CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Cientistas forçam células cerebrais humanas em simulação semelhante a Matrix

cerebromatrix119/12/2021 - Células cerebrais humanas cultivadas em uma placa de Petri e auxiliadas por microeletrodos adquiriram a arte de jogar o videogame 'Pong' significativamente mais rápido do que a IA. Pesquisadores do Cortical Labs da Austrália aproveitaram centenas de milhares de células cerebrais humanas cultivadas em cima de matrizes de microeletrodos, ensinando o híbrido biotecnológico que eles apelidaram de 'DishBrain' a jogar uma versão single-player do antigo 'Pong'.

Eles então compararam a velocidade com que o mini-cérebro adquiriu a habilidade com a da inteligência artificial (IA). As células do cérebro humano derrotaram seus rivais, pegando o jeito do jogo em apenas cinco minutos, em comparação com os 90 minutos que a máquina levou para entender.

Brett Kagan, diretor científico do laboratório que lidera a pesquisa, disse à revista New Scientist, no entanto, que não é tão simples assim. Depois que a IA aprende a jogar, ela acaba sendo mais habilidosa do que as células do cérebro humano.

Não obstante, os cientistas por trás do projeto dizem que demonstrou que uma “única camada de neurônios corticais in vitro pode se auto-organizar e exibir um comportamento inteligente e senciente”.

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Além disso, isso também pode ter algumas implicações práticas, já que o Cortical Labs espera que a pesquisa ajude a abrir caminho para a integração de “neurônios biológicos vivos” com “computação tradicional de silício”, no que seria efetivamente um cérebro ciborgue adequado.

E se isso não fosse ficção científica o suficiente, os pesquisadores são citados pela New Scientist referindo-se às células do cérebro humano como "vivendo na Matrix". Aqui está o que isso significa: quando o mini-cérebro joga a versão simplificada de 'Pong' para um jogador, as células cerebrais são levadas a acreditar que são a raquete que acerta a bola no jogo.

Quanto ao experimento em si, as células cerebrais ficam em cima de matrizes de microeletrodos que as estimulam, enviando sinais elétricos para a matriz direita ou esquerda para indicar onde a bola está. Em resposta, o 'DishBrain' libera neurônios para mover a raquete, enquanto os mesmos eletrodos analisam a atividade neural e permitem que a realidade virtual responda de acordo.

Fonte: https://www.rt.com/