CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Como um robô brasileiro virou sensação do UFC das máquinas

robomin1Por Beatriz Montesanti 14/07/2016 - O robô americano Blacksmith parecia implacável: começou lançando chamas ameaçadoras contra seu adversário, o compacto Minotauro. Os primeiros golpes foram certeiros e fizeram o adversário se chocar violentamente contra a lateral do ringue, repleta de armadilhas. Aos 40 segundos de luta, porém, a reação teve início: trombadas do Minotauro fizeram Blacksmith dar piruetas no ar e perder seu recurso mais importante: uma espécie de batedor de carne que, preso à parte superior de sua estrutura, desferia golpes de cima para baixo. Aos três minutos, Blacksmith, veterano de combate, explodiu.

Um vídeo da disputa entre os robôs viralizou na internet nos dias seguintes e surpreendeu muitos espectadores por um detalhe particular: a nacionalidade da máquina vitoriosa, Minotauro. Criada por estudantes da PUC-Rio, ela foi o primeiro robô latino-americano a participar do BattleBots, campeonato promovido e transmitido pela rede de televisão americana ABC, às quintas-feiras.

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O programa tem uma roupagem típica do UFC (Ultimate Fighting Championship): um cenário pirotécnico, uma torcida engajada e narradores exaltados. Essa é a segunda temporada, após 13 anos desde que a primeira competição aconteceu.

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O show promovido pela emissora, sugere Daniel Freitas, piloto da equipe brasileira, foi o grande responsável pela viralização do vídeo. São 48 robôs batalhando ao longo de dez episódios, construídos por equipes de dois a seis integrantes, geralmente compostas de universitários ou profissionais da robótica. Com 113 Kg, limite máximo permitido pelas regras da competição, o Minotauro é, à primeira vista, o menor de todos eles.

O pequeno robô carioca

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Ele foi desenvolvimento pela RioBotz, equipe composta por cinco estudantes do Centro Técnico Científico da PUC-Rio, sob a orientação do professor Marco Antonio Meggiolaro. O projeto existe há 13 anos na universidade carioca e foi criado inspirado na primeira versão do BattleBots. O chassi de Minotauro é de alumínio, material leve, e a tampa, de titânio, o que tornou o robô resistente às marretadas de Blacksmith. Sua principal arma é um rolo de 30 Kg que gira mais de 10 mil vezes por minuto, feito de aço temperado, provocando as faíscas ao entrar em contato com a superfície de seus adversários.

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“Nosso design alia muito bem a defesa e o ataque”, explica Freitas. “O Minotauro é muito agressivo, muito ofensivo, consegue desferir grandes ataques, mas consegue absorver ataques do adversário também.” Segundo ele, o formato compacto da máquina foi estrategicamente pensado para não deixar espaços vazios no interior do robô, de forma que ele suporte melhor as ofensivas. A luta que viralizou na internet contra Blacksmith foi a segunda disputada pela equipe brasileira no BattleBots. Serão mais sete episódios até o campeão final ser conhecido.

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ESTAVA ERRADO: A versão inicial deste texto afirmava que a equipe do Minotauro chama a principal arma do robô (um rolo giratório) de “Matador de Zumbi”. Na verdade, o apelido se refere a uma ferramenta usada para construir a máquina. O subtítulo do texto também dizia que o Minotauro havia vencido o BattleBot, quando na verdade a competição ainda não terminou. As informações foram corrigidas às 11h30 de 15 de julho de 2016.

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Fonte: https://www.nexojornal.com.br