Lançado em 1996, A Relíquia (The Relic) é aquele tipo de filme que mistura o medo do desconhecido com a curiosidade científica, jogando o público num cenário claustrofóbico e sombrio.

Dirigido por Peter Hyams, o filme é baseado no livro de Douglas Preston e Lincoln Child, e traz uma trama que se desenrola nos corredores quase infinitos e assustadores do Museu de História Natural de Chicago. Ali, uma série de assassinatos brutais acontece logo após a chegada de uma relíquia amazônica misteriosa. A história começa com a expedição do antropólogo John Whitney à América do Sul. Ele está em busca de evidências de uma tribo perdida, mas acaba encontrando algo muito mais intrigante: uma estátua que pode ser a chave para entender mitos antigos sobre deuses que exigem sacrifícios humanos. Como todo bom explorador, ele decide mandar essa peça curiosa para o museu, e é aí que o problema começa. Whitney desaparece de forma misteriosa, e uma sequência de eventos bizarros se inicia, começando com o assassinato brutal de um segurança nas dependências do museu. Sim, o terror não demora a se instalar.

No meio desse caos, entra em cena a Tenente Vincent D’Agosta, vivido por Tom Sizemore. Ele é o responsável por investigar os crimes e logo percebe que tem algo muito estranho acontecendo. D'Agosta se junta à Dra. Margo Green, uma bióloga interpretada por Penelope Ann Miller, que trabalha no museu e, por acaso, está fazendo descobertas assustadoras sobre a origem da relíquia. A investigação os leva a crer que existe uma criatura monstruosa ligada a uma antiga lenda sobre o “Kothoga”, um ser que se alimenta de sacrifícios humanos. Mais sinistro do que isso, impossível.

Conforme o grande evento de gala do museu se aproxima, D'Agosta e Green correm contra o tempo para resolver o mistério antes que a coisa toda exploda – literalmente. E adivinhe? A tal criatura é real, uma aberração gerada por uma mutação genética causada pela ingestão das folhas enviadas junto com a relíquia de Whitney. Aí é que o bicho pega, literalmente.

O ponto alto do filme ocorre durante a noite de gala, quando a criatura, agora solta, transforma o evento em um verdadeiro show de horrores. Convidados ilustres, cientistas e seguranças tornam-se caça. Em meio ao caos, D'Agosta e Green juntam forças para deter o monstro, usando tudo que sabem de ciência, além de algumas artimanhas com a própria estrutura do museu.

O filme mistura terror, ficção científica e suspense em doses generosas, criando um clima de tensão crescente que prende o espectador do começo ao fim. Embora tenha recebido críticas mistas, especialmente por causa dos efeitos especiais que, convenhamos, envelheceram mal, A Relíquia ganhou status de clássico cult entre os fãs de terror dos anos 90. Afinal, quem não adora um monstro bizarro caçando suas presas em corredores escuros?

Curiosidades à parte, vale destacar que as cenas do museu foram realmente filmadas no Field Museum de Chicago, o que dá um toque de autenticidade ao cenário. E, se você prestar atenção, há várias referências sutis à mistura entre ciência e superstição, simbolizando o eterno conflito entre o racional e o inexplicável. Além disso, o conceito da criatura Kothoga foi inspirado por várias lendas sul-americanas, o que adiciona uma pitada de folclore à trama.

No fim das contas, A Relíquia pode até não ser aclamado como uma obra-prima do terror, mas seu suspense bem dosado, somado ao toque de ficção científica, garantem a ele um lugar especial entre os filmes de monstros dos anos 90. E cá entre nós, quem nunca se pegou pensando duas vezes antes de entrar num museu depois de assistir a esse filme?