QUALIDADE DE VIDA

Proibição de conservantes e corantes diminuiria em 30% o número de Crianças com TDAH, diz estudo

coran22013 - Um levantamento feito pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mostrou que o consumo do medicamento metilfenidato por crianças entre seis a 16 anos, usado para o tratamento de hiperatividade, cresceu 75% de 2009 a 2011. O dado aponta para aumento do diagnóstico de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Mas dois estudos britânicos mostram que o consumo de aditivos químicos e corantes alimentares podem causar distúrbios de atenção e que a proibição do uso destas substâncias poderia diminuir a quantidade de crianças com o transtorno.

Uma pesquisa da Universidade de Southampton, na Inglaterra, liderada pelo professor Jim Stevenson, concluiu que corantes e conservantes encontrados em alimentos infantis e refrigerantes podem estar relacionados a hiperatividade e distúrbios de concentração em crianças. O estudo, publicado na revista científica Lancet, oferecia três tipos diferentes de bebidas a um grupo de 300 crianças de três, oito e nove anos de idade: uma com uma forte mistura de corantes e conservantes, outra com quantidade média de aditivos que as crianças ingerem por dia, e a última sem aditivo. Stevenson concluiu que algumas misturas de corantes artificiais e benzoato de sódio, conservante encontrado em sorvetes e doces, estavam ligadas a um aumento de hiperatividade.

A equipe de Southampton calcula que cerca de 6% das crianças de três a doze anos, aproximadamente 462 mil, sofrem de Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Os pesquisadores acreditam que esse número poderia ser reduzido em 30% se os aditivos fossem proibidos. Confira a lista de aditivos químicos considerados perigosos pela pesquisa de Jim Stevenson

- Tartrazina (E102)
- Amarelo de quinoleína (E104)
- Amarelo crepúsculo (E110)
- Carmosina (E122)
- Ponceau 4R (E124)
- Vermelho allura (E129)
- Benzoato de sódio

Os riscos não param por aí. Outro estudo feito por especialistas da ONG Food Commission na Grã-Bretanha apontou que 40% dos medicamentos infantis comercializados no país contêm aditivos que podem provocar hiperatividade em crianças. A pesquisa analisou 50 medicamentos administrados em crianças, incluindo analgésicos, xaropes e antibióticos e descobriu que 28 continham as substâncias químicas associadas à falta de concentração e impulsividade citadas no estudo de Jim Stevenson.

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Segundo a Food Commission, alguns dos medicamentos com as substâncias são receitados para crianças com menos de três anos. Os aditivos foram encontrados em 17 dos 37 remédios produzidos à base de paracetamol. Também foram encontrados aditivos em dois de 11 medicamentos feitos com ibuprofeno e em quatro de nove xaropes analisados. Entre os antibióticos, três dos cinco produtos feitos à base de amoxilina e duas das oito fórmulas à base de eritromicina também continham as substâncias.

“Nós pedimos que os farmacêuticos deem o cartão vermelho para corantes artificiais desnecessários. Como as bulas ficam escondidas dentro das caixas, é quase impossível para os pais saberem qual produto estão comprando”, conta. “Muitos pais não querem expor seus filhos a aditivos desnecessários, especialmente os que são ligados à hiperatividade e outros problemas de saúde”, disse a porta-voz da ONG.

Apesar dos resultados, o Food and Drug Administration (FDA) nos EUA e o governo britânico não proíbiram o uso das substancias. A única forma segura de garantir que seu filho não vai consumir alimentos com as substancias é ler atentamente os rótulos dos produtos.


O mal dos corantes

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Pela Nutricionista Daniela Mendes - O avanço tecnológico sem dúvida nos traz muitas vantagens, mas quando falamos em avanço aplicado a indústria de alimentos, também vejo muitas desvantagens, além de muita falta de informação. São inúmeros os alimentos industrializados que contém aditivos alimentares (qualquer substância que não é usualmente consumida como alimento, nem utilizada como ingrediente básicos em alimentos, podendo ter ou não valor nutritivo, onde sua principal adição se dá por motivos diversos, como dar sabor, cor, odor, conservar os alimentos industrializados, etc.).

A fim de estabelecer uma quantidade aceitável (IDAs), a OMS (Organização Mundial de Saúde), determinou valores máximos a serem seguidos. No entanto, é crescente o número de estudos que apontam diversas reações agudas e/ou crônicas a estes aditivos alimentares. Muitos dos sintomas são tratados como comuns no dia-dia. Os sintomas costumam aparecer a longo prazo. Os principais consumidores desse grupo de alimentos são as crianças, população mais suscetível a reações adversas, devido a imaturidade fisiológica.

Apesar de não ser recomendada a utilização intencional de aditivos em alimentos destinados a crianças menores de um ano, vários produtos são encontrados nos mercados. Os mais consumidos são: gelatinas, iogurtes, refrigerantes, biscoitos, balas, macarrão instantâneo, salgadinhos, sucos, sorvetes, bolos, coberturas, achocolatados, entre outros.

Os sintomas mais comuns são:

- Sobrepeso ou obesidade;
- Asma
- Urticárias

- Câncer (principalmente de esôfago, estômago, cólon, reto, mama e ovário). São muitos os fatores relacionados a neoplasias malignas como: bebidas alcoólicas, tabaco, dietas rica em gorduras trans e saturadas, nitritos, nitratos, baixa ingestão de fibras, agrotóxicos e dentre os corantes artificiais (a eritrosina e a tartrazina são que apresentam maior incidência).

- Déficit de atenção (Def. da APA. dificuldades de atenção), em 50% dos casos os sintomas permanecem após adulto, apresentando grande impacto na qualidade de vida.

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- Hiperatividade (Def. da OMS, “…início precoce; uma combinação de comportamento hiperativo e pobremente modulado, com desatenção marcante e falta de envolvimento persistente nas tarefas; conduta evasiva nas situações; e persistência no tempo dessas características de comportamento“). Cerca de 30% a 50% das crianças que excluem os aditivos dos hábitos alimentares, apresentam melhoras significativas no comportamento hiperativo e no déficit de atenção.

- Hipersensibilidade alimentar (urticária, broncoespasmo, rinite e angioedema, reações anafilactódides, agioedemas, vasculite, entre outros). Geralmente estão associadas a sensibilização intra-uterina, alimentos alergênicos, tabagismo e aditivos alimentares principalmente na gestação, lactação e nos primeiros anos de vida da criança. Dentre os corantes, o mais associado é o corante amarelo tartrazina que é encontrado em inúmeros alimentos.

- Alteração na produção de espermatozóides. Em estudos com camundongos o corante eritrosina apontou redução significativa da atividade testicular e produção de espermatozóides.

De acordo com um estudo realizado no Kuwait, de nove, quatro corantes permitidos (vermelho brilhante, amarelo crepúsculo, artrazina, e a carmosina ) são encontrados em quantidades superiores ao recomendável.

A partir de uma técnica de cromatografia, estudos encontraram quantidades de corantes superiores as quantidades descritas no rótulo e além de tudo acima das quantidades permitidas por lei. Dentre os produtos analisados, os piores resultados foram encontrados nas bebidas não alcoólicas. Outros produtos, não descreveram a presença de corantes em sua rotulagem. Além de se configurar uma fraude, ainda há o risco de estas substâncias provocarem reações adversas como alergias. Vale destacar que todos os produtos e medicamentos devem informar a presença de corantes devido aos efeitos adversos. Caso seu filho ou você apresentem os sintomas descritos, procure um nutricionista para melhor orientação.


Os perigos dos conservantes nos alimentos

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A utilização dos conservantes nos alimentos industrializados é necessária e muito usada pelo setor alimentício. Esses compostos ajudam a controlar o crescimento das bactérias e fungos, o que, por sua vez, retarda a criação de bolor, mau odor e aumenta a validade dos produtos. Além disso, dão cor e sabor aos alimentos que perdem muito de suas características originais durante o processamento industrial.

“O processo de conservação dos alimentos é bem antigo. No início da história, essa conservação era feita através do sal e fumo. Com o passar do tempo, foram descobertas outras formas de manter os alimentos em bom estado de consumo como a desidratação, conservas, congelamento, embalagens e aditivos alimentares como conservantes e antioxidantes”, comenta a nutricionista Mariane Valpassos.

O uso de conservantes na alimentação é comum, porém, algumas substâncias encontradas neles são prejudiciais à saúde humana e podem acarretar inúmeras situações como alergias, problemas gástricos e doenças mais graves como câncer. Massas, pães, molhos, carnes, doces, laticínios e bebidas são os principais produtos que possuem esses ingredientes. Segundo a nutricionista, os conservantes são testados antes de serem oferecidos ao consumidor. Mesmo assim, os efeitos desses produtos, em longo prazo, podem trazer malefícios, principalmente quando são somados a outros fatores, entre eles, sedentarismo e estresse.

“Estudos indicam que o conservante benzoato de sódio e corantes alimentares podem causar sintomas de transtorno de déficit de atenção em crianças, portanto, é necessário não consumir em excesso”, relata Valpassos. Sorbato de potássio (ácido sórbico), benzonato de sódio (ácido benzoico), dióxido de enxofre, nitratos, nitritos, parabenos, nisina e natamicina são alguns conservantes utilizados na área alimentícia. “Os conservantes tradicionais são açúcar, sal, vinagre e vinho, já os químicos pertencem à classe dos aditivos, onde encontramos substâncias como tampões, antioxidantes e estabilizantes”, declara a nutricionista.

Danos ao organismo

Quando o assunto é conservante, o cuidado com a alimentação vai além dos sólidos. Assim como os salgadinhos, massas e geleias, as bebidas possuem grande quantidade de conservantes em sua composição. O benzonato de sódio, presente no ácido benzoico, tem ação antibacteriana e é usado em alimentos ácidos. Nos refrigerantes, por exemplo, proporciona mais sabor e ajuda a manter a cor. Ainda que seja liberado pela legislação brasileira, o consumo em excesso faz mal ao organismo.

Pesquisas revelam que a combinação de ácido ascórbico (vitamina C) e o ácido benzoico em elevadas temperaturas podem desenvolver o benzeno, substância cancerígena. A exposição à luz também ajuda na formação dessa substância que, quando consumida, pode gerar dores de cabeça, tonturas, vômitos e fadiga. Quando o caso se torna mais grave, a presença do benzeno causa danos neurológicos, mas tudo depende do tempo e intensidade de exposição da substância no organismo. Refrigerantes e sucos industrializados de laranja e limão devem ter o cuidado redobrado, já que, além de serem feitos com as frutas, possuem mais conservantes para manter o sabor natural.

Os nitritos e nitratos, substâncias que previnem o aumento dos microrganismos e intensificam o sabor e a cor dos produtos, são mais utilizados em carnes e derivados. “As carnes processadas como salsicha, presunto, mortadela e salame contêm nitrito e nitrato de sódio. Dietas com grandes quantidades dessas substâncias podem aumentar a formação das nitrosaminas, causando efeitos tóxicos ao organismo e doenças como câncer”, lembra a nutricionista.

A produção de nitrosaminas no organismo tem sido associada ao desenvolvimento de câncer. Porém, o câncer não pode ser vinculado exclusivamente ao consumo de carne. O desenvolvimento desse tipo de problema de saúde ocorre em razão de vários fatores e variam de pessoa para pessoa, pois necessitam de ativação enzimática para iniciar o processo do dano. O hábito alimentar e o modo de preparo da comida também interferem no aparecimento da doença. Um indivíduo que possui uma dieta saudável, normalmente, não fica tão vulnerável a esse tipo de problemas. Estômago e esôfago estão entre os locais mais afetados pela nitrosamina.

Como evitar o uso de conservantes

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Apesar de serem essenciais para o armazenamento dos alimentos, devemos estar sempre atentos à presença dos conservantes, principalmente na alimentação de crianças. “A principal dica é olhar sempre a embalagem e preferir aqueles que contenham menos ingredientes artificiais. O ingrediente que aparecer primeiro no rótulo é o que aquele produto contém em maior quantidade. Dê preferência para alimentos in natura, eles são mais saudáveis”, aconselha Valpassos.

Para o engenheiro químico, Décio Livrari, as indústrias se aproveitam da falta de conhecimento da população para vender os produtos com alta concentração de conservantes. Por conta disso, é primordial verificar os alimentos e optar por consumir daquelas que cuidam da saúde humana. “Hoje em dia, temos o crescimento das opções orgânicas. Você vai no supermercado e já acha um salgadinho orgânico, por exemplo. É uma questão muito interessante a ser percebida por nós, consumidores. A gente pode direcionar nosso consumo e nosso dinheiro a quem se importa com a nossa saúde”, declara o engenheiro.

Além disso, uma boa forma de conservar os alimentos em casa é através do congelamento, já que preserva e garante maior segurança. “Podemos congelar suco de frutas, frutas cortadas, hortaliças e sopas para facilitar na hora das refeições”, finaliza Valpassos. É importante ressaltar que a quantidade permitida de conservante nos produtos depende do alimento, tipo de conservante utilizado e forma de conservação.

Fonte: Portal Estar Bem
           http://www.anutricionista.com/
           http://www.namu.com.br/