Luiz Carlos Félix (Série Mala de Garupa) - Sanga Funda, não fugia à estrutura de todas a cidades uma praça, e, ao seu redor a Prefeitura, o clube social, o banco e um café – “Café do Paco”, com três grandes portas,local de encontro só de homens. Suas mesas e reservados eram ocupadas por políticos, comerciantes, fazendeiros, carreiristas, maridos de professoras (chamados de Zangões, por que nada faziam) e outros cuspidores. Ali se passava a limpo a vida de todos, menos dos presentes às mesas. Nos reservados corria até carteados.
Como advento da modernidade, a Internet e seus efeitos passou a ser analisada naqueles encontros, sendo sempre a fonte de novas informações,que poucos entendiam. Mas o que a todos intrigava era a Florzinha, filha do Capitão Genésio, que era tratada como viúva, sem que ninguém soubesse doseu casamento.
Pois bem, o Janguta esposo da professora Vivência, sabedor da história contou: - Hoje,tudo é realizado através da Internet.Perguntem aos seus filhos, como isto acontece.
Florzinha, através de aplicativo no seu celular, conheceu um argentino que se apresentou como oficial da Marinha Argentina Reformado. Mandava fotos a bordo de navios e de seu iate de luxo de 79 pés. Iniciaram o namoro pela Internet e até marcaram casamento que seria na Catedral em Buenos Aires. Ela, eufórica, contava aos “quatro ventos” que iria realizar seu sonho com o Alfonso, Capitão de Corveta, no charmoso Hotel Alvear.
Com esta perspectiva, Florzinha,lépida e faceira, partiu para o Buenos Aires, levando suasduas melhores amigas. Chegaram ao aeroporto não encontraram o Alfonso. Decepcionada, foram para um hotel a espera de seu príncipe. Os dias se passaram... Resolveram voltar, com uma história na ponta da língua. Alfonso havia falecido cinco dias após o casamento. Portanto, Florzinha estava viúva e disponível.
Assim surgiu a primeira viúva virgem de Sanga Funda.