As Drogas - Parte 1

droga1bDroga é toda e qualquer substância, natural ou sintética que, introduzida no organismo modifica suas funções. As drogas naturais são obtidas através de determinadas plantas,de animais e de alguns minerais. Exemplo a cafeína (do café), a nicotina (presente no tabaco), o ópio (na papoula) e o THC tetrahidrocanabiol (da maconha). As drogas sintéticas são fabricadas em laboratório, exigindo para isso técnicas especiais. O termo droga, presta-se a várias interpretações, mas comumente suscita a idéia de uma substância proibida, de uso ilegal e nocivo ao indivíduo, modificando-lhe as funções, as sensações, o humor e o comportamento. As drogas estão classificadas em três categorias: as estimulantes, os depressores e os perturbadores das atividades mentais. O termo droga envolve os analgésicos, estimulantes, alucinógenos, tranquilizantes e barbitúricos, além do álcool e substâncias voláteis.

As psicotrópicas, são as drogas que tem tropismo e afetam o Sistema Nervoso Central, modificando as atividades psíquicas e o comportamento. Essas drogas podem ser absorvidas de várias formas: por injeção, por inalação, via oral, injeção intravenosa ou aplicadas via retal (supositório). Intoxicação Aguda - É uma condição transitória seguindo-se a administração de álcool ou outra substância psicoativa, resultando em perturbações no nível de consciência, cognição, percepção, afeto ou comportamento, ou outras funções ou respostas psicofisiológicas.Uso Nocivo É um padrão de uso de substância psicoativa que está causando dano à saúde. O dano pode ser físico (como no caso de hepatite decorrente da administração de drogas injetáveis) ou mental (ex. episódio depressivo secundário a um grande consumo de álcool). Toxicomania - A toxicomania é um estado de intoxicação periódica ou crônica, nociva ao indivíduo e à sociedade, determinada pelo consumo repetido de uma droga, (natural ou sintética). Suas características são:

 

1 - irresistível desejo causado pela falta que obriga a continuar a usar droga.

2 - tendência a aumentar a dose.

3 - dependência de ordem psíquica (psicológica), às vezes física acerca dos efeitos das drogas.

Síndrome de Dependência

É um conjunto de fenômenos fisiológicos, comportamentais e cognitivos, no qual o uso de uma substância ou uma classe de substâncias alcança uma prioridade muito maior para um determinado indivíduo, do que outros comportamentos que antes tinham mais valor.

Uma característica central da síndrome da dependência é o desejo (frequentemente forte e algumas vezes irresistível) de consumir drogas psicoativas as quais podem ou não terem sido prescritas por médicos.

Codependência

Codependência é uma doença emocional que foi "diagnosticada" nos Estados Unidos por volta das décadas de 70 e 80, em uma clínica para dependentes químicos, através do atendimento a seus familiares. Porém, com os avanços dos estudos das causas e dos sintomas, que são vários, chegou-se à conclusão de que esta doença atinge não apenas os familiares dos dependentes químicos, mas um grande número de pessoas, cujos comportamentos e reações perante a vida são um meio de sobrevivência.


Os codependentes são aqueles que vivem em função do(s) outro(os), fazendo destes a razão de sua felicidade e bem estar. São pessoas que têm baixa auto-estima e intenso sentimento de culpa. Vivem tentando "ajudar" outras pessoas, esquecendo, na maior parte do tempo, de viver a própria vida, entre outras atitudes de auto-anulação. O que vai caracterizar o doente é o grau de negligenciamento de sua própria vida em função do outro e de comportamentos insanos.

A codependência também pode ser fatal, causando morte por depressão, suicídio, assassinato, câncer e outros. Embora não haja nas certidões de óbito o termo codependência, muitas vezes ela é o agente desencadeante de doenças muito sérias. Mas pode-se reverter este quadro, adotando-se comportamentos mais saudáveis. Os profissionais apontam que o primeiro passo em direção à mudança é tomar consciência e aceitar o problema.

Abstinência Narcótica

Independente de sexo ou idade, na gravidez ou não, sempre que se suspendem de forma abrupta os narcóticos, poderá eclodir numa pessoa viciada nestas drogas, uma sequência de sintomas que vão caracterizar a síndrome de abstinência narcótica.

As primeiras 4 horas de abstinência

- Ansiedade, comportamento de procura da droga


As primeiras 8 horas de abstinência

- Ansiedade, procura da droga, lacrimejamento, coriza intensa, bocejos frequentes, sudorese excessiva, adinamia, fraqueza geral

As primeiras 12 horas de abstinência

- Ansiedade, procura da droga, lacrimejamento, coriza intensa, bocejos frequentes, sudorese excessiva, adinamia, fraqueza geral, dilatação das pupilas, tremores musculares, ondas de frio, ondas de calor, ereção dos pelos cutâneos, dores ósseas, dores musculares

As primeiras 18-24 horas de abstinência

- Ansiedade, procura da droga, lacrimejamento, coriza intensa, bocejos frequentes, sudorese excessiva, adinamia, fraqueza geral, dilatação das pupilas, tremores musculares, ondas de frio, ondas de calor, ereção dos pelos cutâneos, dores ósseas, dores musculares, insônia, náusea, vômitos, muita inquietação, aumento da frequência respiratória, pulso rápido, aumento da profundidade da respiração, aumento da pressão arterial, hipertermia (febre), dor abdominal

As primeiras 24-36 horas de abstinência

- Ansiedade, procura da droga, lacrimejamento, coriza intensa, bocejos frequentes, sudorese excessiva, adinamia, fraqueza geral, dilatação das pupilas, tremores musculares, ondas de frio, ondas de calor, ereção dos pelos cutâneos, dores ósseas, dores musculares, insônia, náusea, vômitos, muita inquietação, aumento da frequência respiratória, pulso rápido, aumento da profundidade da respiração, aumento da pressão arterial, hipertermia (febre), dor abdominal, diarréia, ejaculação espontânea, perda de peso, orgasmo espontâneo, sinais de desidratação clínica, aumento dos leucócitos sanguíneos, aumento da glicose sanguínea, acidose sanguínea, distúrbio do metabolismo ácido-base

Síndrome de abstinência no recém-nascido

Costuma ocorrer após 48 horas do parto de uma gestante viciada em narcóticos com as características:

- Febre, tremor, irritabilidade, vômitos, hipertonicidade muscular, insuficiência respiratória, convulsão, choro agudíssimo, muitas vezes pode ocorrer a morte do recém-nascido

(Fonte: Salvar o Filho Drogado, Dr. Flávio Rotman, 2ª edição, Editora Record)

Gírias utilizadas por usuários de drogas

queimar um - fumar

mocosar - esconder

caretaço - livre de qualquer efeito da maconha

sussu - sossego

rolê - volta

pifão - bebedeira

rolar - preparar um cigarro

cabeça feita - fuma antes de ir a um lugar

chapado - sob o efeito da maconha

bad trip - viagem ruim, com sofrimentos

nóia - preocupação

marofa - fumaça da maconha

tapas - tragadas

palas - sinais característicos das drogas

larica - fome química

matar a lara - matar a fome química

maricas - cachimbos artesanais

pontas - parte final da maconha não fumada

cemitério de pontas - caixinha ou recipientes plásticos usados para guardar as pontas

pilador - socador para pressionar a maconha já enrolada dentro da seda

dichavar o fumo - soltar a maconha compactada em tijolos ou seus pedaços e separar as partes que lhe dão gosto ruim

sujeira - situação perigosa

dançou - usuário que foi flagrado fumando

mocós - esconderijos de droga

"pipou uma vez, está fisgado"

Quais tipos de exames toxicológicos existentes? Eles detectam qualquer droga? A partir de quando eles dão positivo?
A análise toxicológica para verificação do consumo de drogas vem sendo utilizada no meio profissional, no esporte, no auxílio e acompanhamento da recuperação de usuários em clínicas de tratamento e em pesquisas. Há testes disponíveis para a detecção de qualquer tipo de substância psicoativa (maconha, cocaína, barbitúricos, opiáceos, anfetaminas e êxtase).

Atualmente há três tipos de exames capazes de detectar a presença de drogas no organismo:

Exame de Urina

As drogas são geralmente destruídas (metabolizadas) pelo fígado e eliminadas pela urina. Portanto, analisar a urina em busca de metabólitos das drogas é um dos métodos para se detectar a presença do consumo de drogas. A urina é geralmente aceita como amostra para verificar o uso recente de drogas de abuso, mas não permite distinguir o usuário ocasional do abusivo ou do dependente.

O período de duração da detectabilidade das drogas varia de acordo com a freqüência e intensidade do uso das mesmas. Este período pode variar de poucas horas até 27 dias (ver tabela abaixo). A análise de amostras de urina podem detectar o uso de maconha e de cocaína em períodos mais longos. Já o álcool é metabolizado e eliminado rapidamente e os exames toxicológicos detectam somente o uso feito nas últimas horas.

A exata concentração da droga ou de seu metabólito presente na urina não pode ser estimada; oferecendo um resultado preliminar. A quantificação da droga é realizada, quando solicitada, por metodologia específica em centros especializados. Portanto, a interpretação do resultado desta triagem deve ser submetida à consideração clínica e ao julgamento profissional do médico. Ainda, as concentrações de detecção do método seguem as recomendações da "Substance Abuse and Mental Health Services Administration" SAMHSA, EEUU.

Exame de Sangue

Pesquisa direta da droga no sangue. O exame de sangue possibilita apenas verificar o uso recente de substâncias (algumas horas). Este exame é realizado em centros especializados.

Teste do Cabelo

A análise de cabelos à procura de drogas lícitas e ilícitas está cada vez mais sendo reconhecida como uma poderosa ferramenta para a investigação do uso de drogas. A maior utilidade e eficácia da análise de cabelos em relação às análises de sangue e urina deve-se principalmente a quatro propriedades únicas: a resistência de evasão de testes de cabelo, sua longa visão geral retrospectiva do uso de drogas, e sua capacidade de fornecer medidas tanto quanto a severidade e padrão do uso de droga.


O teste de cabelo no ambiente de trabalho para a prevenção de uso de drogas viciantes (cocaína, opiáceos, metanfetaminas, maconha, e PCP) fornece mais segurança e vantagens sobre outras formas de testes de drogas.

As vantagens do uso de testes de análise de cabelo para os empregadores incluem:

1.  Os testes de cabelos fornecem uma ampla janela de detecção do uso de drogas, tipicamente três meses, para a verificação de drogas em ambiente de trabalho. Conseqüêntemente, a principal estratégia para evitar a janela de detecção de três dias nos exames de urina em testes de seleção para empregos, a abstenção temporária, não pode ser aplicada contra testes de cabelo.
2.  A matriz capilar fornece um ambiente altamente protetor e inerte para os elementos a serem analisados. Isto resulta em estabilidade dos elementos a serem analisados por maiores períodos de tempo, mesmo na ausência de refrigeração. A estabilidade por centenas de anos dos elementos a serem analisados foi demonstrada para cocaína e morfina usando-se espécimes históricos de cabelos. Esta estabilidade excepcional dos espécimes a serem analisados permite o conveniente transporte e estocagem de espécimes de cabelo sem necessidade de refrigeração.

3.  Como as amostras de cabelo são extensivamente lavadas antes da análise, os procedimentos usados para corromper as amostras eficazes contra a análise de urina, tais como adulteração dos espécimes, não podem ser empregados contra a análise de cabelo. Além disso, devido ao período prolongado envolvido, o consumo de água e outras tentativas de limpeza do sistema são ineficazes contra a análise de cabelo.

4.  Lavagem normal, permanente, alizamento, ou alvejamento de cabelo também são táticas evasivas ineficazes se forem usados procedimentos apropriados para extração envolvendo o domínio inacessível dos cabelos

As vantagens de análise usando o teste de cabelo para os funcionáios incluem:

1.  No caso de um resultado inicial ser contestado, uma segunda amostra, recentemente coletada (amostra de "rede de segurança") pode ser obtida, que pode replicar o mesmo período de tempo do teste original. Tal repetição não é possível com testes de urina porque a janela de verificação original de dois a três dias terá passado na ocasião em que os resultados do teste inicial forem obtidos. A capacidade de obtenção de uma segunda amostra fornece importante proteção contra erros no local de coleta ou no laboratório.

2.  O cabelo é convenientemente coletado sem constrangimento e sob observação rigorosa. Em comparação, a cadeia de custódia com a coleta de urina sem observação é comprometida logo de início.

3.  Os empregados podem demonstrar com a análise de cabelo que superaram seus problemas com drogas.

É importante salientar que os teste de detecção de drogas só podem ser realizados após autorização do indivíduo por escrito ou em condições de urgência clínica. No ambiente hospitalar a triagem para drogas de abuso é realizada exclusivamente para avaliação e suporte da conduta médica, não podendo ser utilizado como subsídio para outras ações.

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Transtorno Psicótico

É um conjunto de fenômenos psicóticos que ocorrem durante ou imediatamente após o uso de substâncias psicoativas e que são caracterizadas por alucinações, ilusões, delírios e/ou idéias de referência, transtornos psicomotores e afeto anormal. O transtorno tipicamente se resolve, pelo menos, parcialmente, dentro de 1 mês e completamente dentro de 6 meses e, é influenciado pelo tipo de substância envolvida e pela personalidade do usuário. Há que considerar sempre a possibilidade de um outro transtorno mental estar sendo agravado ou preciptado pelo uso de substância psicoativa; ex. esquizofrenia, transtorno afetivo, transtorno de personalidade de tipo paranóide ou esquizóide.

Delirium Tremens

É um estado toxicoconfusional breve, mas ocasionalmente com risco de vida, que se acompanha de perturbações somáticas. É usualmente uma consequência de uma abstinência absoluta ou relativa do álcool, em usuários gravemente dependentes com uma longa história de uso. Os sintomas prodrômicos incluem insônia, tremores e medo, podendo haver convulsões. A clássica tríade de sintomas inclui obnubilação da consciência e confusão, alucinações e ilusões vívidas de todo o sensório e tremor marcante, (delírios, agitação, inversão do cilco do sono e hiperatividade autonômica, estão usualmente presentes).

Estado de Abstinência

É um conjunto de sintomas, de agrupamentos e gravidade variáveis, ocorrendo na ausência relativa ou absoluta de uma substância, após seu uso repetido, prolongado e com altas doses. A abstinência pode ser complicada por convulsões e delirium.

Abuso de Substância

O abuso de substâncias (álcool e maconha) é um problema comum em pacientes esquizofrênicos, atingindo até 60% destes; piorando com o progredir da doença a interferindo com a aderência do paciente ao tratamento. Uma hipótese importante para explicar comorbidade é que o abuso de substâncias poderia causar ou precipitar a esquizofrenia indivíduos vulneráveis.
Relação temporal entre o início da esquizofrenia e o abuso das substâncias:

27,5% dos pacientes tiveram problemas com drogas mais de um ano antes dos primeiros sintomas da esquizofrenia;

34,6% esquizofrenia e o abuso de substâncias começaram simultaneamente;

37,9% o abuso de substâncias começou após o primeiro sintoma da esquizofrenia.

Gestação

O uso de drogas durante a gravidez tem as seguintes implicações tanto para a mãe como para o feto em desenvolvimento:

A saúde da gestante

As mulheres grávidas com transtorno decorrente do uso de droga apresentam risco elevado para doenças sexualmente transmitidas (como infecção pelo HIV), hepatite, anemia, tuberculose, hipertensão e pré-eclâmpsia.

O curso da gestação

As mulheres grávidas com transtorno decorrente do uso de droga (dependendo do tipo) podem apresentar maior risco para abortos espontâneos, pré-eclâmpsia, placenta prévia e trabalho de parto precoce ou prolongado, além de complicações de outras condições clínicas que podem ser relacionadas ao uso de drogas (como hipertensão em dependentes de cocaína).

Desenvolvimento fetal

Algumas drogas, incluindo os opióides, cocaína e álcool, atravessam a placenta e afetam diretamente o feto. Isso pode ocorrer em qualquer estágio do desenvolvimento, mas é particularmente provável durante o terceiro trimestre, quando o fluxo sangüíneo materno fetal e as taxas de transporte placentário estão aumentadas. A placenta pode deslocar antes, um dos vários fatores causadores do número crescente de partos prematuros.

O feto pode apresentar risco mais elevado que a média para defeitos congênitos, problemas cardiovasculares, comprometimento do desenvolvimento e crescimento, prematuridade, peso baixo ao nascimento e óbito.

Após o parto, o neonato pode apresentar abstinência da droga. que pode ser de difícil reconhecimento, particularmente se o pediatra não conhece o diagnóstico da mãe.

Desenvolvimento da criança

Algumas substâncias (como o álcool) são associadas com efeitos negativos a longo prazo sobre o desenvolvimento físico e cognitivo.

Comportamento como pais

Além do tratamento para o transtorno decorrente do uso de drogas, as mães com esse distúrbio necessitam freqüentemente de educação e treinamento para exercer a maternidade, serviços sociais, aconselhamento nutricional, assistência na obtenção de privilégios de saúde e benefícios e outras intervenções que objetivem reduzir a possibilidade de maltratar ou negligenciar a criança.

(Fonte - NeuroPsicoNews - Sociedade Brasileira de Informações de Patologias Médicas 1999 - nº 13)

Overdose

Os traficantes da cadeia intermediária costumam dividir a droga pura mesclando-a com outras substâncias para aumentar o volume, diminuindo o seu grau de pureza. Um viciado que tem o mesmo fornecedor costuma injetar as mesmas quantidades de acordo com o potencial já conhecido; ocorrendo a troca do fornecedor, a nova partida poderá conter um grau de pureza consideravelmente superior ao esperado e para o qual o organismo não estava acostumado, ocorrendo aí a chamada overdose.

Tipos

• Depressivas - aumentam a freqüência cerebral e podem dificultar o processamento das mensagens que são enviadas ao cérebro. Exemplos: álcool, barbitúricos, diluentes, catamina, cloreto de etila, clorofórmio, ópio, morfina, heroína, maconha, haxixe, etc.

• Psicodistropticas ou alucinógenarias – têm por característica principal a despersonalização em maior ou menor grau. Exemplos: Ayahuasca, cogumelos, skunk, LSD, psilocibina e chá de cogumelo.

• Psicotrópticas ou estimulanteses - produzem aumento da atividade pulmonar, diminuem a fadiga, aumentam a percepção ficando os demais sentidos ativados. Exemplos: cocaína, crack, cafeína, teobromina, MDMA ou ecstasy, GHB, metanfetamina, anfetaminas (bolinha, arrebite) etc.

Quanto à forma de produção do indivíduo no comportamento cerebral podendo atrapalhar o processamento ou não, classificam-se como:

• Naturais

• Semi-sintéticas

• Sintéticas

Exemplos de dorgas naturais (imagens da forma in natura e na forma de consumo)

 

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ÓPIO PRONTO PARA O CONSUMO

 

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ÓPIO IN NATURA

 

Ópio - Extraído da flor da Papoula-Dormideira. O ópio (do grego ópion, "suco de papoula", pelo latim opiu) é um suco espesso que se extrai dos frutos imaturos (cápsulas) de várias espécies de papoulas soníferas (gênero Papaver), e que é utilizada como narcótico.

O uso do ópio mascado ou fumado, que se espalhou no Oriente, provoca euforia, seguida de um sono onírico; o uso repetido conduz ao hábito, à dependência química, e a seguir a uma decadência física e intelectual, uma vez que é efetivamente um veneno estupefaciente. A medicina o utiliza, assim como os alcalóides que ele contém (morfina e papaverina), como sonífero analgésico.

Em vários países subdesenvolvidos do mundo, muitas vezes a falta de opções leva boa parte dos camponeses a trabalhar no cultivo de plantas como a papoula, que está na base da produção industrial do ópio.

Características gerais do ópio - Mais conhecida como "papoula" é um suco resinoso, coagulado, o látex leitoso da planta dormideira, extraído por incisão feita na cápsula da planta, depois da floração.

O Ópio tem um cheiro típico, que é desagradável. Manifesta-se, especialmente, com o calor. Seu sabor é amargo e um pouco acre, sendo castanha a sua cor. Os principais alcalóides do ópio são: a morfina (10%), a codeína, a tebaína, a papaverina, a narcotina e a narceína.

Sua ação apresenta-se em duas formas:

1. alcalóide de ação deprimente: morfina, codeína, papaverina. narcotina e narceína.

o influência no córtex cerebral - morfina;

o influência no sistema respiratório - codeína;

o antiespasmódicos e paralisantes das fibras musculares dos órgãos de musculatura involuntária (estômago, por exemplo) - papaverina, narcotina e narceína.

2. alcalóides de ação excitantes - laudanosina e tebaína.

Consequências

O número de viciados, no Brasil, é pequeno. Para se fumar o ópio, utiliza-se um cachimbo especial, com uma haste de bambu e um fornilho de barro, e os seus adeptos seguem um verdadeiro ritual. Pode ser utilizado ainda, como comprimido, supositórios, etc. Causa, a longo prazo, irritabilidade crescente e lenta deterioração intelectual, com declínio marcante dos hábitos sociais.

Quanto aos aspectos físicos, os viciados ficam magros e com cor amarela, diminuindo, ainda, sua resistência às infecções.
A crise de abstinência pode começar dentro de aproximadamente, doze horas, apresentando-se de várias formas, indo desde bocejos até diarréias, passando por rinorréia, lacrimação, suores, falta de apetite, pele com arrepios, tremores, cãimbras abdominais e insônia ou, ainda, inquietação e vômitos.

Os opiáceos determinam violenta dependência física e psíquica, podendo-se dizer que a escravidão do viciado é total, deixando-o totalmente inutilizado para si, para a família e para a sociedade, pois a droga passa a agir quimicamente em seu corpo, de forma que a retirada brusca da droga pode ocasionar até a morte.

 

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MACONHA PORNTA PARA O CONSUMO

 

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MACONHA  IN NATURA

 

Maconha - Fuma-se geralmente a flor da Cannabis (C. sativa, C. indica) de várias maneiras, sendo a mais conhecida em forma de cigarro. Também é consumido o haxixe.

A maconha, marijuana ou suruma (em Moçambique[1]) é uma droga entorpecente produzida a partir das plantas da espécie Cannabis sativa. A substância psicoativa presente na maconha e no haxixe é o delta-9-tetrahidrocanabinol (THC), cuja concentração média é de até 8%, mas algumas variedades de maconha (cruzamentos entre a espécie Cannabis sativa e a Cannabis indica) comumente conhecidas como skunk ("cangambá", em inglês) produzem recordes na marca de 33% de THC.

Maconha é o nome popular de um grupo de plantas de origem asiática, cujo nome científico é Cannabis. Há três espécies de Cannabis: a Cannabis sativa, a Cannabis indica e a Cannabis ruderalis. Elas diferem tanto no porte como no formato das folhas, configuração do tronco e na concentração de THC (ao qual se deve os efeitos mais característicos da maconha). As três espécies o contêm (e os climas em que são cultivadas podem alterar a quantidade e a potência das substâncias ativas que produzem). Sabe-se que as plantas de maconha podem ser femininas (só produzem flores femininas), masculinas (só produzem flores com órgãos masculinos) ou hermafroditas (plantas que produzem flores de ambos os sexos). As plantas femininas possuem maior concentração de THC.

A espécie de Cannabis mais cultivada para uso psicotrópico nas Américas é a Cannabis sativa. Há também o skunk, cruzamento da Cannabis indica com a Cannabis sativa que resulta numa planta com a concentração de THC até 10 vezes maior, dependendo do clima, da terra e das condições gerais de onde esta sendo cultivado.

Uso medicinal

A Cannabis sativa também pode ser usada com fins medicinais como agente antiemético, estimulador de apetite, podendo ser usada em casos de Alzheimer, câncer terminal e HIV no aumento de peso [4], auxiliar contra espasmos musculares e movimentos desordenados, sendo útil também em casos de glaucoma. Em doses mais altas ela auxilia pessoas no tratamento de doenças como doença de Parkinson, esclerose múltipla, traumatismo raquimedular, câncer, desnutrição, AIDS ou com qualquer outra condição clínica associada a um quadro importante de dor crônica.

Atualmente, em alguns países a maconha é legalizada, unicamente para fins medicinais. Para lazer, somente na Holanda, Belgica, Suíça e Canadá.

 

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PSILOCIBINA IN NATURA

 

Psilocibina - Substância encontrada naturalmente em alguns cogumelos, como o Psilocybe cubensis.


Psilocibina é uma droga que ganhou popularidade na década de 60, estando seu consumo culturalmente associado ao movimento hippie, junto com o LSD. Não foi tão popular quanto o mesmo apesar de produzir efeitos similares, porém, distintos.


Está presente em cogumelos usados na medicina tradicional asteca-nahuatl da Meso-América. Os astecas o chamavam genericamente de teonanacatyl ou carne dos deuses, os mazatecos o denominam ntsi-si-tho onde ntsi é um diminutivo carinhoso e o restante da palavra poderia ser traduzido como "aquele que brota".

A elevada freqüência de provas arqueológicas, na forma de estatuetas de cogumelos, encontrados na Guatemala evidenciam seu uso da cultura Maia.

A Psilocibina (O-fosforil-4-hidróxi-N,N-dimetiltriptamina) é um alcalóide do grupo indólico e o principal componente psicoativo encontra-se nos cogumelos do gênero Psilocybe, de onde vem o seu nome. Sua estrutura molecular é análoga à serotonina especialmente se hidrolisada (defosforilação) em Psilocina (4-hidróxi-N,N-dimetiltriptamina) Litter, 1972.

Efeitos

Os efeitos da psilocibina têm caráter alucinógeno na maioria dos casos. Após a ingestão da substância (através do chá de cogumelo ou do cogumelo desidratado e moído, por exemplo) o indivíduo leva tipicamente cerca de 15 a 45 minutos para começar a sentir os efeitos. Os efeitos variam de pessoa para pessoa e também dependem do tipo de cogumelo ingerido. A princípio pode-se ter uma impressão de leve tontura e até mesmo um certo desconforto gástrico (que pode ocasionar vômito). Muitas vezes tem-se sensações agradáveis que incluem empatia com as outras pessoas e com o universo. Em um segundo momento é possível perceber alterações nas percepções visuais e noção de espaço. Por volta da 2º hora costuma-se alcançar o topo da "viagem". Neste ponto, dependendo da quantidade ingerida, pode-se estar em um estado totalmente desconexo da realidade. Alucinações intermitentes em todos os sentidos provocando sinestesia e desprendimento do ego são comuns.

O ponto alto da "viagem" pode ser extremamente agradável e, segundo alguns usuários, de um aprendizado considerável. No entanto, algumas pessoas ou em algumas situações pode-se realmente sentir-se desconfortável com as alucinações. Há pessoas que relatam experiências místicas com a psilocibina que lhes pareceram extremamente positivas, mas há também quem tenha viagens péssimas e cheias de medo ou paranóia.

Tratando-se de psicodélicos ou alucinógenos não se pode ignorar o contexto ou set em que se consome a substância, contudo há diferenças farmacológicas no efeito agonistico do LSD e psilocibina de acordo com os sítios receptores de atuação. Segundo, Miranda;Taketa; Vilaroto-Vera, o LSD atua sobre vários receptores da serotonina (5-HT) enquanto que a psilocibina é mais seletiva (especificamente em relação ao 5-HT2).

Recentes pesquisas têm encontrados efeitos potenciais promissores para utilização da psilocibina e LSD sobre cefaléia em salvas. A enxaqueca vem sendo tradicionalmente tratada com triptaminas não psicodélicas e ergotaminas, ou seja, moléculas estruturalmente afins.

Efeito de cura ritual ou psicoterapia ainda necessita maior aprofundamento face aos séculos de perseguição católica ou impedimentos legais decorrentes do uso recreativo descontrolado que inadequadamente foi combatido por proibição policial e hoje se sabe que não se pode destruir valores culturais sem efeitos deletérios sobre a organização social incluindo-se nesse contexto o consumo desorientado, ou seja, o ritual é uma forma de controlar o consumo.

Entre as indicações de uso por médicos feiticeiros (ticitl) da cultura asteca-nahuatl encontram-se : febre, dores de dente, gota, constipação gripe além dos males identificados no conhecimento médico religioso tradicional como o “espanto”, “ares” de doença (elhigattl cocolitzle) “castigos” de divindades específicas do vento água, da chuva, dos montes (frio) ou mesmo o tlazolmiquiztli (a morte causada pelo amor) e as manifestações psicossomáticas de enfeitiçamento maléfico entre outros agravos para as quais o diagnóstico através do uso ritual do teonanacatyl é fundamental.

Riscos

Não existem provas das consequências físicas do consumo de Psilocibina; apenas se conhecem as relacionadas com problemas psicológicos, como a depressão, ansiedade, psicose, etc. Há inúmeros casos de psicoses que duram meses e psicoses permanentes que só ocorrem em pessoas que tem alguma doença mental ainda não manifestada. Pessoas que não possuem doenças mentais não correm esse risco. As pessoas afetadas ficam distantes,como se ainda estivessem sobre o efeito da droga. Existe também casos de "bad trip" que significa viagem ruim, bad (ruim) trip (viagem ou brisa) é quando a pessoa toma a droga e o efeito é de medo, paranóia, pavor (sensações ruins). Isso é causado por diversos fatores, desde ambientação até dificuldades da pessoa em lidar com a realidade.

As propriedades de causar psicoses como dito ainda precisam ser comparadas à incidência esperada em cada região. Estima-se para a esquizofrenia uma incidência média de 1% em populações das Américas.

A discussão das propriedades psicotomiméticas incluem a identificação de padrões alucinatórios e vivenciais


São comuns vivências do tipo splitting e despersonalizações descritas como o encontro do próprio corpo, dormindo durante o sonho, e a constatação de que se é uma espécie de luz das estrelas (tonal) unida pela vida e intenção (vontade) ao “espaço entre as estrelas” (nagual) num universo cheio de perigos, inimigos e aliados.

 

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DMT PRONTO PARA O CONSUMO

 

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DMT IN NATURA

 

DMT - Encontrada nas folhas de chacrona. Muito utilizada na preparação da ayahuasca, bebida do Santo Daime.

DMT é a abreviação da substância N,N-dimetiltriptamina (N,N-dimetil-1H-indolo-3-etanamina), pertencente ao grupo das triptaminas. Tem como fórmula molecular C12H16N2 e peso molecular 188.27g/mols, ponto de fusão entre 44,6 e 46,8ºC e ponto de ebulição entre 60 e 80ºC de acordo com o índice de Merck. Sua dose ativa em forma de base livre é de aproximadamente entre 15 mg a 60 mg e dura pouco menos de uma hora.

É encontrada in natura em vários gêneros de plantas (Acacia, Mimosa, Anadenanthera, Chrysanthemum, Psychotria, Desmanthus, Pilocarpus, Virola, Prestonia, Diplopterys, Arundo, Phalaris, dentre outros), em alguns animais (Bufo alvarius possui 5-Meo-DMT, um alcalóide bastante parecido em estrutura e em propriedades químicas) e também produzida pelo corpo humano.


É o princípio ativo da mistura do ayahuasca e do vinho de Jurema e é bem conhecida por índios brasileiros. Sua propriedade psicodélica tem efeito curto e intenso quando fumada em forma de base livre. Na mistura do ayahuasca seu efeito é menos intenso e mais duradouro e torna-se ativo oralmente por conta de um IMAO (inibidor da monoaminoxidase) que também pode ser encontrado in natura em diversas plantas (Banisteriopsis, Peganum).

 

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MESCALINA IN NATURA

 

Mescalina - A mescalina é um alucinógeno extraído do cacto peiote (Lophophora williamsii). Sua formula química 3,4,5-trimetoxifeniletilamina. A mescalina era usada inicialmente em rituais de várias tribos pré-hispânicas. Ela foi isolada em 1896 e sintetizada em 1919. Seus efeitos alucinógenos na mente humana foram descritos em 1927. Por volta da década de 60 ela se torna popular, impulsionada pela obra de Carlos Castañeda. A obra "As portas da percepção" de Aldous Huxley também teve como base este alucinógeno.

A mescalina é um alucinogéneo forte extraído do cacto Peyote (Lophophora Williamsii). Apresenta-se sob a forma de pó branco, que é geralmente consumido por via oral (mastigado ou por infusão) ou, ocasionalmente, injectado.  Esta substância tem propriedades antibióticas e analgésicas. Instala-se em receptores cerebrais provocando alterações de consciência e percepção, principalmente a nível visual.

O Peyote, cacto de onde é extraída a mescalina e que se desenvolve nas zonas desérticas do norte do México, era uma planta sagrada para os Huichols mexicanos. Era usada em rituais pelos chamanes de várias tribos na época pré-hispânica, contudo a conquista e a coversão ao catolicismo limitou o seu uso a sectores marginais de Huicholes e Yakis.
No final do século XIX, as migrações para as reservas índias e o movimento de revitalização religiosa, conhecida como Igreja Nativa Americana (que surge, parcialmente, como reacção aos problemas causados pelo álcool), faz com que o uso de rebentos de mescalina volte a verificar-se em rituais.

A mescalina foi isolada em 1896 e sintetizada em 1919, mas só mais tarde, em 1927, é que foram descritos os seus efeitos na mente humana.

Nos anos 60, a mescalina torna-se popular com a obra de Carlos Castañeda sobre D. Juan, um bruxo Yaki. A partir desta altura, torna-se num dos sinais de identidade do movimento da contra-cultura, estando associada a misticismo. "As portas da percepção", obra de Aldous Huxley foi baseada neste alucinogéneo.

Efeitos da mescalina

Sensação de serenidade e tranqüilidade.

Vasodilatação.

Dilatação da pupila.

Redução dos movimentos respiratórios, podendo levar à morte.

Alucinações visuais.

Sinestesia (consiste na mistura entre os sentidos sensoriais. Ex:cheirar uma cor ou ouvir um gosto
A mescalina tem efeitos psicadélicos semelhantes aos do LSD mas menos intensos. Pode provocar a intensificação da percepção, sinestesias, distorções da imagem corporal e da percepção do espaço e do tempo, alucinações, intensificação e instabilidade emocional, aumento da capacidade sugestiva, sintomas de despersonalização e ideias paranóides. Estes efeitos podem ser acompanhados de tremores, taquicardia, hipertensão, hipertermia, transpiração, visão enevoada e dilatação da pupila.
Esta substância alcança a sua concentração máxima no Sistema Nervoso 30 a 120 minutos após o seu consumo e os seus efeitos podem durar até 10 horas.

Riscos da Mescalina - Tolerância e Dependência. A tolerância é praticamente nula e a dependência é semelhante à do LSD, isto é, reduzida.

 

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LÍRIO IN NATURA

Chá de lírio - São substâncias, lícitas (medicamento artane) ou ilícitas (chá de lírio) que produzem alterações mentais como as alucinações, provocando dilatação das pupilas (midríase). Sabe-se que todas as drogas anticolinérgicas são capazes de, em doses elevadas, além dos efeitos no nosso corpo, alterar as nossas funções psíquicas. Os medicamentos anticolinérgicos são muito úteis na medicina para tratamento da Doença de Parkinson.

Os Efeitos Do Chá de Lírio

Os anticolinérgicos, tanto de origem vegetal como os sintetizados no laboratório, atuam principalmente produzindo delírios e alucinações. As descrições de sentimentos persecutórios são comuns. Os delírios e alucinações dependem bastante da personalidade da pessoa e de sua condição, assim, nas descrições de usuários destas drogas, encontram-se relatos de visões de santos, animais, estrelas, fantasmas, entre outras imagens. Existem pessoas que descrevem terem "engolido a língua" e quase se sufocarem por causa disto. Ainda, em casos de dosagens elevadas, o número de batimentos do coração sobe exageradamente, podendo chegar até acima de 150 batimentos por minuto.

PARTE 2