31/08/2020 - Uma equipe colaborativa de pesquisadores transformou o robô semelhante a um cachorro da Boston Dynamics em um minúsculo médico móvel, agora capaz de medir remotamente os sinais vitais dos pacientes a uma distância de mais de 1,8 m. Apelidado de Dr. Spot, o robô está atualmente sendo testado como uma forma de fazer a triagem segura de pacientes COVID-19 potencialmente contagiosos.
Após mais de uma década de desenvolvimento, o robô Spot da Boston Dynamics foi recentemente apresentado aos mercados comerciais. De inspecionar canteiros de obras a trabalhar em plataformas de petróleo, vários usos estão sendo explorados para este cão-robô, mas talvez um de seus novos trabalhos mais interessantes tenha surgido no início da pandemia COVID-19. Em abril, a Boston Dynamics começou a trabalhar com a equipe do Brigham and Women’s Hospital em Massachusetts. Os profissionais de saúde do hospital haviam sofrido uma série significativa de infecções e precisavam encontrar uma nova maneira de minimizar a exposição a pacientes contagiosos. A solução inicial era relativamente básica. Montagens personalizadas foram instaladas em robôs Spot, essencialmente criando uma plataforma de telemedicina móvel. Um suporte para iPad, com um rádio bidirecional, permitiu aos médicos fazer a triagem remota dos pacientes conforme eles se aproximavam do hospital.
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“Na robótica, um de nossos objetivos é usar automação e tecnologia robótica para remover pessoas de trabalhos perigosos”, diz Henwei Huang, um pesquisador do MIT que trabalha no projeto. “Achamos que deveria ser possível usar um robô para retirar o profissional de saúde do risco de se expor diretamente ao paciente.”
Desde abril, a equipe expandiu rapidamente as habilidades de Spot, desenvolvendo o que está sendo chamado de VitalCam - "uma plataforma de aquisição de sinais vitais assistida por robô para facilitar os sinais vitais sem contato em ambientes hospitalares". Alguns sinais vitais do paciente são mais fáceis de medir remotamente do que outros. A temperatura corporal, por exemplo, pode ser obtida de forma relativamente simples usando uma câmera infravermelha. Nesse caso, a equipe de pesquisa desenvolveu algoritmos para usar com mais precisão os dados da câmera infravermelha para medir a temperatura do corpo e da pele, incorporando fatores como temperatura ambiente e distância do paciente.
O novo sistema ainda não foi testado em condições hospitalares com pacientes doentes, mas suas medições foram confirmadas com precisão em indivíduos saudáveis MIT e Brigham and Women’s Hospital
A câmera infravermelha também pode medir a taxa de respiração de um paciente calculando as mudanças de temperatura em sua máscara facial. À medida que inspiram e expiram, as pequenas flutuações na temperatura da máscara permitem que as medições da frequência respiratória sejam coletadas. Três outras câmeras monocromáticas são incorporadas ao sistema VitalCam. Cada câmera é configurada para filtrar um espectro de luz altamente específico (670, 810 e 880 nanômetros, respectivamente). Rastrear esses comprimentos de onda específicos permite que o sistema detecte pequenas mudanças de cor nos vasos sanguíneos da pele. Essas alterações podem ser usadas para calcular o pulso de um paciente e sua saturação de oxigênio no sangue.
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“Não desenvolvemos realmente uma nova tecnologia para fazer as medições”, acrescenta Huang. “O que fizemos foi integrá-los muito especificamente para o aplicativo Covid, para analisar diferentes sinais vitais ao mesmo tempo.” Todo o sistema foi projetado para ser operado remotamente por um médico ou enfermeira usando um controlador portátil. Então, hipoteticamente, os pacientes poderiam ser triados e monitorados pelo Dr. Spot sem nunca precisar entrar em contato com um profissional de saúde humano.
Os resultados dos últimos testes VitalCam ainda não foram publicados em um jornal revisado por pares, no entanto, eles foram publicados em um jornal pré-impresso. O sistema até agora só foi testado em uma pequena coorte de indivíduos saudáveis. A próxima etapa será um teste preliminar em um ambiente de emergência hospitalar com pacientes COVID-19.
Fonte: https://newatlas.com/