HISTÓRIA E CULTURA

A Incrível História da Ilha das Rosas: afinal, a ilha existiu?

ilhaflores113/12/2020 - Um engenheiro idealista constrói a própria ilha no litoral da Itália e a declara uma nação independente, chamando a atenção do mundo — e do governo. Mas afinal, a Ilha das Rosas existiu? “A Incrível História da Ilha das Rosas“, novo filme italiano que está fazendo muito sucesso na Netflix, retrata a história de um homem que procurou durante toda a sua vida preservar o que tinha de mais importante: a liberdade, tanto sua como a de qualquer cidadão.

O longa metragem, que é ambientado em Rimini, na Itália dos anos 60, mostra a trajetória de Giorgio Rosa (interpretado por Elio Germano), um engenheiro sonhador que tem o talento para construir tudo o que deseja. Certo dia, ele resolve construir por si mesmo uma ilha no Mar Adriático, que acabou ganhando o nome de “Ilha das Rosas“. Lógico que o governo italiano não gostou, principalmente com a repercussão internacional do caso. É uma comédia bem intencionada que quer mostrar ao espectador o poder dos sonhos.

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A Ilha das Rosas realmente existiu?

Sim, a Ilha das Rosas realmente existiu. Em 1968, Giorgio Rosa, um engenheiro italiano, construiu sua própria ilha no mar Adriático, que abrigava um restaurante, um bar, uma loja de souvenirs e até uma agência dos correios. Essa foi história extraordinária, que por algum acaso, ficou no imaginário do povo italiano.

“A Incrível História da Ilha das Rosas é o tipo de história em Rimini que os avós contam aos filhos e netos”, explica o produtor do filme, Matteo Rovere à BBC. “É uma história muito famosa, mas apenas em Rimini. Achamos que era uma história incrível, e muito estranho que não soubéssemos dela.”

A história começa em 1967, quando Rosa se propôs a construir uma micro-nação, que pretendia ser um símbolo de liberdade. Muitas pessoas na época pensaram que ele devia estar louco para tentar tal façanha. Mas, como seu filho ressalta também à BBC, a construção de L’Isola delle Rose exigiu muito conhecimento técnico.

Veja a cronologia da Ilha das Rosas

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Em 1968, o engenheiro italiano Giorgio Rosa projetou e financiou a construção de uma plataforma de 400 m² suspensa por pilares de aço.

A estrutura foi construída na costa de Rimini, um pouco além das águas territoriais italianas, o que significava que estava fora do controle das autoridades.

Rosa se autoproclamou presidente e o declarou estado independente – a República da Ilha Rosa.

As autoridades ficaram insatisfeitas com o fato de a Ilha Rosa ter sido construída sem permissão e estar se beneficiando do turismo enquanto evitava as leis fiscais.

Além de alegar que a ilha estava sendo usada para bebida e jogos de azar, alguns políticos até sugeriram que a ilha representava uma ameaça à segurança nacional e poderia fornecer cobertura para submarinos nucleares soviéticos, em um esforço para prejudicar sua reputação.

Apenas 55 dias após a declaração de independência da ilha em 24 de junho de 1968, os italianos enviaram forças militares para assumir o controle. Eles destruíram a Ilha das Rosa em 11 de fevereiro de 1969 usando dinamite.

Dias depois, uma tempestade submergiu totalmente a estrutura. Hoje, seus restos repousam no fundo do mar do Adriático. Enfim, a Ilha das Rosas existiu.

 

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16/12/2020, por Giovana Gomes - No final da década de 1960, um engenheiro construiu uma estrutura no meio do mar e se declarou presidente de um estado independente. Na década de 1960, um engenheiro italiano conhecido como 'príncipe dos anarquistas' decidiu construir sua própria ilha, desafiando as autoridades de seu país. A estrutura localizada no meio do mar Adriático contava com restaurante, bar, loja de souvenirs e até mesmo correio. Agora, a curiosa história virou tema de um filme lançado pela Netflix chamado "A Incrível História da Ilha das Rosas".

História real

Conforme divulgado pela BBC, no ano de 1967, o engenheiro italiano Giorgio Rosa projetou e financiou a construção de uma plataforma de 400 m² suspensa 26 m acima do mar através de plataformas resistentes. Como a estrutura foi construída pouco além das águas territoriais italianas, a 12 km da costa de Rimini, a plataforma estava fora do controle das autoridades. Assim, Rosa se autoproclamou presidente da República da Ilha Rosa, que seria um estado independente. No entanto, ele acabou encontrando obstáculos. Contudo, as autoridades italianas ficaram insatisfeitas pelo fato de a ilha ter sido construída sem permissão, além de que recebia turistas e não seguia as leis fiscais do país. Os políticos também alegavam que a estrutura estava sendo utilizada para consumo de drogas e jogos de azar.

Outros chegavam a afirmar que a construção poderia fornecer cobertura para submarinos nucleares soviéticos e, por isso, representava uma ameaça à segurança nacional. A declaração de independência da ilha ocorreu em 24 de junho de 1968. Contudo, 55 dias depois, os italianos enviaram forças militares para assumir o controle do local. Eles destruíram a estrutura com dinamites no dia 11 de fevereiro de 1969. Dias depois, uma tempestade submergiu totalmente a estrutura, mas Lorenzo Rosa, filho do engenheiro, ainda guarda um pedaço da construção em sua casa.

“Tenho um tijolo que foi tirado de lá pelos mergulhadores, e eles escreveram algo lindo nele”, declarou. "Eles disseram: 'Os mergulhadores de Rimini têm a honra de devolver o fragmento de um sonho a um sonhador.'"

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O filme

Antes de sua morte em 2017, aos 92 anos, Rosa se reuniu com os cineastas e permitiu a realização de um filme que retratasse a construção da ilha e a recusa do engenheiro anarquista em ceder às exigências do governo italiano para que fosse desmontada. Trata-se de "uma história sobre liberdade, sobre a resistência de Giorgio Rosa contra o governo", explicou o diretor Matteo Rovere. “Ele não queria se render contra a lei, porque a lei dos anos 60 dizia que se você estivesse a mais de seis milhas da costa, não é terra de ninguém, então você pode fazer o que quiser - como se estivesse no Lua".

“E então ele construiu a ilha, o que foi incrível porque era muito complicado. Ele a construiu com quatro amigos e um grupo muito pequeno de trabalhadores, em seis meses. Na verdade, quando falamos com ele sobre fazer um filme, ele não ficou muito interessado na história, mas ficou entusiasmado em nos contar sobre a tecnologia que inventou para construí-lo", finalizou Rovere.

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