Elizabeth Short era bela moça que almejava o sucesso e alcançou a fama de uma forma bem fúnebre. Conheça uma das histórias mais misteriosas de Hollywood. Um eterno caso sem solução, o Caso Dália Negra. A pele clara, quase translúcida, olhos de um azul profundo, os cabelos castanhos e encaracolados. Vestida de preto e com uma Dália Negra presa aos cachos, ela passeava por Hollywood Boulevard de forma sedutora. Tão encantadoramente sedutora que foi capaz de atrair a própria morte. Essa foi uma das formas como Elizabeth Short foi descrita pelos jornais locais na época de sua morte. Uma aventureira que buscava a fama.
Muito se especulou a esse respeito, mas até hoje nenhuma teoria foi realmente confirmada. Elizabeth Short foi assassinada há 66 anos e sua morte continua um completo mistério. Elizabeth era a terceira de cinco filhas. Sua família perdeu tudo durante a Grande Depressão de 1929, o que levou o pai a desaparecer do mapa. Mais tarde ela descobriria que ele estava morando na Califórnia e mudou-se para lá. Aos 19 anos foi presa por oferecer bebida alcoólica a um menor e foi graças a esse pequeno delito que, alguns anos depois, seu corpo pôde ser identificado através da sua digital registrada na polícia.
Não se sabe muito sobre a vida amorosa de Elizabeth, mas existe um curioso relato de que ela teria se apaixonado por um oficial das Forças Armadas. Os dois estavam em um relacionamento à distância, mas tinham planos de casar assim que ele retornasse de uma missão na Índia. Infelizmente, o casamento nunca pode acontecer. O Major Matthew M. Gordon Jr. morreu em um fatídico acidente de avião pouco antes de retornar
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Sem muita sorte no amor, ela decidiu investir na carreira de atriz. Mas, entre seu sonho de ser famosa e a morte, foi traçado um caminho bem curto. Elizabeth chegou a Hollywood com apenas 22 anos e estava determinada a atuar. Porém, sem nenhum grande talento, acabou apenas fazendo pequenos testes e filmes de baixa qualidade.
Em 15 de janeiro de 1947 o sonho da jovem aspirante a atriz foi literalmente despedaçado. Na manhã desse dia, uma mulher que passeava com a filha de 3 anos encontrou um corpo esquartejado em um terreno baldio em Parque Leimert, distrito de Los Angeles. Era Elizabeth Short, que nos meses seguintes passaria a ser conhecida como Dália Negra. O apelido Dália Negra foi dado por alguns repórteres que cobriram o assassinato na época.
Era uma alusão ao filme noir The Blue Dahlia (1946) de George Marshall. A mídia teve um papel muito peculiar na investigação: muitos repórteres chegaram ao local do crime antes da polícia e as fotos do corpo encontrado estamparam as principais manchetes durante semanas. Gerry Ramlow, um repórter do Los Angeles Daily News, declarou mais tarde que “Se o crime nunca foi resolvido, foi em parte por culpa da imprensa. Os repórteres botaram tudo a perder, atropelando evidências e ocultando informações”.
Em janeiro de 1947, um homem ligou para o jornal Los Angeles Examiner se intitulando como o “Vingador de Dália”, ou seja, o assassino. Ele chegou a enviar coisas de Short para o jornal e a escrever cartas com letras recortadas de revistas, mas no final não existia nenhuma prova contundente que levasse a um desfecho.
O grande sensacionalismo com que o caso foi tratado pela mídia atrapalhou de fato o rumo das investigações, já que a polícia recebia inúmeras denúncias falsas. Mais de 50 homens e mulheres teriam confessado a autoria do crime. Nesse meio tempo, muitas especulações foram levantadas, principalmente sobre o estilo de vida da jovem. Tanto a polícia quanto os jornais queriam encontrar uma motivação e um culpado. Mas amigos e familiares sempre trataram de mostrar que Elizabeth Short era uma boa moça e que não tinha nada que pudesse denegrir sua imagem.
O caso Dália Negra teve vários suspeitos, mas nenhum deles foi preso ou formalmente acusado. Toda a especulação e o espalhafato da imprensa serviram apenas para criar um mito e um mistério sem solução. A história inspirou o romance The Black Dahlia de James Ellroy e, posteriormente, o filme homônimo de Brian de Palma. O caso Dália Negra também foi citado no 9º episódio da 1ª temporada de American Horror Story (Spooky Little Girl), com Mena Suvari no papel de Elizabeth Short.
Fonte: Obvius