CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Laser, Hidrogênio Pesado e História Sendo Feita: EUA Conquistam Mais um Marco na Fusão Nuclear

fusaonucle12023 - A realização recente representa mais um avanço em direção à concretização de uma instalação comercial de fusão nuclear capaz de proporcionar uma fonte de energia inesgotável e limpa. O método de geração de energia por fusão nuclear emprega lasers para comprimir e aquecer uma cápsula contendo hidrogênio pesado. Em dezembro do ano anterior, cientistas dos Estados Unidos alcançaram pela primeira vez uma reação de fusão nuclear controlada que liberou uma quantidade de energia superior à necessária para iniciar o processo. A equipe de pesquisadores do Laboratório Nacional Lawrence Livermore, localizado na Califórnia, repetiu esse feito em um segundo experimento realizado na Instalação Nacional de Ignição (NIF) em ...

30 de julho. Durante essa segunda tentativa, conseguiram obter uma produção de energia ainda mais significativa. "Desde que evidenciamos a ignição por fusão pela primeira vez na NIF em dezembro de 2022, continuamos a realizar experimentos para explorar esse novo e fascinante domínio científico", afirmaram os autores em declaração ao Financial Times. "Conforme nossa prática habitual, planejamos apresentar esses resultados em futuras conferências científicas e em publicações sujeitas a revisão por pares".

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A sala NIF (sigla em inglês para Instalação Nacional de Ignição), do Laboratório Nacional Lawrence Livermore, é o maior e mais alto sistema de laser do mundo.

A equipe adota um método específico na geração de energia de fusão, conhecido como confinamento inercial. Este procedimento envolve a utilização de lasers e pastilhas contendo deutério e trítio, variantes de hidrogênio que incorporam nêutrons em seus núcleos. Durante essa operação, o hidrogênio pesado é contido em uma pequena cápsula suspensa em um dispositivo cilíndrico de raios-X denominado hohlraum. Este último é aquecido por lasers a uma notável temperatura de três milhões de graus Celsius, resultando na compressão do hidrogênio, promovendo a fusão do deutério e trítio, gerando hélio e liberando nêutrons com elevada velocidade.

No experimento realizado em dezembro, a produção alcançou aproximadamente 3,15 megajoules de energia de fusão, superando os 2,05 megajoules requeridos para acionar os lasers. No teste mais recente, a produção atingiu 3,5 megajoules. Essa realização representa mais um avanço em direção a uma central comercial capaz de fornecer energia inesgotável e livre de carbono, com uma mínima produção de resíduos radioativos e sem risco de colapso. Entretanto, mesmo diante desse progresso animador, o percurso à frente ainda é extenso. A instalação atual só permite um disparo a laser por dia, e a fração de energia liberada permanece relativamente baixa. Uma futura fábrica deverá ter a capacidade de atingir a cápsula várias vezes por segundo, visando alcançar uma produção dezenas de vezes superior àquela possível atualmente.

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