CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Homem tetraplégico sente toque após implante de chip cerebral

tetrapu topo14/10/2016 - A Tecnologia não se resume a processadores cada vez mais rápidos ou smartphones com câmeras cada vez mais capazes. A tecnologia muda vidas, e essa notícia é mais uma prova de que já passou da hora de fabricantes e desenvolvedoras focarem mais em soluções voltadas para solucionar problemas humanos. Nathan Copeland sofreu um acidente de carro há mais de 10 anos, quando tinha 18 anos de idade. Copeland quebrou o pescoço no acidente e acabou ficando tetraplégico. Ou seja, sem sentir e sem a capacidade de mover as pernas e braços por conta própria. Agora, um novo experimento realizado para Universidade ...

de Pittsburgh (UPMC), nos EUA, permitiu que ele controlasse um braço robótico com a mente e até sentisse o toque feito pelos dedos robóticos. Os cientistas implantaram quatro chips no cérebro de Copeland para realizar o feito — e essa foi a primeira vez que um implante neural permitiu que uma pessoa sentisse o toque por meio de uma prótese ao estimular o cérebro.

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"Funcionou muito. Eu senti como se meus dedos estivessem sendo tocados ou puxados", explicou Copeland. A pesquisa foi publicada no jornal Science Translational Medicine e abre um novo capítulo nos estudos e desenvolvimentos de próteses: esse resultado pode ajudar na criação de próteses mais próximas da maneira que nossos corpos integram toque e movimento.

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Todo o processo começou em 2015, quando os cientistas da UPMC implantaram quatro conjuntos minúsculos de eletrodos no cérebro de Copeland: dois conjuntos foram colocados na região que governa os movimentos do corpo, conhecido como córtex; e outros dois na parte responsável pelas sensações, conhecida como córtex sensorial. Como nota o The Verge, o interessante disso é que o braço robótico que permitiu a sensação de toque não estava junto ao corpo de Copeland, mas sim separado. O implante utilizado está sendo avaliado pela Food and Drug Administration dos EUA, que dá o aval para novos dispositivos médicos — para trabalhar na legalidade, os cientistas conseguiram uma exceção da FDA.

Um ponto que ainda falta ser melhor trabalhado, de acordo com os envolvidos no projeto, é uma maneira mais "suave" para integrar todos os cabos e próteses ao corpo do paciente. Até o momento, como citado, os braços robôs ficam separados do corpo.

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"O Luke Skywalker teve a mão cortada fora, e no dia seguinte ele estava com uma prótese robótica. Ficaram espetando a prótese e ele dizia: 'Sim, eu consigo sentir isso' (...) Poderia ser uma pessoa real — e nem tão longe no futuro", afirmou Copeland em vídeo.


Homem tetraplégico sente toque em mão robótica após implante cerebral

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14/10/2016 - Um homem tetraplégico nos Estados Unidos conseguiu sentir o toque em uma mão robótica através de eletrodos implantados no seu cérebro. Nathan Copeland, de 27 anos, sofreu um acidente de carro há cerca de dez anos. O impacto afetou sua espinha dorsal, deixando-o paralisado do peito para baixo. Apesar de conseguir levantar seus pulsos, Copeland perdeu a maior parte da sensação do tato. Mas agora, cientistas do Centro Médico da Universidade de Pittsburgh anunciaram que obtiveram sucesso ao implantar quatro chips no cérebro de Copeland, dando a habilidade de controlar um braço robótico com sua mente e sentir quando alguém tocasse os dedos da prótese.

Segundo os pesquisadores, trata-se da primeira vez que um implante neural permitiu que uma pessoa pudesse ter a sensação do toque através de uma prótese ao estimular diretamente seu cérebro. Em vídeo publicado pela universidade, Copeland descreve a sensação. “Eu senti como se tivesse meus dedos tocados ou empurrados”. A pesquisa foi publicada no jornal Science Translational Medicine. Os cientistas implantaram dois chips na região cerebral responsável por controlar os movimentos, o chamado córtex motor. Isso permitiu a Copeland controlar o braço robótico simplesmente ao pensar sobre isso. Vale ressaltar que o braço robótico não é incorporado ao seu corpo e sim a uma área externa localizada no laboratório.

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Outros dois chips adicionais foram implantados na parte do cérebro responsável pela sensação, o chamado córtex sensorial. Os eletrodos, então, são ligados a um computador externo por meio de cabos conectados a uma espécie de “tomada” instalada no crânio de Copeland. O computador foi conectado, por sua vez, a sensores no braço robótico. Quando alguém toca alguns dos dedos robóticos, os sensores retransmitem a informação ao computador, que depois dizem aos eletrodos para ativarem o córtex sensorial.

A pesquisa anuncia um grande passo para a recuperação de movimentos em pessoas com deficiência motora no futuro. No entanto, ainda levará tempo para que pacientes possam usufruir dela no dia a dia. Da mesma forma que exoesqueletos que não recorrem a sistemas tão invasivos, os cientistas de Pittsburgh precisam desenvolver uma forma de tornar a tecnologia acessível para uso além do laboratório. Por enquanto, a prótese robótica exige uma quantidade enorme de cabos e o sistema exige computadores robustos.

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Os resultados da recente pesquisa somam-se a outros bem-sucedidos na área, como a pesquisa do projeto Andar de Novo, comandada pelo neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis. No início de agosto, Nicolelis anunciou resultados inéditos do projeto, publicados na Scientific Reports. O artigo científico reflete os resultados dos primeiros doze meses da pesquisa clínica do Andar de Novo. A conclusão é que após uma espécie de treinamento “cerebral”, com uso de um exoesqueleto artificial, conectado a um sistema não invasivo que liga o cérebro humano a um computador e ainda sessões de realidade virtual, os pacientes conseguiram recuperação neurológica parcial, ou seja, retomaram parcialmente a habilidade motora, a sensação tátil, além de funções viscerais.

Fonte: SCIENCE TRANSLATIONAL
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