CURIOSIDADES

Zoológico na Argentina causa polêmica

zoo-lujan01/03/2012 - “Deus criou o gato para que a humanidade tenha o prazer de acariciar um tigre.” A frase, atribuída ao veterinário francês Fernand Mery, resume bem a atração e o medo que grandes felinos como onças, leões e tigres exercem no imaginário humano. Mas na Argentina não é preciso se contentar com persas, siameses ou um vira-lata. No Zoo Lujan, que fica a 70 quilômetros de Buenos Aires, visitantes podem entrar em suas jaulas para fazer carinho, dar leite e tirar fotografias, como se nada mais fossem que grandes gatos domésticos. Também é possível alimentar e interagir com elefantes e ursos. O zoo é um sucesso. Quem não gostaria de pegar um leão bebê no colo, tocar e dar leite a um tigre adulto ou ver bem ...

de perto um urso pardo sem correr riscos? Em sites de vídeos como o Youtube para ver uma porção de visitantes animados – muitos deles brasileiros - em aparente pacífica convivência com diferentes animais silvestres. Em fotos de 2009 publicadas em alguns veículos da imprensa mundial, uma mulher aparece sentada no lombo de um leão.

O controvertido Zoo Lujan existe desde 1994. A coleção inicial tinha um macaco, dois burros, dois pôneis, algumas lhamas e cervos, um casal de leões e alguns pavões, que faziam parte da coleção pessoal do dono, Jorge Alberto Semino. Com o tempo, Semino foi agregando novos exemplares, muitos vindos de doações, permutas e compras de criadores de animais, em especial aves, como melros e papagaios. Hoje, em um terreno de 15 hectares, estão abrigadas jaulas e setores arborizados, onde os visitantes podem, inclusive, passar o dia e fazer churrasco, além de interagir com os animais.

O grupo de leões africanos é o mais importantes entre os felinos do zoo, com mais de 80 animais. Há também 20 tigres de Bengala e 12 onças. Há cerca de 50 macacos de diferentes espécies da América do Sul, bem como um casal de elefantes, Sharima e Arly, que chegaram a Lujan em 1999, comprados de criadores da Sumatra. Já o casal de ursos pardos Leonel e Florencia foram comprados do Zoológico de Batan, na cidade argentina de Mar del Plata, em 2008, ainda filhotes.

Em seu site, o Zoo de Lujan diz que a compra de animais, o que eles preferem chamar de resgate, acontecem para salvar os animais das condições lamentáveis em que muitas vezes eles vivem, principalmente em circos.

Apesar do discurso consciente, Lujan é um lugar polêmico. Sua política de permitir o contato dos visitantes com os animais faz qualquer um mais atento franzir a testa e se perguntar se é possível – para não dizer desejável – domesticar espécies predadoras como leões, tigres e ursos sem sedativos, e colocá-los em contato direto com o público de forma a que nem eles nem os visitantes corram riscos.

Domesticados ou sedados?

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“Eu só tenho uma palavra para descrever o zoológico de Lujan: vergonha”, disse ao iG Carlos Fernandes Balboa, responsável pela parte de educação ambiental da Fundação Vida Silvestre, de Buenos Aires. Para Balboa, os animais representam um risco para os visitantes e cuidadores inexperientes. “Um tigre em ‘dia ruim’, como pode ter qualquer um, pode mudar a sorte dos visitantes”, diz. “Mas esse ‘dia ruim’ está minimizado pela evidente e surpreendente situação de todos os animais ferozes, que estão drogados, dopados ou com algum nível baixo de droga que os transforme em evidentes bichinhos de pelúcia.”

A direção do zoológico nega veemente o uso de remédios. Em uma carta respondendo a acusações sobre sedar os animais que foi postada na internet, o dono Jorge Semino diz que o zoo está aberto a quem queira comprovar seus métodos e que, em 18 anos de funcionamento, não se registrou nenhum acidente em Lujan.

No roteiro pelo zoológico, uma guia diz também que animais sedados costumam ser mais perigosos que os outros, porque se sentem tontos e acuados. Em entrevista ao iG, Santiago Semino, coordenador do zoológico, diz que os tratadores estão em contato com os animais desde que eles nascem e sabem ler suas reações e humores. “Isso evita acidentes”, afirma. “E se alguma coisa acontecer, a responsabilidade é nossa, como qualquer outro estabelecimento comercial”.

Em um vídeo institucional, o criador do lugar aparece brincando com leões e cuidando deles dentro de jaulas da sala de uma casa. Diz que os felinos do zoológico são todos nascidos em cativeiro e criados, desde pequenos, de forma a perder seu instinto predador e de competitividade. “Cuidamos deles desde o dia em que nascem, fazemos seus partos e somos parte de sua família desde que são bebês”, explica. Os felinos são criados junto com cães e tratados como tais – a ponto de, segundo o vídeo, serem levados para passear em grandes coleiras por seus tratadores. Dessa forma, se tornariam bichos mansos, quietos e aptos a manter contato com os humanos.

Brecha na lei

Mesmo assim, para os ambientalistas argentinos, o zoo de Lujan estaria fechado se não fossem por razões comerciais e políticas. Seria realmente difícil que um zoológico pequeno e afastado conseguisse competir com os maiores da região, como o Zoológico de Buenos Aires e o de Temaiken, a não ser pelo fato de deixar tocar nos bichos.

Eles acusam o zoo de não cumprir a lei estadual 2308 de 2001, do estado de Buenos Aires, que proíbe o contato de seres humanos com animais selvagens ou perigosos, responsabilizando os estabelecimentos pela segurança dos animais, do público e de seus funcionários. Em outro artigo, o decreto diz que em cada jaula deve haver placas informativas sobre os animais e que os zoológicos devem complementar a atividade educativa.

Mas o Zoo Lujan alega que os seus animais são nascidos em cativeiro, domesticados e mansos, e por isso não podem ser considerados selvagens ou perigosos. “Não somos um zoológico ilegal. O governo faz inspeções regularmente, temos que entregar balanços a cada quatro meses, os controles são bem estritos. Estamos totalmente em acordo com o Ministério do Meio Ambiente. O zoológico está aberto desde 1994 e nunca foi fechado. Seria impossível ser diferente”, explicou Santiago Semino ao iG.

“Um grande negócio”

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Mas será que se pode comparar o zoológico de Lujan com os parques de vida selvagem da Austrália e da África, por exemplo, onde se tem contato com bichos que estão soltos em reproduções de seu habitat e não domesticados?

“O zoológico de Lujan cria uma imagem fictícia da natureza dos animais e não tem valor educativo. É apenas um grande negócio que viola os direitos dos animais", diz o Enrique Vidal, presidente da Associação Argentina de Advogados Ambientais. “Eu não sou contra a demonstração de bondade de um animal em cativeiro, já que isso também melhora seu manejo nestas condições. Mas qualquer um entrar numa jaula com um leão? Onde está a imagem de respeito em relação a uma espécie que naturalmente é nossa predadora? Qual a mensagem do passeio?”, pergunta Balboa, da Fundação Vida Silvestre.

A direção do lugar, por outro lado, diz que é muito caro manter um zoológico como esse e que eles não contam com nenhum tipo de investimento extra, e por isso não é possível ainda reproduzir o habitat natural dos animais.

“Não temos que justificar o que fazemos. Nós damos a possibilidade de seres humanos terem uma relação com os animais. Esse tipo de prática é muito nova, começou a ser estudada na década de 1950, e mostra que algumas espécies podem ter seu comportamento modificado. Esses animais são nascidos em cativeiro e não podem voltar para a natureza, já perderam seus instintos. Há duas possibilidades: que eles fiquem dentro das jaulas e os visitantes do lado de fora, ou que as pessoas entrem, façam fotos, vídeos e os conheçam de perto”, diz Santiago Semino.


“Eu não deixaria minha mãe entrar naquela jaula”, afirma especialista

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01/03/2012 - Será possível domesticar predadores como tigres e leões, conhecidos por sua ferocidade, a ponto de ser perfeitamente seguro entrar em suas jaulas para tocá-los e tirar fotografias, como se fossem cães ou gatos? Para responder a essa pergunta, o iG mostrou a diversos especialistas os vídeos e fotos feitos no Zoo Lujan, bem como materiais institucionais disponíveis na Internet, e eles afirmaram em unanimidade: algum treinamento é possível, mas o risco de ferimentos e morte existe e não é desprezível.

De acordo com biólogos e veterinários especializados em animais selvagens, a domesticação é um processo longo, que leva várias gerações e seleção genética de animais (como o que foi feito cães e gatos ao longo de milhares de anos). O que acontece em Lujan são treinamentos e condicionamentos comportamentais. Os animais, por mais dóceis e bem tratados que pareçam, continuam selvagens e não perdem seus instintos. "Não quer dizer que você conseguiu romper com uma história evolutiva da espécie", explicou ao iG o veterinário Gelson Genaro, especialista em comportamento de felinos. E o mesmo vale para elefantes e ursos.

No entanto, ao observar um vídeo em que Jorge Semino explica sua técnica, todos afirmaram que ela fazia sentido. Quando acostumados desde a infância com seres humanos, os animais tendem a entendê-los como iguais, e não os atacam. Além disso, algumas técnicas, como recompensá-los por bom comportamento (o que parece ser ser o que os tratadores em Lujan fazem quando dão leite aos felinos) e tratar animais adultos como se ainda fossem filhotes, realmente os fazem ficar mais tranquilos e tolerar melhor o contato com pessoas.

"Todo animal em cativeiro tem algum tipo de treinamento", diz Mara Cristina Marques de Azevedo, bióloga do Departamento Técnico de Mamíferos do Zoológico de São Paulo. Mas o costume é treiná-los para facilitar ao trabalho dos tratadores e veterinários -- e ainda assim, evita-se treiná-los para terem comportamentos que eles não teriam naturalmente. Além disso, filhotes sempre ficam com a mãe, a não ser em casos especiais, quando ela não tem leite ou rejeita a cria, como foi o caso do urso polar Knut, na Alemanha. Mas nesses casos, é importante que o animal volte a conviver com seus iguais assim que possível. "Para ele entender que não é humano. Até porque ele pode não querer machucar, mas também não entende a força que tem", explica Mara. Um tigre siberiano, cuja patada tem a força de três toneladas, pode derrubar um búfalo de 500 quilos com um tapa.

"Sempre existe o risco do animal ter uma reação imprevísivel", alerta Mara. Um caso clássico foi o de Roy Horn, da dupla alemã Siegfried & Roy, cuja longa carreira de espetáculos de mágica em Las Vegas acabou em outubro de 2003 quando Manticore, um tigre branco de Bengala de seis anos e meio criado por Horn desde filhotinho, o atacou durante um show, mordendo-o no pescoço e o arrastando para fora do palco. Horn ficou parcialmente paralisado. Um inquérito acabou sem conclusões definitivas sobre o que teria motivado o ataque -- entre veterinários especializados em animais selvagens, circula a versão de que Manticore estaria sofrendo com as dores de um dente quebrado. "Felinos ainda dão sinais prévios de que algo está errado, mas um urso, por exemplo, não demonstra nada. E elefantes têm ótima memória -- podem lembrar de maus tratos anos depois que eles aconteceram e reagir de acordo", diz Mara.

"Eu entraria na jaula, porque conheço os animais e sei como eles se comportam, mas não deixaria minha mãe entrar", afirma Genaro.

Mas Lujan não é o único na América do Sul a oferecer experiências radicais com grandes felinos. Na reserva de Ambue Ari, na Bolívia, voluntários passeiam pela floresta com onças pintadas na coleira, em troca de uma taxa de manutenção do santuário. Ali, os visitantes assinam um termo de responsabilidade afirmando que estão cientes dos riscos que correm. Em Lujan, apesar de relatos na internet que o mesmo acontecia, nada foi pedido das repórteres do iG além do valor do ingresso.

Tamanha segurança dos donos do zoo pode vir de outros motivos. É possível que aconteça uma seleção dos animais mais dóceis do grupo para ficar em exposição ou ainda que eles estejam sendo sedados, de acordo com o veterinário venezuelano Rafael Hoogesteijn, representante no Brasil da ONG internacional Panthera, que trabalha na conservação de grandes felinos. "A atitude que vi [no vídeo do iG] não é normal entre grandes felinos," disse, referindo-se ao momento em que uma visitante acaricia um leão profundamente adormecido. Hoogesteijn acredita que não precisaria ser algo tão forte quanto um tranquilizante, bastaria um leve antidepressivo para deixá-los dependentes.

Os especialistas concordam que a aproximação pode sensibilizar o público para os riscos que eles correm na natureza. Tigres siberianos, por exemplo, estão seriamente ameaçados de extinção. "A gente precisa dessa exposição dos animais em prol da educação", diz o veterinário Roberto Fecchio, especializado em animais silvestres. Porém, segundo Fecchio, os mesmos benefícios poderiam ser alcançados com girafas, alguns tipos de primatas ou araras: espécies que, ao contrário de um leão ou um urso, são incapazes de matar um ser humano com um simples safanão.


Zoo de Lujan: mágico, polêmico e controverso

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Em recente visita ao Chile e à Argentina, mudamos um pouco nosso roteiro de viagem para poder conhecer o zoológico de Lujan, localizado a cerca de setenta quilômetros de Buenos Aires. Fomos até lá por iniciativa de minha irmã, que é veterinária e fez diversos cursos na área de animais silvestres.

O lugar é conhecido por permitir que os visitantes entrem nas jaulas dos bichos e possam acariciar tigres, leões, ursos, macacos, elefantes e camelos. Se fizermos uma pesquisa rápida no Google, aparece uma série de fotos de turistas do mundo todo que visitaram o zoo e fazem poses ao lado dos animais. Ao ver as imagens, tomei o caminho de Lujan bastante ressabiada e já previamente revoltada, imaginando todos os maus tratos aos quais os animais eram submetidos para se mostrarem tão pacíficos diante dos seres humanos.

Há cerca de três anos, em uma primeira viagem a Buenos Aires, eu e meu marido visitamos o zoológico municipal da cidade, um espaço grande, em plena praça Itália. Saímos de lá muito chateados. Os animais do local se mostravam extremamente estressados e mal cuidados. O lugar é barulhento e não há nada que impeça que as pessoas atirem alimentos e outros objetos dentro dos recintos. Vimos crianças jogando pães na cabeça de um urso para que ele acordasse e adultos socando uma jaula de vidro para provocar um leão. Este, bastante irritado, pulava contra o vidro e garantia gargalhadas e muitas fotos aos turistas “sem noção”.

Em Lujan, esperava encontrar algo semelhante, mas não foi isso o que aconteceu. Depois de uma viagem de cerca de duas horas com ônibus de linha, a aparente tranquilidade do lugar me surpreendeu e até agora não sei ao certo o que pensar e como me posicionar diante do que vi e senti. Algo que eu achei que nunca aconteceria aconteceu: deixei o medo de lado e me rendi ao apelo do lugar, entrando nas jaulas dos animais e me deliciando por poder tocar o pelo de um tigre e dar comida a um elefante. Polêmicas a parte, foi uma experiência única na vida e tentadora.

Logo na entrada do zoo, há uma jaula com filhotinhos de leões, mantidos na companhia de cachorros e separados do público por grades com cerca de 1,60 de altura. O primeiro pensamento que tive foi: “como fazem para que os animais não pulem as grades e saiam da área do zoo?”. Esta é uma pergunta que ficou sem resposta.

Ao entrar no zoológico, o visitante não recebe qualquer tipo de orientação que garanta seu bem-estar e segurança. Apenas um mapa do local. O acesso às jaulas dos animais é feito na companhia de tratadores, que pedem aos visitantes que não toquem na cabeça dos bichos, apenas nas costas. Em todos os recintos dos felinos, os animais são mantidos na companhia de cachorros. Tigres e cães brincam e rolam no chão como se fossem iguais e assim também se comportam diante dos seres humanos. Têm muita comida e brinquedos à disposição.

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Por um único momento durante a visita um tigre branco lembrou ao público que não era um gatinho indefeso. Isto aconteceu no momento em que uma visitante desobedeceu a orientação do tratador e se apoiou na parte superior do corpo do bicho para tirar uma foto. O felino se irritou, rugiu e ficou de pé, largando o bife que tinha na boca e prendendo o dente na roupa da moça. Nessa hora pensei: “eu sabia que não era seguro, chegou a hora da tragédia acontecer”. Porém, com algumas poucas palavras e uma mamadeira o tratador acalmou o animal, que voltou a se comportar com docilidade. Todo mundo que presenciou a cena respirou com tranquilidade e eu saí sem entender como era possível que o bicho não tivesse atacado.

Acho que diante do que vi em Lujan, o “entender” é justamente o mais difícil. Os responsáveis pelo local dizem que os animais não são violentos com as pessoas porque são criados com elas e com cães desde que nascem, perdendo seus instintos de predadores e não as enxergando como comida. Já li alguns artigos acusando o zoológico de dopar os animais. Não sou uma especialista no assunto, mas os bichos que vi não me pareceram dopados. Apenas um leão, bastante velhinho, estava sonolento e pouco disposto a interagir.

Após uma única visita, não sei dizer como o zoológico de Lujan consegue fazer para que seus animais demonstrem tanta docilidade e para que nunca um acidente fatal envolvendo um turista tenha acontecido. Ao contrário do que esperava, também não posso dizer que os bichos estão em estado extremo de sofrimento. Não vi chicotes nas mãos dos treinadores (será que escondem isso do público?), todos os animais são bem alimentados e têm uma aparência bonita. Perto do zoológico de Buenos Aires (um zoológico comum, em que não há contato físico entre pessoas e animais), o zoológico de Lujan parece até um oásis. Muito mais limpo, com recintos mais apropriados e moradores aparentemente menos estressados. Também vi coisa muito pior em circos que, até alguns atrás, eram autorizados a se apresentar em Curitiba.

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Porém, continuo a me perguntar: o que está por trás de Lujan? Apesar de ter me rendido ao lugar e não conseguir deixar de me sentir satisfeita por ter chegado tão perto de alguns animais, não consigo aceitar como natural sair viva da jaula de um leão. Não consigo achar que um tigre que tenha comportamento de cachorro não seja vítima de sofrimento, por mais que tenha comida em abundância e receba carinho dos tratadores. É antinatural e as grades da jaula estão ali justamente para comprovar que ele não é um bichinho de estimação.

Apesar de Lujan definivamente não ter sido o pior lugar que vi no que diz respeito ao maltrato de animais, a única conclusão é que eu preferia que ele não existisse. Como em qualquer outro zoológico, os animais que estão ali são vítimas da crueldade do ser humano e só por culpa do homem não podem mais voltar a seu habitat natural. Acredito que a domesticação, por si só, seja uma das piores formas de violência.


Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br
          http://cintiavegas.wordpress.com