em geral. Existem maior concentração nas grandes cidades do que nas pequenas, mas em geral não é necessário um deslocamento muito grande para encontrar um, sendo que são mais comuns do que os ginásios.


O Que você precisa saber sobre Pokemon Go (Você que nunca jogou e talvez nunca vá)

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Por Renato Salles, 29/07/2016 - Se você vive em um lugar onde existem casas, prédios, ruas, e gente, existe uma chance muito grande de você ter ouvido falar nas últimas semanas sobre Pokémon Go. Mas se você vive no Brasil, e não é fã de games e do desenho japonês, as chances são grandes de que você não tenha ideia do que é o tal jogo de celular que está na boca do mundo. Eu sou desse time, e também sou daquele time que vive reclamando que não tem tempo para nada, então acho que as chances de eu começar a jogar Pokémon Go quando ele (finalmente) desembarcar por aqui são baixas.

Mas falando francamente, se um negocinho que as pessoas instalam no celular é capaz de causar uma histeria coletiva no Central Park, e jogar as ações de uma empresa mais de 70% lá para cima – mas calma que já começou a cair – não pode ser desprezado assim fácil. Não é? Eu, acho que como todo mundo, fiquei intrigado com o aplicativo, e fui dar uma pesquisada mais a fundo para descobrir uma coisa: afinal, que *insira-um-palavrão-aqui* esse jogo vai mudar na minha vida? Antes que você se revolte com os jogadores, te dou um spoiler: pode mudar muito! Quer ver?

O que é, o que come, como se reproduz?

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Não tenho nem tempo de escrever o roteiro de um Globo Reporter inteiro, então vamos dar uma geral rapidinho para os menos escolados como eu. Tipo um curso madureira.

O Pokémon Go é um jogo que usa a tecnologia de realidade aumentada para funcionar. Isso quer dizer que ele insere uma camada digital ao mundo real. É diferente da realidade virtual, que é toda digital. Nesse jogo, os bichos aparecem no meio da tua rua, dentro do teu restaurante favorito, no aeroporto, no estádio, em qualquer lugar que realmente existe. A realidade aumentada está aí há muito tempo, mas até agora ninguém soube como fazer algo realmente interessante com ela. Até agora. É bem provável que surjam muitas coisas desse tipo em breve.

Em linhas gerais o jogo é assim: você procura em um mapa real do teu entorno onde ficam os monstrinhos (Pokémons). você vai até eles e joga uma bolinha (a PokéBall) que pode pegá-lo ou não. Mais ou menos como você faz com seu cachorro no parque. Ás vezes ele quer a bola, às vezes a poodle não-castrada da vizinha é mais interessante que você e a tua bola estúpida. Se o Pokémon gostar da tua bolinha, você pega ele para você. Senão, você tem que dar um jeito de jogar muitas bolinhas, ou de arranjar (ou comprar) bolas mais fortes, brilhantes e interessantes. Tecnicamente, cada bola tem uma % de chance de capturar o Pokémon. Quanto mais forte ele, mais difícil de capturar, logo você é forçado a usar Pokéballs melhores. Em ordem crescente: Pokéball – Greatball – Ultraball – Masterball. E assim você vai andando o mundo e colecionando bichinhos de nomes estranhos. Com o tempo, eles vão sendo treinados e ganham mais força.

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Os monstrinhos podem ser encontrados em qualquer lugar, mas existem ponto de interesse que podem ter, além deles, também coisas para ajudar na caçada. Mais bolas, poções, ovos, remédios… Esses são os PokéStops, que geralmente ficam em pontos importantes das cidades, como monumentos, praças, museus, etc. Fora isso, ainda existem os Ginásios. Neles, os Pokémons podem lutar entre si. Cada jogador escolhe um dos três times no jogo para representar: Valor, Mystic e Instinct. O objetivo é batalhar e manter o maior número de ginásios para seu time, numa espécie de competição global. O jogador considerado o melhor treinador de Pokémons de cada time o representa de forma global. Batalhar nos ginásios também dá Pokécoins e outros itens do jogo que normalmente você só consegue com dinheiro real. Diz-se ainda que vencedores ganham prestígio (que subjetivamente deve valer alguma coisa, não é possível).

Se você se interessou, e quer se aprofundar na arte do Pokémon, melhor recorrer a esse artigo. Os experts podem seguir ainda para esse. Eu paro por aqui porque a minha memória RAM cerebral já está reclamando.

Tcha-Tchin, diz a máquna registradora!

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Já deu para ver que a coisa é uma mina de verdinhas para a empresa desenvolvedora. O que não falta é dinheiro rolando, seja para quem está jogando ou para quem quer atrair os jogadores ávidos. O aplicativo é gratuito para baixar, então não foi o fato de quebrar o recorde de número de downloads em todas as lojas – 14 milhões em 4 dias – que deixou a Nintendo e a Niantic (ainda mais) ricas. Antes desse, a Niantic já tinha criado o Ingress, que é toda a base hoje do Pokémon Go. Ou seja que esse sucesso vem se delineando pelos últimos 20 anos. Mas agora, com esse frisson todo, as fontes de faturamento são inestimáveis.

Para começo de conversa, dentro do aplicativo existe uma loja. Lá, você e qualquer reles jogador pode gastar alguns poucos dólares para comprar bolinhas ou acessórios baratinhos. A grande sacada é que dificilmente você consegue avançar no jogo sem investir alguma coisa. E como em qualquer febre, já tem gente gastando a grana da comida das crianças em PokeBalls. Estima-se que só nos Estados Unidos, o jogo já ganhe em torno de US$1.6 milhões por dia nessas microtransações só com usuários de Iphones. Os ganhos já são 10 vezes maiores que os da febre do verão passado, o Candy Crush.

Em segundo lugar, e uma das mais óbvias formas de capitalizar um negócio, vem o patrocínio. Marcas interessadas logo poderão comprar o posto de PokéStop ou até de Ginásio, o que já oferece para eles muito destaque nos mapas do jogo. O pagamento vai ser do tipo custo-por-visita, então quanto mais gente você atrai, mais paga. Marcas do porte do McDonald’s já se interessaram pela brincadeira. Até instituições filantrópicas usaram artimanhas para atrair vistantes, como o Art Institute of Chicago, que divulgou pelo Twitter sua proximidade a vários PokéStops.

Fora isso, muito sabiamente, o desenvolvedor criou a possibilidade de qualquer estabelecimento de menor porte pagar para trazer clientes para dentro. Pela própria lojinha do aplicativo, qualquer um pode comprar as iscas (lures), que aumentam muito a chance de surgimento de Pokémons nos arredores de onde são deixadas. Vários relatos de donos de bares e restaurantes mostram que o número de clientes sobe bastante enquanto as iscas estão agindo. Mas as formas de capitalizar para o comércio não param aí. Já tem muita gente desenvolvendo ações bem criativas para atrair os jogadores, seja distribuindo brindes, dando descontos para os times vencedores nos Ginásios, e até com ações de social media. E isso é só o começo.

Isso tudo porque ainda estamos na primeira fase do Pokémon Go, que logo vai começar a se expandir como a Bolha Assassina. O primeiro upgrade do jogo, o Pokémon Go Plus, que já foi anunciado para o fim do mês, é um dispositivo wearable que promete deixar o jogo ainda mais dinâmico, e custa módicos US$35. Vai vendo!

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E o que eu ganho com isso?

Já deu para ver que esse simples joguinho é capaz de causar grandes transformações no nosso dia-a-dia. A verdade é que ele conseguiu mudar uma coisa muito importante no cotidiano de muita gente, que influencia diretamente em toda a cidade ao seu redor. Essa coisa é que as pessoas só conseguem jogar se elas andarem na rua. Você tem que ir fisicamente até o lugar onde as coisas estão acontecendo, então você tem que sair de casa, usar a cidade. Isso tem um valor inestimável na socialização, na criação de espaços públicos mais seguros, e na qualidade de vida das pessoas.

O Nexo, por exemplo, fez uma reportagem bem interessante, onde eles falam da história da realidade aumentada, e lista algumas as atividades que podem ser criadas as partir dela. Eles falam de coisas como o acesso a informações culturais e históricas de monumentos, edifícios e obras de arte in loco, a organização do transporte público, ou até a sobreposição do cinema ao tecido urbano.

Mas isso tudo ainda é especulação. Por enquanto, temos ações acontecendo de menor alcance, mas com impacto social bem importante. Olha só:

Existem muitos relatos de gente feliz e contente com o jogo, porque ele proporcionou a chance de conhecer melhor a cidade onde moram, de tirar fotos de momentos que antes passavam despercebidos, e até de gente que começou a se exercitar por conta dele.

O Pokémon Go pode ser bom para a saúde não só porque você começa a andar mais. Parece que tem gente falando que o jogo ajudou a elas na luta contra doenças psiquiátricas como depressão e ansiedade.

Em Michigan, um hospital também usou o jogo como estímulo para tirar crianças de seus leitos. Isso fez com que ficasse mais animadas e ainda começassem a socializar com outras crianças doentes.

O dono de um abrigo de animais em Indiana usou a animação das pessoas para andar, para lançar uma campanha para elas aproveitarem suas caminhadas para levar os bichinhos carentes para passear. Isso ajudou ainda a aumentar o número de famílias dispostas a adotar os bichinhos.

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A ação mais forte até agora que eu vi foi o video de crianças refugiadas dos conflitos na Síria, que seguravam desenhos de Pokémons dizendo ‘Eu estou aqui, venha me salvar.’ Ela não apresenta uma solução efetiva do problema, mas levanta a conscientização da situação dessas crianças de forma muito impactante.

E eu não poderia deixar de mencionar as novas oportunidades de trabalho que surgem sempre que tem novidade no ar. O povo mais criativo está inventando as maiores maluquices para ganhar em cima dos jogadores ávidos. As ideias vão desde seguros contra acidentes para caçadores de Pokémons, até tours de ônibus e taxi para achar os monstros mais raros.

O Lado Negro da Força Pokemon

Nem tudo são flores na vida dos inocentes jogadores armados apenas de um celular. Infelizmente os humanos são bichos ruins, e já acharam várias formas de macular a brincadeira.

Como o jogo consiste basicamente de andar por aí de olho na tela do telefone, claro que muita gente se distrai além da conta e se mete em situações realmente perigosas. As notícias de gente acidentada, seja por atropelamentos, ou até por cair em buracos e penhascos (??) aumenta a cada dia. E só estou falando de gente a pé. O horror com os motoristas começou logo nos primeiros dias do funcionamento do aplicativo. Teve até gente perdida em caverna. Mas a face sombria do Pokémon Go não demorou nem um mês para aparecer.

O Museu do Holocausto, em Washington, se tornou um Pokéstop, apesar da diretoria achar um tanto impróprio que as pessoas fiquem jogando com o celular em pleno memorial às vítimas do Nazismo. O aparecimento de um Koffing, um monstro que solta gás venenoso, por ali deu um toque ainda mais sinistro à brincadeira. Mesmo tendo atraído muita gente nova ao museu, a instituição está pedindo para ser excluída do jogo.

O caso mais sinistro aconteceu no Missouri, onde um grupo aproveitou o lugar remoto onde um Pokémon apareceu para assaltar os caçadores que apareciam por lá. O mais bizarro foi o de uma menina de Wyoming que, ao procurar monstros, encontrou um cadáver.

Problemas também tem causado mau-estar com pessoas comuns. Um americano que mora em uma antiga igreja teve sua residência identificada como um espaço público, e por isso tornada em Ginásio. Imagina só a quantidade de gente batendo na porta dele sem cerimônia nenhuma? Claro que esse não é um caso isolado, e já tem muita confusão acontecendo com não-jogadores.

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O aplicativo também não está imune a críticas. A maior e mais alardeada delas se baseia em uma teoria de conspiração que envolve um projeto de espionagem arquitetado pela CIA! Não tenho nenhuma capacidade de avaliar a veracidade dessas informações, mas só isso já renderia um bom filme. E quem também não perdeu tempo para começar a atacar o jogo foi o PETA. Para a instituição, o conceito dos Pokémons é um incentivador da crueldade contra animais, colocados para lutar uns contra os outros.

To Go or not to go?

Já está anunciado, o Pokémon Go liga seus motores por aqui dia 31. E a expectativa é grande. Os brasileiros são conhecidos por serem consumidores ávidos de novidades digitais, e tudo indica que essa não vai ser nada diferente. O bom de estarmos atrasados na brincadeira é que temos um pouco de tempo para avaliar os prós e contras da história, e quem sabe usar com um pouco mais de segurança e parcimônia. Não que essas sejam características comuns por aqui, mas nunca é demais esperar pelo melhor.

Eu com certeza não vou entrar na roda (muito velho, muito preguiçoso, pode escolher a desculpa de sua preferência), mas sei que vou conviver com muita gente que vai. O que estou animado é para ver como esses bichinhos vão mudar a nossa relação com a rua. Em tempos de colapso da segurança pública que temos assistido diariamente no jornal, espero que os Pokémons consigam trazer gente para defender nosso direito de ir e vir (e caçar) felizes.

E você, que está contando os segundos para o grande dia: por favor, não vire essa pessoa. Nem essa. E cuidado para não se tornar o Mr. Bean quando ligar o aplicativo pela primeira vez.

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Não é brincadeira. Nove regras para jogar Pokémon Go em segurança


21/07/2016 - As autoridades japonesas decidiram publicar na quarta-feira conselhos para os jogadores da Pokémon Go, a aplicação de realidade aumentada que deverá chegar a qualquer momento ao Japão. As recomendações foram publicadas nas páginas do Twitter e da rede social Line pela agência governamental para a cibersegurança local para manter os jogadores afastados de incidentes ou de atividades criminosas, como já aconteceu noutros locais.

Conheça os nove conselhos para jogar a Pokémon Go em segurança no Japão, citados pelo portal Mashable, que se adaptam na totalidade a Portugal.

1. Proteger sempre os dados pessoais.
2. Ter cuidado com aplicações falsas ou ferramentas fraudulentas.
3. Instalar uma aplicação do tempo para ser apanhado pela chuva.
4. Cuidado com a insolação.
5. Andar com um carregador portátil de bateria.
6. Estar preparado com opções para contactar familiares.
7. Não entrar em zonas perigosas.
8. Evitar encontros com estranhos.
9. Não andar e usar o telemóvel ao mesmo tempo. Várias autoridades internacionais têm lançado vários guias para jogar em segurança a Pokémon Go.


Pokémon Go é inspirado em pegadinha de primeiro de abril

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12/07/2016 - Sair para caçar pokémons é um sonho antigo de toda uma geração. Com o Pokémon Go, esse sonho virou realidade (ou melhor, jogo): lançado na semana passada, o joguinho para smartphones usa o GPS para "localizar" pokémons nas ruas, em estabelecimentos e nos parques das cidades. Se capturar os bichinhos parece bom demais para ser verdade, saiba que o jogo já foi uma das maiores pegadinhas de primeiro de abril, lançadas por ninguém menos que o gigante Google.

Em 31 de março 2014, o Google Maps lançou o Pokémon Challenge, um aplicativo para iPhone a Android que juntava a localização em GPS do Google Maps com um jogo de captura dos monstrinhos, que é exatamente como o Pokémon Go funciona. No final do dia seguinte, o Google admitiu a pegadinha e tirou o aplicativo de circulação - apenas alguns sortudos que haviam capturado mais de 5 pokémons puderam jogar o Challenge por mais uma semana. A brincadeira acabou, rimos muito e choramos ao perceber que não era real.

Mas, dois anos depois, coisa ficou séria - e o responsável foi um cara chamado John Hanke, que criou a base de funcionamento do Google Earth, em 2004. Hanke começou a se especializar cada vez mais em mapeamento e em localização, e, em 2010, criou a Niantic, uma empresa de desenvolvimento de software focada em jogos de realidade aumentada que usam os smartphones como plataforma.

A primeira experiência da Niantic foi um jogo chamado Ingress, que tinha a mesma premissa que o Pokémon Go: os jogadores usavam seus celulares para encontrar portais espalhados pela cidade - nas ruas, em prédios públicos e em monumentos. O jogo transformava 200 peíses em potenciais cenários de jogo, e foi baixado por 14 milhões de pessoas.

Quando Hanke viu a pegadinha do Google, em 2014, achou que poderia tranformá-la em realidade. Ele conversou com Satoru Iwata, o finado presidente da Nintendo, e o cara pirou na ideia - afinal, a companhia sempre se esforçou para criar jogos que fizessem as pessoas saírem de casa e se exercitarem, como o Nintendo Wii e algumas versões mais antigas dos jogos de Pokémon.

Com a ajuda do Google Maps e da Nintendo, a Niantic conseguiu o apoio que precisava para desenvolver o pokémon Go que a gente tanto ama. Por enquanto, o jogo só está disponível nos Estados Unidos, na Nova Zelandia e na Austrália, e deve ser lançado na Europa essa semana. Ainda não é previsão de quando os bichinhos vão poder ser capturados por aqui, embora a Nintendo diga que o aplicativo estará disponível ~em breve~ na América Latina. Esperemos.


Acredite: as pessoas estão jogando Pokémon Go enquanto dirigem

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14/07/2016 - Parece que a gente entrou em um revival dos anos 1990. Olha só: há um Clinton concorrendo à presidência dos EUA, o Blink 182 voltou ao topo das paradas, o Guns n’ Roses voltou a se apresentar com Slash e Duff McKagan e todo mundo está jogando Pokémon. “E o que isto tem a ver com o FlatOut?”, talvez você esteja se perguntando. Bem, é que as pessoas estão jogando enquanto dirigem e sofrendo acidentes.

Caso você não esteja sabendo do que se trata Pokémon Go (o que é um tanto improvável, visto que só se fala nisso pela Internet nos últimos dias), lá vai uma explicação rápida. Lembra dos games de Pokémon para Game Boy que eram extremamente populares nos anos 1990 e 2000? Como nos desenhos da TV, você podia procurar e capturar Pokémon, treiná-los, fazê-los lutar entre si e tornar-se um mestre. O fenômeno viveu seu auge na década passada mas, na verdade, os games jamais deixaram de ser populares.

O que Pokémon Go fez foi elevar o negócio a outro nível: o aplicativo para smartphones Android e iOS usa realidade aumentada, GPS e a câmera para colocar Pokémon no mundo real. Você cria um personagem e anda pelas ruas com o celular na mão e encontra as criaturas espalhadas por aí, podendo capturá-las, treiná-las e participar de batalhas com elas. Para quem jogava e assistia ao desenho há 15 ou 20 anos, é o mais perto que se pode chegar de viver o sonho de se tornar um mestre Pokémon. E sim, é meio estranho escrever isto em 2016, mas a gente se acostuma.

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Pokémon Go é um aplicativo free-to-play, o que significa que você pode baixar e jogar de graça, mas pode pagar para conseguir itens extras no jogo. Está disponível nos EUA, na Europa e na Ásia e, desde que foi lançado, já rendeu o equivalente a R$ 45 milhões para a Nintendo, além de aumentar o valor as ações da companhia em 10%. Ainda não há data de lançamento para o Brasil, mas já tem gente jogando Pokémon Go por aqui de forma “não oficial”, se é que você nos entende. O que, para nós, torna válido o aviso: não jogue Pokémon Go enquanto dirige.

Parece uma dica óbvia mas, acredite, tem gente fazendo isto. Quer, não é tão difícil assim de entender — se as pessoas usam o celular para fazer ligações, tirar fotos e consultar o GPS enquanto dirigem, por que não jogariam Pokémon Go? De vez em quando as pessoas são estúpidas.

Dá para jogar Pokémon Go dentro de um carro em movimento? Dá, como o vídeo abaixo, feito por um cara que atende por Boosted Boris, mostra. Boris senta no banco do carona de um BMW M3 no Nürburgring Nordschleife e, enquanto o piloto do Ring Taxi conduz o carro, captura alguns Pokémon com seu celular. Seria bem pior se ele estivesse dirigindo, vamos admitir. É até interessante de ver.

Acontece que tem gente fazendo besteira por achar que consegue dirigir enquanto captura Pokémon. Não é preciso muito mais que uma busca por “pokémon go car crash” no Google para encontrar algumas notícias, digamos, desanimadoras.

Há dois dias, um usuário do Reddit postou no fórum Just Rolled Into The Shop, no qual a comunidade posta cenas inusitadas em oficinas, a foto de uma nota de serviço que diz o seguinte:

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O cliente estava jogando Pokémon Go e passou por cima da guia. Inspecionar o assoalho do carro para procurar danos.

E esta ainda foi tranquila — a vergonha que o cara de ve ter passado na oficina deve ter sido maior que o prejuízo no conserto do seu Audi. Mas já tem gente se envolvendo em acidentes mais sérios, também.

Um morador de 28 anos da cidade de Auburn, estado de Nova York, nos EUA, jogava Pokémon Go enquanto dirigia e acabou acertando uma árvore. De acordo com o site Syracuse.com, o motorista não se feriu gravemente, mas a dianteira do carro ficou toda destruída.

De acordo com a polícia local, “o motorista admitiu estar jogando Pokémon Go enquanto dirigia, o que fez com que ele se distraísse, saísse da estrada e atingisse uma árvore”. A ocorrência também fez com que as autoridades de Auburn dessem algumas recomendações aos jogadores, como “não utilizar o aplicativo enquanto operam um veículo motorizado ou uma bicicleta”, “não ultrapassar propriedades privadas tentando capturar um Pokémon” e “ficar atento aos arredores enquanto andar e não olhar para o celular sem saber dos riscos à sua volta, como estradas, buracos e canais d’água”.

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O departamento de polícia de Auburn finaliza dizendo que, acima de tudo, é preciso ter bom senso antes de qualquer coisa e pensar se realmente é uma boa ideia jogar Pokémon Go dirigindo. Vamos nos adiantar na resposta: não é.


HOmem Atira em Jogadores de Pokemon Go por achar que eles eram ladrões


20/07/2016 - Pokémon GO continua ainda dando muito o que falar. E não apenas pela loucura criada em torno do game e pela expectativa de seu lançamento no Brasil, mas dos eventos bizarros relacionados ao jogo que vemos acontecer todos os dias desde que o aplicativo chegou ao iOS e Android há algumas semanas. De pessoas interrompendo jornais e invadindo delegacias a acidentes de trânsito, o número de ocorrências estranhas relacionadas ao game não para de crescer. E, desta vez, a coisa ficou um pouco mais séria, porque alguém atirou em jogadores por acreditar que eles eram ladrões.

Tudo aconteceu na cidade norte-americana de Orlando, na Flórida, quando dois adolescentes estavam procurando um monstrinho e entraram em uma propriedade na tentativa de capturar a criatura. No entanto, enquanto os jovens estavam envolvidos na brincadeira, o dono da casa não viu a mesma graça e, não sabendo que se tratava de um game para smartphones, achou que a dupla era de assaltantes e atirou contra eles. Por sorte, ninguém acabou ferido na confusão, ainda que o episódio tenha virado caso de polícia.

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De acordo com o departamento policial da região, o dono da casa — um homem de 37 anos cujo nome não foi revelado — ficou em estado de alerta quando viu um carro suspeito passar pela vizinhança por volta da 1h30 da madrugada. Mais do que isso, ele ouviu uma das pessoas dentro do veículo dizer algo como “Pegou alguma coisa?”, o que fez com que ele acreditasse que a dupla fossem ladrões prontos para invadir sua residência. Foi quando ele decidiu fazer alguma coisa para evitar o suposto crime: correu até a frente do veículo e apontou sua arma, dizendo que eles não teriam nada ali. E, quando o carro acelerou, ele disparou como uma espécie de alerta para que não voltassem mais.

Na manhã seguinte, a dupla de adolescentes teve de explicar aos seus pais o que aconteceu para que o carro da família amanhecesse com marcas de tiro. Os garotos pegaram o automóvel em busca de dois Pokémon que haviam aparecido na região. E, nessa busca por um Marowak e por um Tauros, eles quase acabaram levando um tiro. Isso porque o estado da Flórida se mantém bastante conservador em relação ao porte de armas por seus cidadãos, principalmente se for para proteger sua propriedade. Assim, por mais inocente que tenha sido a intenção dos adolescentes, o atirador não seria considerado culpado caso tivesse acertado o disparo.

Isso apenas reforça o cuidado que Pokémon GO exige. O aplicativo alerta para que as pessoas fiquem atentas ao ambiente à sua volta, mas foca apenas na ideia de obstáculos e coisas do tipo — como no caso dos jogadores que caíram de um desfiladeiro enquanto jogavam —, mas não fala nada sobre questão de propriedade privada e outros lugares que são perigosos por razões mais humanas. E isso vale até mesmo para o Brasil, onde algumas regiões não são nada recomendadas para quem quer treinar um Pokémon.


Pokemon Go: não é só uma inocente brincadeira. O inimigo em suas mãos

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28/07/2016

1° O (Pokemon Go) foi fundado por esse cidadão: John Hanke

2° Ele também fundou a empresa Keyhole, Inc.

3° Essa Keyhole é um projeto de mapeamento de superfícies, foi comprada pelo Google e usado pra fazer o Google Maps/Earth e Street view.

4° Essa Keyhole foi patrocinada pela empresa In-Q-tel, que foi fundada pela CIA em 1999 (só entrar no site deles e comprovar).

5° Até aqui já podemos ver que a CIA indiretamente poderia ter acesso a todos os mapas do planeta, né? só que eles ainda não conseguiam entrar dentro das casas, correto?

6° Esses dias foi lançado o joguinho Pokemon Go, que virou febre na galera e geral anda usando, né?

7° Pra jogar você precisa dar permissão pro aplicativo usar a câmera, gps, microfone e até os dispositivos USB que estiverem conectados no seu smartphone.

8° Sempre que você aceita a permissão, o seu cel já acha 3 pokemons pertos de imediato (os 3 primeiros pokemons).

9° Quando você procura por pokemons dentro de casa, você permite o aplicativo ter uma foto da sala, incluindo as coordenadas e o ângulo do seu celular.

10° Você acabou de registrar as fotos de onde você mora por dentro e dar acesso ao aplicativo.

Mas Matheus, não é paranoia sua?

Veja bem, você leu os termos de aceitação pra usar o jogo? acho que ninguém vai ler né? são esses:

– “Nós cooperamos com agências do governo e companhias privadas. Podemos revelar qualquer informação a seu respeito ou dos seus filhos…”
No parágrafo 6 vocês podem achar isso também:

– “Nosso programa não permite a opção “Do not track” (“Não me espie”) do seu navegador”.

PARTE 2