O Primeiro Rambo Nas Telonas: Uma História Que Poucos Conhecem

O Primeiro Rambo Nas Telonas: Uma História Que Poucos Conhecem

Quando se fala em Rambo, a primeira imagem que vem à mente é Sylvester Stallone, músculos à mostra, bandana na testa, e um ar de resistência inabalável. Ele cravou seu lugar na história do cinema ao interpretar o veterano de guerra em "Nascido para Matar" (1982), mas, acredite ou não, Stallone não foi o primeiro a dar vida ao icônico personagem. A verdadeira origem de Rambo no cinema é uma história cheia de curvas inesperadas e reviravoltas curiosas.

Vamos voltar no tempo. Rambo antes de Stallone? Sim, é verdade! Sete anos antes de Stallone nos presentear com sua versão intensa de John Rambo, o nome já havia aparecido nas telonas — em um filme italiano! Sim, você não leu errado. Em 1975, Tomas Milian, um ator cubano com uma carreira sólida na Itália, leu o livro "First Blood" de David Morrell durante uma viagem aos EUA e ficou fascinado. Chegando em Roma, ele teve uma ideia ousada: sugerir ao diretor Umberto Lenzi que fizesse uma adaptação cinematográfica do livro. Só que as coisas não saíram exatamente como esperado.

Lenzi, com uma veia criativa um tanto quanto rebelde, não queria seguir o romance de Morrell à risca. Resultado? Em vez de uma adaptação fiel, nasceu o filme A Cidade de um Justiceiro. O personagem principal? Um motociclista durão, chamado "Rambo". Mas, calma! Não é o Rambo que você está pensando. Este Rambo era apenas um nome emprestado, sem as camadas psicológicas e o peso emocional que Stallone traria anos depois.

Curiosidade: o que A Cidade de um Justiceiro tem a ver com o Rambo que conhecemos? Quase nada!

No filme italiano, Rambo não era um veterano de guerra lidando com traumas. Em vez disso, ele era um motociclista em busca de vingança após seu amigo ser morto por gangues rivais. A semelhança entre as duas versões termina no nome. Mesmo assim, essa história é uma curiosidade que poucos fãs do cinema de ação conhecem. Talvez seja difícil imaginar Stallone assistindo a essa primeira "versão" e pensando: “Esse é o meu Rambo”. Pois bem, ele provavelmente não pensou isso. Pelo contrário, anos depois, quando finalmente conseguiu ver o corte inicial do seu próprio Rambo, ele ficou tão horrorizado que queria destruir todas as cópias.

O primeiro corte de "Nascido para Matar" assustou Stallone

Vamos pular para 1982. Stallone já era uma estrela de cinema, famoso pelo papel de Rocky Balboa, e agora se preparava para interpretar John Rambo, o soldado marcado pelas cicatrizes da Guerra do Vietnã. A expectativa era alta. No entanto, o que ele não esperava era que a primeira versão do filme fosse tão brutal que ele mal conseguiu assisti-la. O corte inicial de Nascido para Matar tinha quase três horas de duração, um verdadeiro teste de resistência para quem se atreveu a encarar.

Ao assistir àquele épico de sangue e dor, Stallone ficou fisicamente mal. Sua primeira reação? Tentar comprar todas as cópias e destruir o filme para que ninguém mais passasse por essa experiência. Claro, essa ideia não foi muito bem recebida pelos produtores. Então, o jeito foi pegar a tesoura (ou melhor, chamar uma ótima editora). Joan E. Chapman entrou em cena e fez um milagre, cortando o filme para 93 minutos. O resultado? Um clássico do cinema de ação que, apesar de todo o processo turbulento, solidificou Stallone como um dos grandes nomes de Hollywood.

O fim alternativo que quase mudou tudo

Agora, uma pequena trivia que poucos sabem: o final de Nascido para Matar quase foi muito mais sombrio. Na versão original, Rambo teria morrido. Isso mesmo! O veterano que já havia passado por tantas batalhas externas e internas teria sucumbido ao peso de seus traumas e cometido suicídio. Se essa fosse a versão lançada, talvez hoje estivéssemos falando de Rambo com um tom bem diferente. Mas Stallone, em um raro momento de otimismo em meio à escuridão, insistiu em um final que mostrasse a resiliência do personagem.

Esse final que conhecemos, onde Rambo vive para lutar outro dia, foi um símbolo poderoso. Em vez de desistir, ele resistiu. Isso não só deu à franquia a chance de continuar (e como continuou!), mas também ofereceu uma mensagem mais profunda sobre sobrevivência e redenção, especialmente em uma época em que muitos veteranos de guerra nos EUA ainda enfrentavam seus próprios demônios.

Rambo: um ícone que transcendeu o cinema

Hoje, Rambo não é apenas um personagem. Ele se tornou um símbolo de força, resiliência e até mesmo de vulnerabilidade — um herói imperfeito lutando em um mundo cruel. E pensar que tudo isso começou com uma adaptação italiana quase esquecida e um corte de filme que quase foi destruído!

E aí, o que acha dessa história toda? Incrível como o mundo do cinema é cheio de surpresas, não? Quem diria que o Rambo que conhecemos hoje quase não existiu, ou que seu nome já havia sido usado anos antes em um contexto totalmente diferente? O cinema, assim como a vida, é cheio de ironias e reviravoltas. E, no fim das contas, é isso que torna tudo mais interessante.