Imagine caminhar pelas ruínas de Pompeia, um cenário que carrega ecos de uma tragédia antiga. A cidade, sepultada em 79 d.C. pelo Monte Vesúvio, é mais que um destino turístico: é um portal para a história. Mas, para alguns, essa conexão com o passado se transforma em algo mais sombrio – uma suposta maldição que assombra os que ousam roubar lembranças do local.Recentemente, uma mulher devolveu pedaços de pedras vulcânicas que havia levado de Pompeia. Junto das pedras, entregues ao diretor do parque arqueológico, Gabriel Zuchtriegel, ela deixou uma carta comovente, na qual confessa seu arrependimento e compartilha uma história inquietante. "Eu não sabia sobre a maldição", escreveu a mulher, revelando que um ano após a visita desenvolveu câncer de mama. "Sou uma mulher jovem e saudável, e os médicos disseram que foi 'apenas má sorte'." Sentindo-se atormentada, ela decidiu devolver as pedras e pediu desculpas. No final, expressou seu remorso em italiano: "mi dispiace".
Zuchtriegel, em uma postagem no Twitter, respondeu à remetente anônima com um tom de compaixão. "Querida amiga, as pedras estão de volta a Pompeia. Agora, boa sorte para o seu futuro e in bocca al lupo [boa sorte]!"
As Cartas da Culpa: Não É Apenas Coincidência?
O caso da turista não é isolado. Sophie Hay, arqueóloga que trabalha no parque, compartilhou em suas redes sociais outros relatos semelhantes. Visitantes arrependidos têm devolvido objetos furtados acompanhados de bilhetes emocionantes. Alguns acreditam que esses souvenirs carregam uma energia sombria, outros atribuem azar a uma possível "maldição" vinculada ao local.
Um dos casos mais emblemáticos é o de uma mulher canadense chamada Nicole, que devolveu artefatos roubados de Pompeia 15 anos após a visita. Em sua carta, ela descreveu uma sequência de infortúnios que incluiu dois diagnósticos de câncer de mama e dificuldades financeiras devastadoras. "Esses objetos têm muita energia negativa... ligados a essa terra de destruição", escreveu. "Por favor, leve-os de volta."
Nicole não estava sozinha. Junto de seu pacote, ela incluiu uma confissão de um casal canadense que também havia furtado relíquias em 2005. Eles se arrependeram ao perceber que haviam desrespeitado a memória das vítimas da tragédia.
A "Maldição" de Pompeia: Verdade ou Superstição?
A lenda da maldição de Pompeia circula há décadas. Embora o conceito pareça saído de um roteiro de filme, ele ressoa profundamente entre aqueles que ousaram violar a integridade das ruínas. Curiosamente, muitos visitantes relatam azar, problemas de saúde ou desastres pessoais após levar pedaços de Pompeia como recordação.
Pode ser coincidência? Certamente. No entanto, as cartas mostram algo mais profundo: um peso psicológico. A culpa por perturbar o local onde tantas vidas foram tragicamente interrompidas parece cobrar seu preço, seja de maneira real ou simbólica.
Artefatos Perdidos e o Mercado Negro
Nem todos os ladrões se arrependem. Em 2015, um tijolo das ruínas foi encontrado à venda no eBay, mostrando que algumas pessoas veem os artefatos como meros itens de valor financeiro. Apesar disso, há aqueles que, ao herdar itens de Pompeia de parentes ou encontrá-los entre pertences antigos, optam por devolvê-los, talvez movidos pela mesma crença na maldição.
Um Aviso Para Todos os Visitantes
As ruínas de Pompeia não são apenas pedras e poeira. Elas são testemunhas de uma tragédia que marcou profundamente a história da humanidade. Levar um pedaço dessa história pode parecer tentador, mas a narrativa de arrependimento e azar dos que roubaram artefatos serve como um aviso: alguns fragmentos do passado não estão destinados a ser tocados. E você, ao visitar um lugar histórico, pensaria duas vezes antes de levar um "souvenir"? Afinal, como diria o ditado italiano: "Chi tocca i fili, muore" – quem mexe onde não deve, pode pagar um preço alto.