Hunter Stockton Thompson, natural de Louisville, Kentucky, nascido em 18 de julho de 1937 e falecido em Aspen, Colorado, em 20 de fevereiro de 2005, foi um renomado jornalista e escritor dos Estados Unidos. Reconhecido por seu estilo de escrita marcante, notadamente evidente em sua obra mais conhecida, "Fear and Loathing in Las Vegas" (Conrad, 2007, L&PM POCKET, 2010), Thompson foi o criador de um estilo denominado Jornalismo Gonzo. Essa abordagem editorial se notabiliza por abdicar da diferenciação entre autor e objeto, assim como entre realidade e ficção.
Originário de uma família de classe média estabelecida em Louisville, Kentucky, ele foi o primogênito de Jack Robert Thompson (1893-1952), um corretor de seguros respeitado e veterano da Primeira Guerra Mundial, e Virginia Ray Davison (1908-1998), que atuava como bibliotecária. Hunter S. Thompson enfrentou uma adolescência conturbada, sofrendo a precoce perda do pai e testemunhando a transformação da mãe em alcoólatra após o falecimento do marido, além de ter sido detido por furto em 1956.
Parte de sua punição incluiu o alistamento na Força Aérea, onde teve suas primeiras experiências como jornalista no periódico da base onde servia. Após ser dispensado, ingressou na Universidade de Columbia, em Nova York, onde frequentou cursos de escrita literária e adotou um estilo de vida inspirado nos princípios do Movimento Beat.
Hunter Thompson encerrou sua vida tragicamente com um ato de autodestruição, utilizando uma espingarda para tirar a própria vida em 20 de fevereiro de 2005. Deixou uma nota revelando profunda depressão e angústia decorrentes de dores excruciantes após uma intervenção cirúrgica na região da bacia. Seu corpo foi cremado e suas cinzas foram simbolicamente lançadas ao céu por meio de um pequeno foguete, em um ritual custeado por Johnny Depp, seu amigo íntimo. Depp interpretou o papel de Raoul Duke na adaptação cinematográfica de "Fear and Loathing in Las Vegas" (filme) em 1998 e de Paul Kemp em "The Rum Diary" (filme), lançado em 2011.
O legado e a vida singular de Hunter S. Thompson
2017 -A linguagem incisiva e a visão negativa foram traços proeminentes nos relatos de Hunter S. Thompson. O correspondente norte-americano ganhou notoriedade após uma jornada de um ano por oito nações da América do Sul, atuando como repórter para a National Observer. Anteriormente, foi demitido da revista Time e do jornal da Força Aérea devido a atos de insubordinação. Desafiador das convenções habituais, ele adotou um estilo de vida inspirado no movimento Beat.
Em 1965, Thompson obteve seu primeiro grande êxito. Estabelecido em San Francisco, ele entrou em contato com membros da famosa facção de motociclistas fora-da-lei Hell’s Angels. Foi contratado para documentar o fenômeno das gangues de motociclistas, resultando na publicação do livro "Hell´s Angels – Pânico e loucura sobre duas rodas", lançado em 1966. Após um convívio de um ano com esses grupos, produziu um retrato abrangente que abordava aspectos sociológicos, antropológicos, psicológicos e políticos das gangues de motociclistas, incluindo seus conflitos com a aplicação da lei, sua ligação com a contracultura da época e o tratamento na mídia convencional dos EUA. Este trabalho é considerado um clássico do Novo Jornalismo.
Falecido em 2005, Thompson inaugurou um estilo particular de escrita, denominado jornalismo gonzo. Essa abordagem dispensava a imparcialidade comum na área jornalística, permitindo que o autor se envolvesse nas situações que descrevia. O termo foi cunhado por seu amigo Bill Cardoso, após a leitura do artigo "O Kentucky Derby está decadente e depravado", publicado no Brasil como parte da compilação: "A grande caçada aos tubarões". Contudo, Thompson ainda enfrenta certa desconfiança por parte da comunidade acadêmica, devido ao seu estilo de vida caótico, marcado pelo consumo de substâncias entorpecentes e álcool.
Durante sua estadia no Rio de Janeiro, o escritor chegou a antecipar o golpe militar de 1964. Conforme relato de Francisco Pires na revista Carta Capital, cinco das quatro reportagens sobre o Rio de Janeiro para o National Observer abordavam a instabilidade política e econômica do Brasil. Em janeiro de 1963, um ano e dois meses antes do fatídico 31 de março, Thompson conjecturou a respeito da deposição do presidente João Goulart. "Uma revolta, mesmo que não armada, provavelmente brotaria de dentro das Forças Armadas", previu. "Além disso, ela teria sucesso. O presidente não conta com a maioria dos militares ao seu lado para sobreviver a um embate." Em sua visão, o Brasil seguia a trajetória histórica de outras nações da região. "Onde a autoridade civil é frágil e corrupta, os militares assumem o poder automaticamente".
Hunter S. Thompson: o jornalismo em perspectiva pessoal
2017 - Um transgressor de regras, um visionário ou simplesmente um indivíduo desinibido. Estes são alguns dos termos frequentemente associados ao jornalista Hunter Thompson. Tal como outros mestres da literatura dos Estados Unidos, ele mantinha um compromisso absoluto com a imersão nos acontecimentos, muitas vezes levando as situações aos seus extremos para compreendê-las plenamente. Dessa forma, torna-se intelectualmente desafiador dissociar sua vida de sua produção literária para uma compreensão plena de seu trabalho.
No atual cenário de crise que afeta a mídia escrita, torna-se imperativo reconsiderar os estilos textuais presentes na imprensa. Repetir a mesma notícia nos veículos impressos, na web, na televisão e no rádio não se mostra sensato. Nesse contexto, o jornalismo gonzo pode ser encarado como uma alternativa, ainda que mais incisiva, ao que tem sido feito na mídia escrita. O verdadeiro dilema reside no descaso dos editores e das chefias em relação a outras abordagens da realidade. Além disso, como é possível desafiar a estrutura convencional das reportagens quando muitas redações no Brasil enfrentam atrasos nos pagamentos? Como inovar na abordagem do lead quando é o governador que financia o jornal?
Nascido em Louisville, no estado de Kentucky, em 18 de julho de 1937, o jornalista Hunter Thompson revelou desde cedo sua aversão a normas estabelecidas. Desde a adolescência, Thompson e seus amigos decidiram retaliar o novo motorista do ônibus escolar que se recusava a parar para buscá-los, provocando a indignação do grupo. No livro "Reino do Medo", uma espécie de autobiografia, Thompson descreveu o incidente com seu estilo sarcástico e brilhante, característico de sua carreira:
"O condutor era inexperiente, talvez um substituto com dificuldades mentais temporariamente preenchendo o lugar do motorista oficial, que era amigável, gentil e sempre disposto a esperar alguns segundos pelas crianças atrasadas para a escola. Todos os garotos do bairro concordavam que o novo motorista era desrespeitoso e merecia ser punido, e nós, Hawks A.C., nos vimos mais como executores de um dever do que como travessos. Era um ultraje à honra de toda a vizinhança. Para cumprir a tarefa, precisaríamos de cordas, polias e, certamente, de total ausência de testemunhas." (THOMPSON, Hunter. Reino do Medo, p.5)
Nos anos iniciais da década de 1960, Thompson decidiu mudar de ares e se mudou para San Juan, em Porto Rico, com o intuito de trabalhar para uma revista esportiva chamada El Sportivo, porém, a publicação teve vida curta. A experiência resultou no romance semiautobiográfico "Rum: Diário de um jornalista embriagado". Posteriormente, atuou como correspondente na América do Sul, inclusive durante sua estadia no Brasil, enquanto os militares tramavam derrubar o governo de João Goulart em busca de uma administração conservadora.
Retornando aos Estados Unidos em 1967, após dois anos de casamento com Sandy, Thompson escreveu seu primeiro livro, o renomado "Hell's Angels". Fruto de uma pesquisa participativa, na qual o jornalista se infiltrou no grupo de motoqueiros, o livro visava investigar a temida gangue de motoqueiros Hell's Angels, notória pelos atos de vandalismo e agressões à população.
Durante a pesquisa, Thompson viveu com os motoqueiros por cerca de dois anos, questionando se ele era um jornalista fazendo uma matéria sobre os temidos Hell's Angels ou um membro efetivo do grupo. Além de produzir um livro-reportagem, Thompson acabou sofrendo duas agressões dos Angels: uma o levou ao hospital e a outra resultou do descontentamento do grupo com um artigo publicado em uma revista nacional sobre eles.
Três anos depois, Thompson foi designado para cobrir uma corrida de motociclistas em sua cidade natal, Kentucky. O jornalista imergiu em uma análise profunda da sociedade local e seus costumes. Seu artigo, "O Derby de Kentucky é degenerado e depravado", lançou duras críticas à sociedade americana da época, imersa na Guerra do Vietnã. Posteriormente, escreveu "Medo e Delírio em Las Vegas" e participou da cobertura da eleição de Richard Nixon, tecendo críticas ao político em artigos na Rolling Stone.
Nas décadas seguintes, Thompson viveu à sombra de suas obras. Em 2005, aos 68 anos, o jornalista faleceu com um tiro autoinfligido. Antes de sua morte, ele deixou uma carta explicando os motivos de seu suicídio, expressando seu descontentamento com a vida e indicando sua decisão de encerrá-la.
2018 - Em 20 de fevereiro de 2005, o renomado jornalista Hunter Thompson faleceu. Essa é a versão divulgada pelos meios de comunicação. O repórter, conhecido por sua postura antissistema, estava imerso em um projeto inovador até sua morte. Evidências sugerem que sua partida pode ter mais detalhes do que os veiculados na mídia. O mundialmente famoso jornalista estava à beira de revelar algo tão surpreendente que lhe custou a própria vida?
Nascido em 1937, Thompson tornou-se um ícone do movimento contracultural das décadas de 1960 e 1970. Ele foi um defensor da Associação Nacional de Hiplas e do movimento juvenil anti-guerra e anticorrupção daquela época. Ele desenvolveu um estilo de jornalismo diferente, denominado GONZO, no qual o narrador se envolve profundamente na narrativa, abandonando a objetividade convencional. Reconhecido por seu consumo considerável de álcool e substâncias ilegais, ficou conhecido por seu famoso livro intitulado "Medo e Delírio em Las Vegas". Thompson tinha 67 anos quando foi encontrado morto na cozinha de sua casa em Woody Creek, Colorado, com um ferimento de bala na cabeça e uma pistola semi-automática modelo 645 ao seu lado, marcando o fim de uma carreira jornalística extraordinária.
A polícia encerrou o caso como um suicídio não criminoso, afirmando que Thompson tirou a própria vida. No entanto, logo após as primeiras notícias sobre sua morte, o The New York Times indicou algumas peculiaridades. No momento de sua morte, seu filho Juan estava na sala ao lado, junto com sua esposa e filhos. Minutos antes do incidente, Thompson telefonou para sua esposa, Anita, no Aspen Club, solicitando sua ajuda para escrever um artigo para a ESPN. O telefonema não foi encerrado antes do disparo fatal. Além disso, o The New York Times observou falhas na investigação policial.
Não houve uma autópsia realizada no corpo de Thompson. Relatos sugerem que ele estava otimista nos seus últimos dias, até momentos antes do suposto "suicídio". Há relatos de que ele estava imerso em uma pesquisa. Além disso, a suposta nota de suicídio foi escrita quatro dias antes de sua morte. Na realidade, a máquina de escrever à sua frente continha um papel com a palavra "CONSELHEIRA" datada de 22 de fevereiro de 2005.
Embora uma bala gasta tenha sido encontrada no chão e outras seis estivessem guardadas, a câmara da arma estava vazia. No entanto, a fabricante da arma poderia ter alimentado a câmara com uma bala mesmo que as outras estivessem guardadas. Segundo o teórico da conspiração Rauf Lopes, isso levanta a possibilidade de que a arma encontrada ao lado de Thompson não tenha sido a mesma utilizada no incidente. De uma sala adjacente, seu filho Juan e sua esposa afirmam ter ouvido um barulho similar a vários livros caindo no chão. Enquanto isso, Anita, ao telefone com Thompson, alegou ter ouvido um clique, que imaginou ser o som de sua máquina de escrever. No entanto, a arma ao lado de Thompson é conhecida por seu som muito alto. Essa mesma arma faz um ruído característico quando equipada com um silenciador, o qual não foi encontrado no local. Lopes sugere que o ruído escutado por Juan foi o som da bala atingindo o fogão atrás de Thompson, enquanto Anita estava na linha telefônica. Seria possível que um assassino tenha puxado o gatilho enquanto Thompson estava distraído ao telefone? Posteriormente, o assassino teria colocado a arma ao lado de Thompson, possivelmente esvaziando a câmara para simular um suicídio?
Embora Thompson descrevesse sua casa como um complexo fortificado, teria sido relativamente fácil para um assassino solitário se infiltrar pela floresta circundante. Mas por que alguém o teria assassinado? O amigo de Thompson, Paul Willians Robert, afirmou que, no momento de sua morte, Thompson estava trabalhando em uma investigação sobre o ataque ao World Trade Center e estava pronto para revelar que aquilo teria sido um trabalho interno. Thompson se opunha à guerra no Iraque e à administração de Bush. Não é difícil imaginar que ele estivesse buscando a verdade por trás do 11 de setembro. Em 2003, Thompson afirmou em entrevista:
"Bush é verdadeiramente maligno. Agora vamos ver o que acontece comigo... Se eu cortar meu cabelo na próxima semana... Porque sempre são desconhecidos ou pessoas estranhas de cabelo encaracolado que cometem suicídio. Sem nenhuma testemunha."
No entanto, outro amigo de Thompson, Rauph Stytman, recordou:
"Thompson me disse uma vez: 'Eu me sentiria realmente preso nesta vida se não soubesse que poderia cometer suicídio a qualquer momento'."
Apesar de tudo isso, Anita e Juan estão convencidos de que Thompson realmente se suicidou. Décadas de abuso de álcool e drogas afetaram seu corpo, ele tinha inúmeros problemas de saúde e estava constantemente sofrendo dores. Sua perna estava quebrada, o que o mantinha praticamente recluso em casa, e ele estava se preparando para uma nova cirurgia nas costas para amenizar seu estado. Ele enfrentava depressão, que se intensificou no mês de sua morte. Portanto, é possível que a arma não tenha sido carregada na câmara, mesmo que tenha sido disparada. Infelizmente, os investigadores não examinaram de perto o suficiente para determinar se um cartucho estava inserido na câmara ou se a munição foi colocada posteriormente.
A família de Thompson sempre aceitou o caso como um suicídio, alegando que ele tomou essa decisão para escapar das agruras de sua vida e evitar os problemas da velhice. Seus desafios físicos e mentais ainda suscitam debates sobre como ajudar pessoas com problemas de saúde mental e como prevenir o suicídio em nossa sociedade. Contudo, ainda pairam circunstâncias suspeitas em torno de sua morte, e os registros policiais são insatisfatórios. Será que ele exporia a público realidade extremamente inconvenientes? Um tiro calou a sua boca para sempre.
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