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Vozes e imagens paranormais? O que são e quais as hipóteses para explicá-las

trans6 vidaAlexandre de Carvalho Borges, 30 de dezembro de 2012 - A Transcomunicação Instrumental (TCI) é um campo de pesquisa que investiga a questão milenar da possibilidade de existir uma vida após a morte. A personalidade do ser humano sobrevive após a sua morte física? Existirá um mundo paralelo ao nosso, onde seja habitado por seres que outrora habitavam o planeta Terra? Seria possível que estes seres inteligentes deste suposto ...

universo paralelo possam se comunicar conosco? Se sim, como isto seria possível? São perguntas antigas para respostas que, até o momento, ainda não foram satisfatoriamente respondidas. Na cultura popular de muitos povos ou em variadas tradições religiosas este imaginado mundo paralelo é popularmente chamado de “Além” ou “mundo espiritual”. Este seria o local onde estariam agora vivendo nossos falecidos e entes queridos que partiram. O termo Transcomunicação vem da combinação contraída das palavras Transcendental e Comunicação, ou seja, da alegada comunicação com o transcendente. Entende-se a palavra transcendente como algo que ultrapassa os limites ordinários, algo sobrenatural, fora da compreensão atual pelos ditames científicos.

No caso da Transcomunicação Instrumental, essa suposta comunicação transcendente se processaria com o já referido “mundo espiritual”, o alegado outro plano de existência que seria habitado por entidades inteligentes, popularmente chamadas de espíritos. E o que vem a significar a palavra instrumental? Ela designa que a comunicação transcendental se processaria por meio de instrumentos ou aparelhos eletrônicos. Em resumo, a Transcomunicação Instrumental é a alegada comunicação por meio de aparelhos eletrônicos entre o nosso mundo e um suposto mundo espiritual.

O que é registrado através da Transcomunicação Instrumental

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Os aparelhos eletrônicos comumente usados nos experimentos de Transcomunicação Instrumental são em sua maioria aparelhos comuns, usados corriqueiramente no dia a dia das pessoas. Entre alguns desses aparelhos estão o uso do gravador de fita cassete, o gravador digital, o rádio, a televisão, a filmadora, o telefone fixo, o celular, a secretária eletrônica, o fax e o computador.

Com o objetivo específico de serem usados na pesquisa e nos experimentos deste campo, outros aparelhos e sistemas de aparelhos foram construídos ao longo dos anos. Alguns deles são aparelhos que foram modificados e desenhados para operar em conjunto com outros instrumentos, objetivando melhorar os registros obtidos até então.

Com os experimentos de Transcomunicação Instrumental através de aparelhos, tanto comuns quanto os desenhados especificamente para este fim, são obtidos registros de áudio (vozes em grande parte), registros de vídeo, de imagens e de textos, oriundos supostamente de um mundo espiritual. Cada aparelho tem sua particularidade e seu modo de operar dentro dos experimentos nessa área. Por exemplo, alguns aparelhos são utilizados para se obter somente vozes, já outros são utilizados para registrar somente imagens. Ou seja, os aparelhos são o meio no qual é obtido o que agora podemos chamar de transinformação.

O fenômeno das vozes eletrônicas

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O Fenômeno das Vozes Eletrônicas ou Electronic Voice Phenomena (EVP), termo mais conhecido e divulgado na sua versão em inglês, é justamente a terminologia que se refere somente à parte de áudios da Transcomunicação Instrumental. Como a área da TCI engloba várias facetas, a parte de áudios (EVP) é a mais popular. Talvez sua popularidade tenha sido alcançada por ter sido a primeira a se manifestar quando o fenômeno foi descoberto. Ou talvez seja porque sua facilidade relativa de obtenção seja maior quando comparada a outros métodos usados na área. E é justamente por essa vantagem da facilidade que ela é experimentada pela maioria das pessoas.

O termo “EVP” foi cunhado primeiramente pelos idos da década de 70, sendo atribuída sua autoria a uma editora de livros inglesa chamada Colin Smythe. Essa editora publicou o clássico livro “Breakthrough: An Amazing Experiment in Electronic Communication with the Dead” do pioneiro pesquisador letão Konstantin Raudive. Já o termo “Transcomunicação Instrumental” foi cunhado na década de 80 pelo físico alemão e pesquisador deste campo, Ernst Senkowski.

A explicação para o fenômeno

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Em todas as suas facetas, seja dos registros de vídeo, de áudio, de imagens ou textos, o fenômeno da Transcomunicação Instrumental ainda não foi comprovado pela ciência. Quando falamos anteriormente na existência de um mundo espiritual e de entidades espirituais que o habitam – seres humanos e animais que faleceram -, utilizamos a palavra “suposto”. Não descartamos a possibilidade do fenômeno se enquadrar dentro da possibilidade de ser oriundo de uma manifestação espiritual, mas usamos a cautela científica aqui, em vista do insipiente conhecimento vigente da ciência sobre este fenômeno.

A própria área ainda carece de provas científicas definitivas que comprovem a hipótese espiritual como a originária das ocorrências que hora se apresentam neste campo. Sem dúvidas, como a ciência ainda não conseguiu comprovar definitivamente a natureza do fenômeno como espiritual, ela também ainda não foi capaz de negar esta hipótese.

Na verdade, observando por uma visão mais ampla, a própria hipótese da vida após a morte e a comunicabilidade entre nós e supostos seres desencarnados – que viveriam em uma hipotética realidade paralela – também não foi comprovada pela ciência. Como vemos, o assunto é tratado em termos de hipóteses e teorias, e não em termos de certezas inegáveis já estabelecidas.

Muitas pessoas não se importam se a ciência já conseguiu provar ou não a existência e comunicabilidade dos espíritos. Muitas delas já estão convictas disso, e sua convicção é oriunda das suas experiências pessoais, seja pelas experimentações em Transcomunicação Instrumental ou mesmo por sua formação ser espírita ou espiritualista. No momento atual existe uma grande disputa de hipóteses e teorias. Elas estão sendo lançadas por diversas áreas do saber e tentam explicar esses fenômenos anômalos sob variados ângulos de visão.

Duas hipóteses para o mesmo fenômeno

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Como o fenômeno ainda não foi provado pela ciência, a ausência de comprovação abre terreno para que existam atualmente diversas hipóteses e tentativas de explicação para o mesmo. São hipóteses que se rivalizam e são concorrentes, existindo de um lado seus proponentes e de outro seus oponentes. Certamente a mais popular dentre todas as hipóteses é a espiritual, sendo a mais aceita entre os pesquisadores e experimentadores da área.

Essa hipótese espiritual apregoa que as vozes e imagens registradas em suas aparelhagens são originárias de um ser humano que faleceu e que agora habita outra realidade ou plano de existência. Este fenômeno é denominado como Psi-Theta, ou seja, um fenômeno que envolve a manifestação de inteligências de outros planos de existência – popularmente conhecidos como “espíritos”.

Outra hipótese rival é a parapsicológica. Esta hipótese apregoa que os registros, tanto sonoros como visuais, são originários da própria ação psíquica do experimentador. Neste caso, essas vozes e imagens não vêm de um mundo espiritual, mas sim daqui da Terra mesmo, sendo provocadas por um fenômeno conhecido na parapsicologia como Psicocinese (Psi-Kapa).

Numa conceituação simples, a psicocinese seria a capacidade do ser humano em mover objetos físicos, de levitá-los ou afetá-los de alguma forma, de acordo com sua vontade e sem contato físico. Para o campo da TCI, a psicocinese seria, segundo seus defensores, a responsável pela formação de vozes e imagens que surgem nos experimentos de TCI.

Sobre o autor: Alexandre de Carvalho Borges. Sou analista de Tecnologia da Informação e há quase 20 anos tenho pesquisado e estudado algumas áreas da fronteira da ciência. Meus atuais campos de interesse são a Vida Após a Morte, os Fenômenos Aeroespaciais Anômalos, a Pesquisa Psi, a Ciência da Computação, a interação Homem-Máquina, a Astrofísica e as Ciências Planetárias.