18/08/2017 - Newgrange, Sí an Bhrú em irlandês, é uma construção neolítica datada de 3200 A.C., o que a torna mais antiga que as pirâmides de Gizé e o Stonehenge. Localizada no condado de Meath, na Irlanda, faz parte do conjunto arqueológico do Vale de Boyle e é um patrimônio cultural da UNESCO. Essa tumba foi projetada por uma sociedade agricultora com alto nível de organização e foi encontrada em 1699 depois de séculos selada.
Estudiosos afirmam que ela levou algumas décadas para poder ser finalmente finalizada, devido o tamanho da obra e a pouca tecnologia da época, além disso a expectativa de vida da época era muito curta, o que poder transformado a construção desse monumento em uma herança, passada de pai pra filho. Não existe um consenso sobre a real finalidade dessa tumba, muitos estudiosos defendem a tese de ser tanto um templo religioso como um local de sepultamento dos mortos. Existe também a possibilidade de ser um local de sacrifício, pois muitos acreditam que o monumento faça parte de um ritual pedindo aos deuses para trazer o sol de volta depois do inverno, que possui dias mais curtos que a noite, e também de estar relacionado com a astronomia e o povo que viveu durante sua construção. Durante a era céltica, surgiram diversos mitos relacionando o monte aos deuses do folclore e mitologia irlandesa, que, apesar de surgirem muito depois da finalização do projeto, são muito relevantes ao estudo desta.
A arte encontrada cravada nas pedras dessa construção é extremamente importante para a definição da arte neolítica européia. Os desenhos geométricos trazem muitas especulações quanto seu significado e existem muitas teorias, principalmente sobre as formas espiraladas, que poderiam representar tanto as três construções do conjunto arqueológico -Newgrange, Knowth e Dowth- como ter um significado relacionado ao estudo aprofundado da astronomia, teoria não muito aceita pela maioria dos historiadores, que tendem a afirmar que os desenhos tem caráter mais humanístico e não científico. Também existe um círculo de menires, que os arqueólogos acreditam ter sido instalado na era do bronze e que, aparentemente, tem um propósito astronômico.
Estrutura e materiais
Newgrange é um grande monte arredondado com aproximadamente 80m de diâmetro, dentro possui uma única tumba, que conta com uma longa passagem e uma câmera em forma de cruz. Além disso existe um teto abobadado formado pela sobreposição de pedras, contando inclusive com uma impermeabilização, por conta do solo e grama acima das pedras. A base dessa construção é cercada por 97 pedras, que pesam por volta de 5 toneladas, algumas com desenhos megalíticos. As pedras, em sua maioria, são dos arredores do rio Boyle e foram transportadas por meio do rolamento. A fachada conta com um revestimento de quartzo branco e granito, além das pedras decoradas. Já o revestimento da coberta da câmara é formada pela grama, que acabou cedendo depois depois tantos anos, mas mesmo assim não destruiu completamente sua estrutura.
Outras pedras utilizadas tanto no exterior como no interior dela foram granodiorito e gravauque. Um ponto interessante na estrutura dessa tumba é uma pequena fenda, que, aparentemente, tem como única função deixar os raios solares do nascer do sol do solstício de inverno entrarem. Além disso, foram encontradas espécies de bacias de granito nas três extremidades das cavidades da câmara, que continham restos de esqueletos humanos e objetos decorativos e oferendas, como pingentes e pedras polidas.
Solstício de inverno
Para o povo que construiu Newgrange, o solstício de inverno marcava o começo de um novo ano e simbolizava a vitória da vida sobre a morte, por isso o solstício tem grande importância na construção desse monumento e, portanto, ele foi construído em função desse dia. A pequena abertura presente acima da entrada da tumba permite que os raios solares do nascer do sol do dia do solstício, e de alguns dias antes e depois, entrem e iluminem a câmara, formando um grande espetáculo de luz.
Lendas e simbolismos
De acordo com estudos sobre a religiosidade irlandesa na Pré-história, a entrada anual da luz nas entranhas da tumba pode ter representado para aqueles agricultores um encontro do Deus Sol com a Deusa Terra, que resultava na fertilidade da região. Outro significado atribuído ao fenômeno seria a libertação dos mortos, ali enterrados, do inverno eterno. O edifício faz parte do conjunto arqueológico de Brú na Bóinne (casa ou mansão de Bóinne, em referência ao rio Boyne), que foi tombado pela ONU em 1993 como Patrimônio da Humanidade e inclui outros monumentos pré-históricos da mesma época, também usados como túmulos: Douth e Knowt. O primeiro, assim como Newgrange, está alinhado ao solstício de inverno e o último está alinhado com os equinócios -Brú na Bóinne é cercado de lendas e mitos, tanto da época de sua construção como do período Celta que veio a seguir. Há uma enormePedra com inscrições - Foto de gosiagarkowska2 em Pixabay - BLOG LUGARES DE MEMÓRIA variação de dados, mas entre os que se repetem está a relação dos três sítios com Dagda, o Deus Bom, sua esposa Boann e o filho Boengus, considerados seres sobrenaturais e possuidores de poderes sobre-humanos.
Uma das narrativas afirma que o conjunto arqueológico era um dos Sídhes ou morada dos Tuatha Dé Danann (povos da deusa Danu), que teria sido o quinto grupo de habitantes da Irlanda. Outra lenda, às vezes interligada à primeira, indica que nesse edifício nasceu o herói Cú Chulainn, presente nas lendas épicas irlandesas conhecidas como Ciclo de Ulster e frequentemente comparado ao grego Herácles (Hércules) e ao persa Rostam.
Além de mitos, o local concentra símbolos. Figuras geométricas estão gravadas no interior do edifício e nas pedras que o rodeiam, inclusive a que protege a porta de entrada. São triângulos, losangos, círculos e espirais. A forma mais comum é um conjunto de três espirais interligadas que, segundo alguns estudiosos, pode representar as três construções que integram o complexo de Brú na Bóinne, mas há também outras versões que dão aos desenhos significados astronômicos ou espirituais. Especula-se, ainda, sobre as pedras verticais cravadas em volta do edifício – com configuração estrutural semelhante às de Stonehenge e à dos moais da Ilha de Páscoa – conhecidas como menirs, que podem ter funções astronômicas ou representar totens.
O enigma de Newgrange, construção mais antiga que as pirâmides do Egito
18/06/2021 - Nas cercanias de Dublin, capital da Irlanda, encontra-se uma das construções mais antigas da história, mais ainda que as pirâmides egípcias: o mausoléu de Newgrange. A desconcertante estrutura, situada no complexo Brú na Bóinne, na localidade de Meath, data do ano 3200 a.C., é considerada a principal maravilha antiga do país europeu. Até hoje, a edificação continua a intrigar pesquisadores.
Quem constriu Newgrange?
Segundo os especialistas, a construção data de seis séculos antes da pirâmide mais antiga do Egito, e é 700 anos mais velha que o Stonehenge do Reino Unido. À primeira vista pareceria um simples monte, mas na verdade é uma tumba. A estrutura sofisticada evidencia a habilidade de seus construtores, mas quem foram eles? Até o momento, pouco se conhece sobre as pessoas que construíram Newgrange, mas está claro que essa civilização possuía conhecimentos avançados de engenharia e astronomia. A cada solstício de inverno, o sol nascente brilha através de uma pequena abertura na estrutura e se desloca 18m para a câmara principal, inundando-a com luz brilhante por cerca de 17 minutos.
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O consenso científico diz que povos nativos irlandeses construíram o monumento. Mas isso não impede que outras teorias sejam especuladas. Vikings, fenícios, egípcios e romanos já foram apontados como suspeitos de terem erguido Newgrange, mas não há evidências de que nenhum desses povos estivessem envolvidos com a construção. Análises de DNA sugerem que as pessoas sepultadas lá eram descendentes de grupos originários da península ibérica e da costa da França. Os exames também apontaram que um indivíduo enterrado no local era fruto de incesto, o que indica que ele poderia ser membro da elite ou realeza.
Em 1993, o local foi declarado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO e hoje recebe milhares de visitas turísticas por ano.
Fonte: https://haac1.wordpress.com/
https://lugaresdememoria.com.br/
Clarín