CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Cientistas hackeam cérebros de moscas para torná-los controlados remotamente

cerebromosca118/07/2022, por Michael Irving - Pesquisadores da Rice University mostraram como podem hackear os cérebros de moscas-das-frutas para torná-los controlados remotamente. As moscas executaram uma ação específica dentro de um segundo de um comando enviado a certos neurônios em seu cérebro. A equipe começou manipulando geneticamente as moscas para que elas expressassem um certo canal iônico sensível ao calor em alguns de seus neurônios.

Quando esse canal detectava o calor, ele ativava o neurônio – nesse caso, esse neurônio fazia com que a mosca abrisse as asas, um gesto que costumam usar durante o acasalamento.

O gatilho de calor veio na forma de nanopartículas de óxido de ferro injetadas no cérebro dos insetos. Quando um campo magnético é ativado nas proximidades, essas partículas se aquecem, fazendo com que os neurônios disparem e a mosca adote a pose de asa aberta.

Para testar o sistema, os pesquisadores mantiveram essas moscas projetadas em um pequeno compartimento no topo de uma bobina magnética e as observaram com câmeras suspensas. E com certeza, quando o campo magnético foi ativado, as moscas abriram suas asas em cerca de meio segundo.

“Para estudar o cérebro ou tratar distúrbios neurológicos, a comunidade científica está procurando ferramentas que sejam incrivelmente precisas, mas também minimamente invasivas”, disse Jacob Robinson, autor do estudo. “O controle remoto de circuitos neurais selecionados com campos magnéticos é uma espécie de santo graal para as neurotecnologias. Nosso trabalho dá um passo importante em direção a esse objetivo porque aumenta a velocidade do controle magnético remoto, aproximando-o da velocidade natural do cérebro.”

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O objetivo direto da equipe é usar esse tipo de tecnologia para restaurar parte da visão de pacientes com deficiência visual. Ao estimular o córtex visual, eles podem ser capazes de ignorar os olhos. Técnicas semelhantes foram usadas para controlar os movimentos de camundongos, o que poderia levar a melhores tratamentos para problemas de mobilidade com suas causas no cérebro.

A DARPA, que está financiando o projeto, tem planos diferentes. Por fim, ela deseja desenvolver um fone de ouvido que possa ler a atividade neural no cérebro de uma pessoa e depois gravá-la em outro cérebro, basicamente transferindo pensamentos ou percepções entre as pessoas. Você seria perdoado por achar esse conceito um pouco assustador. A pesquisa foi publicada na revista Nature Materials.

Fonte: Universidade Rice