VERDADES INCONVENIENTES

Por que no Brasil tudo custa mais caro - Parte 3

bracaro5PETROBRAS - Por que o combustivel é tão caro no Brasil? 08/04/2011 - A pergunta que todo o proprietário de carro se faz constantemente no Brasil é a seguinte: Por que o preço do combustível é tão alto? Por que a nossa gloriosa gasolina é tão cara? Por que os nossos próprios vizinhos sulamericanos, que não produzem petróleo, têm preços de combustível mais baixos do que nós? Por que diabos é tudo tão caro por aqui? O Brasil possui atualmente a segunda maior petrolífera do mundo, a Petrobras. No ramo petroleiro, temos Eike Batista, um dos homens mais ricos do mundo.

Além do petróleo, temos um mercado automobilístico em constante expansão e a um passo de se estabilizar como o quarto país que mais produz e vende carros em todo o mundo. Também somos pioneiros em combustíveis como etanol e biodiesel. Então?

Por que esse combustível é tão caro? Por que a gasolina é cara?

Ter carro é um pecado. Além de todos os impostos embutidos no preço do carro, que chegam a 29% do valor de tabela em um carro médio, e de outros tributos, como IPVA, ainda há aqueles que são pagos em uma série de serviços como abastecimento, troca de pneu, amortecedores, entre outros.

Mas, não foge do assunto. Por que o preço da gasolina é tão alto?

Quase 60 por cento (57,13%) do preço da gasolina é apenas imposto, segundo os especialistas. Mais da metade do preço do litro.

Quase alto suficiente em petróleo e com invejável cultura de cana de açúcar, por que um preço tão elevado? E o Brasil tem a gasolina mais cara do mundo.

E não é pouco não, os especialistas calculam que o preço do combustível esteja até 60% acima das cotações internacionais.

O que vocês acham da Petrobras exportar petróleo a um preço menor do que pagamos aqui no Brasil, enquanto nós, consumidores, temos que arcar com o valor altíssimo pela gasolina. Por que o preço não reduz? Até quando vamos comprar uma gasolina tão cara?

O Brasil é o único país do mundo onde a população não se beneficia pela riqueza de seus recursos naturais. Apenas os investidores internos, estrangeiros, o governo e poucos funcionários da estatal lucram com as riquezas minerais do país.

E como você explica o fato da Petrobras cobrar de outros países metade do preço que nos cobra pelo barril de petróleo? Para a extração desse petróleo que é exportado os custos são menores? Os bilhões de dólares de lucratividade trimestral obtidos pela Petrobras, os valores milionários gastos pela Petrobras com patrocínio de times de futebol inclusive na Inglaterra? Os cerca de cinquenta milhões de reais anuais pagos a titulo de conselho por “especialistas” em petróleo.

Por que os custos de produção da Petrobrás são cerca de 20 vezes mais que outros países produtores? Pois é o que pagamos a mais em média pelo litro de gasolina no Brasil. A Petrobrás vende a gasolina no Brasil e extraída no Brasil em média a R$ 2,50, como pode vendê-la na Argentina por R$ 1,60? A mesma gasolina extraída dos mesmos poços com os mesmo custos?

E olhem que os preços no norte do Brasil são ainda mais altos. Belém do Pará deveria reivindicar esse título: nós vendemos a gasolina mais cara do mundo. Que orgulho!
A Petrobras não é do governo. O governo federal tem só 37% das ações da companhia, mas tem 56% do voto, e como acionista majoritário, tem poder de decisão na empresa. Ou seja, a Petrobras é uma empresa como outra qualquer, porém controlada pelo Estado.

Mas, o preço da gasolina no Brasil é mais caro por causa da carga tributária.

Quem Faz a Festa?

No Paraguai, que não tem nenhum poço de petróleo, não tem pré-sal nem Petrobras, a gasolina custa R$ 1,45 o litro e sem adição de álcool. Na Argentina, Chile e Uruguai, que juntos, somados os três, produzem menos de um quinto da produção brasileira, o preço da gasolina gira em torno de R$ 1,70 o litro e sem adição de álcool.

E o Brasil anunciou que já é autossufiente em petróleo. Serve pra quem? Quem faz a festa?

Estamos pagando quase 3 reais pelo litro da gasolina. Realmente, só tem uma explicação para pagarmos tanto: menosprezo e desrespeito ao consumidor.

Já houve quem sugerisse um boicote aos postos da Petrobras. Como?

A verdade é que parece que a cada dia que passa o custo do etanol e da gasolina ficam mais caro para o cidadão, o que me indaga muito, pois, não somos um país autossuficiente em cana-de-açúcar e petróleo? Então, logicamente, os preços não deveriam estar entre os mais altos da América Latina.

Antes de tudo, para analisarmos o preço de um produto precisamos pensar em seus custos de produção, armazenamento, deslocamento, lucro do produtor, lucro do distribuidor, impostos, safra (no caso do álcool), enfim, uma série de variáveis que resultam no valor final de um determinado bem ou serviço. Esta é à base do pensamento de um preço justo, mas, muitas vezes empresários se utilizam da ideia de preço do “vamos cobrar o que o mercado está disposto a pagar”. Muitos produtores de cana argumentam que a safra não está lá para estas coisas, já os donos de postos argumentam que a culpa é que estão pagando mais caro pelo combustível que também é altamente tributado pelo governo, e a população.

Reféns dos Cartéis

Dentre os diversos combustíveis, a gasolina, além de petróleo, tem em sua composição química o álcool, ou seja, cada vez que o preço deste produto subir, o preço da gasolina irá acompanhar o seu aumento. No entanto, o que podemos observar em diversas cidades do Brasil é que existe um grande cartel na venda dos combustíveis, seja diesel, etanol, gasolina ou GNV, pois, os postos, de diferentes bandeiras, praticam os mesmos preços ou valores similares. Quem perde com isso é o consumidor! Pois, fica sem opção de compra, tendo que pagar o que o mercado combina e ponto, o que contraria os valores essenciais do capitalismo.

A base do pensamento capitalista está na redução de custos e melhor qualidade de produtos e serviços para os consumidores, onde o cliente tem o poder de escolha na hora de optar por uma marca ou outra, por um produto ou outro, por um preço ou outro, mas, como lhe dar no caso de todos praticarem o mesmo preço do mesmo produto? É o fim da livre-concorrência, viramos reféns dos grandes cartéis, é um caminho sem saída.

Se somos um país autossuficiente em petróleo, se somos os maiores produtores de etanol do mundo, isto tem que refletir no preço dos combustíveis para o mercado brasileiro. Que se venda mais para o mercado interno em detrimento do exterior, que os cartéis sejam combatidos e punidos, e que os produtores e donos de postos que agem de má fé tenham mais transparência em todo esse processo, praticando preços honestos e justos.

O que nos anima é olhar para o futuro e ver que os combustíveis fósseis serão substituídos por energias limpas e renováveis, o que além de permitir preços inferiores, também contribuirá para despoluição de nosso planeta, refletindo numa melhor qualidade de vida para todos nós.

Mas, até lá... também já seremos fósseis...

 

Brasileiro paga mais caro pelas bikes

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05/11/2013 - Assim como acontece no mercado de veículos automotores, as bicicletas de padrão internacional vendidas no Brasil são as mais caras do mundo. Estudo encomendado pela Associação Brasileira do Setor de Bicicleta (Aliança Bike) e realizado pela Consultoria Tendências, mostra que numa cesta de 12 marcas e modelos vendidos no Brasil, Estados Unidos, Espanha, Portugal e Chile, os preços praticados no País são até 114% mais altos do que os cobrados nos EUA, nação com os valores mais em conta dentre os cinco. A entidade congrega fabricantes, importadores, distribuidores e lojistas.

No Chile, que tem o segundo maior preço, a diferença é de até 36%. Entraram na lista modelos de marcas admiradas pelos ciclistas em todo o mundo, como Trek 3500, Scott Aspect 670 e Especialized modelos Crave 29 e Hard Rock 26, que são vendidas no Brasil com preços entre R$ 2.200 e R$ 6.000. “Uma bicicleta com preço de referência de US$ 100 nos EUA vai custar no Brasil US$ 214. Na Inglaterra custará US$ 120, em Portugal US$ 118, na Espanha US$ 116 e no Chile US$ 136”, informa o presidente da Aliança Bike, Marcelo Maciel.

Ele salienta que o Imposto de Importação de 35% influencia na comparação final, mas, mesmo que seja retirado do cálculo, os preços praticados no País são os maiores. Para piorar a situação das bicicletas em relação aos carros, o setor paga uma carga tributária maior que a praticada no segmento automotor, 40,5%, contra 32% em cima dos carros. “Assim como no caso dos veículos e mais recentemente do videogame (Playstation 4, que custa R$ 4 mil no Brasil), o setor de bicicletas também sofre com o custo Brasil. Além disso, os impostos são os maiores responsáveis por essa avaliação”, considera o executivo. O estudo não leva em conta a margem de lucro das empresas. O custo Brasil é um termo que resume as dificuldades sistêmicas de se investir no País relativas a burocracia, corrupção, alto custo de serviços, precária infraestrutura, entre outros.

A carga influi no preço tanto dos produtos importados quanto daqueles produzidos no Brasil, dentro e fora da Zona Franca de Manaus, que tem uma legislação tributária mais amena. “A alta carga tende a empurrar as empresas para informalidade. O estudo acaba mostrando que, quando o governo baixa os impostos, termina por arrecadar mais, pois uma parcela importante das empresas volta a recolher”, argumenta. Maciel acredita que o setor repassaria a redução dos impostos, já que “este é um mercado muito sensível ao preço”.

Segundo estudo da Tendências, a sonegação pode chegar a 20,4% do valor dos impostos e, além disso, a alta carga também estimula o descaminho. Embora não haja como tabular dados, a consultoria considerou que a entrada de bicicletas no mercado nacional sem registro formal pode atingir 30% do volume, ou 3% das vendas realizadas no País. Dentre os impostos que incidem sobre o setor estão o Imposto de Importação (alíquota de 35%), sobre Produtos Industrializados (IPI, 10%), PIS/Cofins (até 10,25%) e Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS, 18%)

A pesquisa será divulgada amanhã em Brasília como forma de pressionar o Congresso Nacional a aprovar medidas em prol do setor. “O senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) tem um projeto de lei que propõe zerar o IPI e a deputada federal Marina Santana (PT-GO) tem propostas de estímulo às ciclovias.”

 

O Brasil dos preços altos e comportamento de consumidor milionário

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07/03/2012 - “Mais vale um gosto do que um dinheiro no bolso”. Ditado antigo, mas excelente para descrever o comportamento do consumidor brasileiro. Segundo uma matéria publicada na revista Veja, edição 2259, de 7 de março de 2012, o brasileiro paga cerca de duas vezes mais por um mesmo produto vendido em países como os Estados Unidos. Até mesmo uma banana custa mais barato na terra do Tio Sam do que na feira mais próxima da sua casa. Alguns detalhes merecem atenção: nos EUA, ela é importada do Equador e é orgânica. Ou seja, a banana gringa é mais barata e saudável. Muitos são os motivos para o famoso “Custo Brasil”. Câmbio, demanda, carga fiscal, inflação, concorrência, escala e produtividade são alguns deles. Os problemas mais crônicos que vejo no Brasil são a pouca concorrência (isso quando o mercado não é operado por um cartel) e o apetite desenfreado dos consumidores.

Para piorar, quando há uma concorrência “desleal” de produtos estrangeiros, o governo, ao invés de ajudar o Brasil a se tornar um país mais produtivo (reduzindo impostos e fazendo reformas necessárias nos tributos e na burocracia), cria barreiras através de impostos para esses itens de fora, criando um aumento artificial para justificar o preço dos produtos no mercado nacional.

Eu acredito muito em uma citação que diz que “quem faz o mercado é o consumidor”. E procuro fazer a minha parte na hora de adquirir um produto ou serviço novo. Com a Internet, é muito fácil pesquisar e ficar triste com a diferença de preços entre o Brasil e o resto do mundo. Mas veja:

Temos o iPhone mais caro do mundo e temos filas nas lojas;

Temos os carros mais caros, e com um grau de segurança em acidentes comparável aos carros europeus da década de 80 (procurem por “Latin NCAP” nos buscadores da internet), e filas nas lojas (alguns carros populares com filas de até três meses para entrega);

Isso sem falar na Internet banda larga (lerda!), produtos de higiene, roupas e por aí vai. A lista é enorme. Ah, não mencionei o mercado imobiliário, me desculpem. Melhor parar por aqui…

A verdade é que o sonho do brasileiro em ter o novo eletrônico e/ou desfilar com o carro novo esbarra, com violência, na realidade dos preços. Às vezes, acho que o mercado “testa o bolso do consumidor”, que até chega a reclamar, mas é só parcelar que a raiva passa. Para muitos, as “suaves prestações” resolvem o problema do alto preço.

Até vejo alguns movimentos de boicote a alguns produtos nascendo nas redes sociais, mas, infelizmente, estas “revoluções” morrem precocemente. Ao menor sinal de redução de preços, “consumidores milionários” vão para as lojas e “fazem a sua parte”. Afinal, mais vale um gosto do que um dinheiro no bolso.

Até quando? A situação é sustentável? O Brasil terá capacidade de destacar-se como potência sem lidar com a realidade das necessárias reformas? O consumidor seguirá o pensamento milionário enquanto sua renda for crescente? Vamos tentar elevar o nível do debate? Deixe sua opinião por aqui e até a próxima.

Fonte: http://www.istoedinheiro.com.br
http://ricamconsultoria.com.br
http://www.politicanarede.com
http://www.infomoney.com.br/
http://www.pragmatismopolitico.com.br
Blog do tio bereco
http://jornalggn.com.br
http://jconline.ne10.uol.com.br
http://www.sxc.hu
http://oglobo.globo.com