PESSOAS ESPECIAIS

A Alma Inquisitiva por Trás da Física e do Espiritismo: Sir William Crookes

wquin1Quando se menciona uma personalidade que se destacou em determinada área de interesse, passamos a reconhecer seus esforços e realizações dentro da sua esfera de notoriedade. Tomemos, por exemplo, o nome de Sir William Crookes, cuja proeminência na área da física foi marcante, contribuindo para a descoberta dos Raios-X, considerada uma das mais significativas do século. Ao explorarmos sua trajetória, percebemos que sua influência não se limitou à física, estendendo-se a uma esfera completamente distinta, como o Espiritismo. Assim, quando ciência e religião convergem, o nome de Sir William Crookes surge como ponto de referência.

No início de sua carreira, sua inclinação e interesse voltaram-se predominantemente para a ciência, proporcionando-lhe a oportunidade de estabelecer seu próprio laboratório de pesquisa e fundar um respeitável periódico no cenário científico, a revista "Chemical News". Vamos agora explorar a vida desse notável homem, cujas contribuições se estendem tanto à área da física quanto à do Espiritismo. O início de sua vida revela que William Crookes nasceu em Londres, sendo o primogênito de Joseph Crookes, um alfaiate originário do norte do país, e Mary Scott, sua segunda esposa. Embora tenha recebido alguma instrução em uma escola de gramática em Chippenham, Wiltshire, sua carreira científica teve início aos quinze anos, quando ingressou no Royal College of Chemistry em Hanover Square, Londres. Após deixar o Royal College, assumiu a posição de superintendente do departamento de Meteorologia no Observatório Radcliffe em Oxford, em 1854, e, em 1855, foi designado professor de química na faculdade de treinamento de Chester. Em 1856, casou-se com Ellen, filha de William Humphrey, de Darlington, com quem teve três filhos e uma filha. Crookes recebeu o título de cavaleiro em 1897 e, em 1910, foi agraciado com a ordem de mérito. Ele faleceu em Londres em 04 de abril de 1919, dois anos após o falecimento de sua esposa, a quem foi extremamente dedicado. Crookes encontra-se sepultado no Brompton Cemetery em Londres.

O trabalho de Crookes abrangeu tanto a área da química quanto a da física. Sua característica notável residia na originalidade de suas concepções experimentais e na habilidade com que as executava. Crookes realizou descobertas significativas, uma delas começou durante o estudo do espectro de minerais (frequência natural de radiação), quando identificou uma linha verde previamente não observada. Nesse momento, ele revelou a existência de um novo elemento químico, ao qual deu o nome de Tálio.

Este cientista demonstrava não apenas a capacidade de descobrir, mas também de inventar. Criou o Radiômetro, um dispositivo para medir a intensidade das radiações de elementos químicos. Essa inovação permitiu uma análise mais aprofundada das propriedades físicas e químicas de diferentes substâncias. Os estudos de Crookes foram rigorosos e precisos, levando à determinação do peso atômico dos elementos. Aprimorando ampolas de vácuo, ele investigou minuciosamente os raios catódicos.

Mais fundamentalmente, suas pesquisas focaram na passagem de descargas elétricas por gases rarefeitos. Observou que, à medida que a atenuação do gás aumentava, a região escura ao redor do eletrodo negativo se expandia, enquanto raios, agora conhecidos como raios catódicos, emanavam do eletrodo. Estudou as propriedades desses raios, demonstrando sua propagação em linha reta, capacidade de causar fosforescência nos objetos atingidos e geração de calor significativo no impacto. Crookes acreditava ter descoberto um quarto estado da matéria, denominado "matéria radiante", embora suas ideias teóricas sobre sua natureza tenham sido posteriormente consideradas incorretas.

Em relação a opiniões pessoais ou análises, é importante notar que Crookes dedicava-se intensamente ao seu trabalho. Em 22 de agosto de 1879, fez uma apresentação notável na Radiologia, onde conduziu um experimento em que a "matéria radiante" colidia com um disco giratório dentro de um tubo. Crookes, além de cientista, era um hábil orador com uma abordagem sensacionalista, obtendo sucesso em suas apresentações. Apesar da oposição que enfrentou na Inglaterra, onde foi inicialmente considerado charlatão e acusado de repetir trabalhos de Hittorf, deve-se reconhecer seu valor como um complemento às obras deste último. Conforme afirmou "Sir" Arthur Conan Doyle, Crookes foi o maior químico da Inglaterra, uma afirmação respaldada pela notável trajetória que desenvolveu no campo científico.

Em 1870, Crookes determinou que a ciência tinha a responsabilidade de examinar os fenômenos ligados ao Espiritualismo (Crookes, 1870). Com base em correspondências familiares, Crookes já havia adotado uma perspectiva favorável ao Espiritualismo em 1869 (Doyle 1926). No entanto, ele estava decidido a conduzir suas pesquisas de maneira imparcial, estabelecendo as condições para os médiuns da seguinte maneira: "Deve ocorrer em minha própria residência, com a minha seleção de amigos e observadores, sob as minhas próprias condições, e eu posso tomar as medidas que eu desejar em relação aos dispositivos" (Doyle 1926).

Entre os médiuns examinados por Crookes estavam Kate Fox, Florence Cook e Daniel Dunglas Home (Doyle 1926). Os fenômenos observados por ele incluíam movimentação de objetos à distância, batidas, alterações nos pesos dos objetos, levitação, manifestações de objetos luminosos, aparições de figuras fantasmagóricas, produção de escrita sem intervenção humana, e circunstâncias sugerindo "a influência de uma inteligência externa" (Crookes, 1874). Dotado de uma fibra investigativa notável, inicialmente, ele investigou os fenômenos mediúnicos com o objetivo de refutar as alegações dos chamados "médiuns" e daqueles que fervorosamente acreditavam neles. Em 1869, os médiuns J.J. Morse e Sra. Marshall foram os instrumentos iniciais para as investigações de Crookes.

As experiências mais notáveis desse eminente cientista foram conduzidas por meio da médium Florence Cook, resultando nas materializações do Espírito que se autodenominava Katie King, causando um impacto significativo na comunidade científica da época. Florence Cook, com apenas 15 anos, ofereceu-se a Crookes como mediadora para suas pesquisas científicas. Em suas próprias palavras: "Fui à residência do Senhor Crookes, sem informar meus pais ou amigos. Me ofereci como voluntária no altar de sua incredulidade". Ela solicitou a proteção da Sra. Crookes e se submeteu a uma variedade de experimentos para comprovar sua mediunidade, após suspeitas de fraude feitas por um cavalheiro chamado Volckmann. Em 22 de abril de 1872, ocorreu pela primeira vez a materialização do Espírito Katie King, com a presença da mãe, alguns irmãos da médium e a criada. Após várias sessões, durante as quais o Espírito Katie King se manifestava com incrível regularidade, Florence afirmou a William Crookes que estava disposta a se submeter a qualquer tipo de investigação. Em seu trabalho "Fatos Espíritas", ela descreve detalhadamente todas as experiências com o Espírito materializado de Katie King, evidenciando o extraordinário poder do Espírito de moldar a matéria física conforme desejado. Mesmo diante dos fatos mais convincentes, muitos cientistas hesitaram em proclamar a verdade, temendo as possíveis repercussões junto ao público. No entanto, Crookes agiu de maneira diferente. Inicialmente investigando para desmascarar possíveis fraudes, quando confrontado com casos autênticos e incontestáveis, ele reconheceu a evidência, converteu-se ao espiritismo e declarou: "Não digo que isso seja possível; eu digo: isso é real!"

É importante destacar que Crookes recebeu críticas por sua postura, resultando em vários artigos e até mesmo livros sobre o assunto. O livro "Pesquisas sobre os Fenômenos do Espiritualismo" (Sir William Crookes FRS) - no Brasil, "Fatos Espíritas Conteúdo Resumido" - é uma das obras científicas mais referenciadas por autores espíritas de renome, devido ao prestígio de Crookes no meio científico internacional. Detalha minuciosamente as materializações do Espírito Katie King, examinadas, controladas e validadas pelo eminente cientista inglês, que também descobriu o elemento químico tálio e contribuiu para o entendimento do estado radiante da matéria. O livro confirma a veracidade dos conceitos espíritas, respaldados por físicos, químicos, astrônomos e matemáticos eminentes, incluindo as opiniões de vários sábios e cientistas.

 

Vida

 

Nascimento: 17 de junho de 1832, Londres, Reino Unido.

Falecimento: 4 de abril de 1919, Londres, Reino Unido.

William Crookes foi um cientista britânico destacado, desempenhando um papel significativo na comunidade científica europeia durante o século XIX, especialmente nos campos da física e química. Sua formação ocorreu no Royal College of Chemistry, situado em Londres. Ele desempenhou um papel crucial na criação da revista Chemical News e atuou como editor na Revista Trimestral de Ciência. Em 1863, ingressou na Royal Society, onde recebeu o prestigioso prêmio em 1875. Ao longo de sua carreira, Crookes foi honrado com a Medalha Davy em 1888, o título de cavaleiro em 1897, a Medalha Copley em 1904 e, em 1910, foi agraciado com a Ordem do Mérito.

Além de suas contribuições notáveis, Crookes se destacou como pesquisador e defensor do que é conhecido atualmente como Espiritismo Científico. Sua exploração científica incluiu a descoberta do elemento metálico tálio e o desenvolvimento de um processo de fusão para extrair prata e ouro de seus minérios. Em química aplicada, abordou diversas áreas, como o tratamento de água de esgoto, a indústria do açúcar de beterraba e o tingimento de tecidos. Contudo, sua pesquisa mais significativa concentrou-se na condução de eletricidade em gases.

Crookes é reconhecido por inventar o tubo de Crookes, utilizado para estudar as propriedades dos raios catódicos. Além disso, desenvolveu o radiômetro e o espintariscópio, um detector de partículas. Em sua vida pessoal, teve uma prole de 10 filhos com sua esposa, uma mulher chamada Yesenia Cortes, e foi agraciado com o título de "Sir" ao receber a Ordem do Mérito em 1910.

Uma de suas contribuições notáveis foi a invenção da bomba Sprengel, composta por um tubo de vidro capilar preenchido com mercúrio (aproximadamente 12 kg) e uma parte inferior, elevada a uma altura de cerca de 76 cm. Na extremidade superior, há um funil contendo um recipiente vazio para receber as gotas de mercúrio. As porções menores de mercúrio caem devido à gravidade, e, quando o mercúrio se esgota, a lâmpada de ar é lentamente introduzida para anular o radiômetro ao longo de 6 a 8 horas. Crookes, habilidoso em ajustar a pressão necessária, utilizou a bomba Sprengel para alcançar as condições ideais, destacando-se também por sua habilidade como homeopata.

Sir William Crookes e o espiritualismo científico: Um dos precursores na investigação psíquica, especialmente nas esferas de manifestações materiais e mediunidade. Em 1870, William Crookes integra o que é comumente chamado de "Metafísica" (um precursor da parapsicologia), conduzindo pesquisas sobre o espiritismo e fenômenos mediúnicos. Ele aprofundou-se de maneira meticulosa e rigorosa no estudo de renomados médiuns que exibiam efeitos físicos naquela época, tais como Daniel Dunglas Home, Eusapia Palladino e Florence Cook, validando a autenticidade de seus poderes extraordinários. Um de seus ensaios mais amplamente lidos sobre o tema é intitulado "Espiritismo à Luz da Ciência Moderna".

Biografia

William Crookes ganhou destaque como um dos cientistas experimentais mais notáveis de sua época. Entre suas contribuições estão a identificação do tálio como um elemento químico e a pesquisa sobre os tubos de raios catódicos. Nascido em Londres em 17 de junho de 1832, Crookes iniciou seus estudos de química no Royal College of Chemistry. Em 1854, assumiu o cargo de assistente no observatório de Radcliffe e, no ano seguinte, tornou-se professor de química em Chester. Em Londres, fundou o Chemical News e atuou como diretor até 1906. Em 1861, durante a análise espectral de resíduos minerais do Harz, Crookes identificou um novo elemento, ao qual deu o nome de tálio. Ele isolou e estudou suas propriedades físicas e químicas, além de inventar o radiômetro para medir a intensidade das radiações de vários elementos.

Crookes também observou que os raios catódicos podiam excitar a fluorescência de gemas e aquecer metais. Com a descoberta da radioatividade, ele direcionou seus estudos para os novos campos da física. Em 1895, revelou a presença de hélio no gás extraído de um fragmento de urânio e, para analisar o espectro do hélio, inventou o espinteriscópio. William Crookes faleceu em 4 de abril de 1919, em Londres. Suas contribuições foram documentadas no livro intitulado "Novas Experiências em Força Psíquica" de Camilo Clavijo Chogo.

REFERENCIAS:     YOUTUBE

                            WIKIPÉDIA

                            FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA

                            O CONSOLADOR