VERDADES INCONVENIENTES

Operações Psicológicas, crime organizado e manipulação das massas - Parte 3

operespeciais3O Ambientalismo como uma Operação Psicológica - Há várias décadas que a comunidade internacional e grupos ambientalistas de lóbi vinculados clamam por grandes mudanças na forma como nosso mundo funciona. Isto inclui não somente uma reestruturação econômica e política, mas também a remodelagem dos sistemas individuais de crenças, atitudes e comportamentos. Portanto, uma nova ética global está sendo apresentada e promovida, uma ética que envolve uma cosmovisão neopagã com um ethos (NT: Ethos, na Sociologia, é uma espécie de síntese dos costumes de um povo.

O termo indica, de maneira geral, os traços característicos de um grupo, do ponto de vista social e cultural, que o diferencia de outros. Seria assim, um valor de identidade social. Fonte: Wikipedia) construído com base em ornamentos estratégicos (veja na segunda citação do IISD abaixo uma admissão deste fato).

Sem qualquer surpresa, em uma campanha de operação psicológica, a juventude e a "educação" estão colocados bem no alto da lista de planos. Afinal, de modo a alterar radicalmente a sociedade, precisamos "inculcar nas pessoas mais jovens" as visões planetárias corretas.

Considere as seguintes citações, todas extraídas do Instituto Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (IISD, página na Internet em http://www.iisd.org), uma das mais prestigiosas organizações ambientalistas que operam nos círculos globais de governança. Observe o seguinte: o IISD é uma "organização privada e governamental", um órgão financiado pelo governo canadense e que tem a aparência de autonomia, porém foi criado para fazer avançar ações políticas nacionais e internacionais, financiadas em grande parte com o dinheiro dos impostos pagos pela população. [17].

Ao ler os materiais do IISD, observe os elementos de operações psicológicas direcionados para a mudança dos valores nacionais e globais e os meios de alcançar essa transformação. A propaganda não é difícil de detectar. Algumas citações especialmente audaciosas precisam ser lidas duas ou três vezes para que você consiga compreender o alcance total que elas têm.

"Nas campanhas pelo meio ambiente, durante qualquer 'ciclo de atenção para um problema', há uma fase em que o problema precisa ser estrategicamente exagerado de modo a estabelecê-lo firmemente em um plano de ação." [18].
"A educação tem sido avançada como significativa para produzir mudanças nas atitudes, comportamentos, crenças e valores... De modo a redirecionar o comportamento e os valores rumo à mudança institucional para o desenvolvimento sustentável, existe a necessidade de investigar as opções estratégicas com relação às filosofias educacionais, ao âmbito para a propagação e adoção, e aos grupos mais provavelmente susceptíveis à mudança." [19].
"... um novo modo de fazer as coisas é claramente necessário. Os objetivos da educação e do treinamento precisam ser redefinidos e os critérios de sucesso mensurados em termos de avanços para o próximo nível... Uma transição precisa ocorrer: em abordagem, do ensino ao aprendizado; nos parâmetros do aprendizado, desde os limites da sala de aula ou do centro de treinamento até os elementos dos contextos socioculturais, políticos e ambientais; e no método, de responsivo ou pior, passivo, para pró-ativo e participativo." [20]. [Nota do Editor: Isto é a criação de ativistas.].

"Os jovens estão também bem-posicionados para lutarem por mudanças [no meio ambiente e pelo desenvolvimento sustentável]. Em sua maioria, eles são significativamente menos dependentes do sistema econômico, o que lhes dá espaço para protestar. O protesto deles é mais prontamente reconhecido como sincero e isento de interesses mesquinhos em comparação com os protestos provenientes de outros setores sociais. Como produtos da engenharia educacional e social e como herdeiros deste planeta, eles têm o direito de serem ouvidos. Estando ligadas por instituições educacionais, as ideias florescem facilmente e fincam raízes." [21].

"... como se diz, se o mundo deve realmente mudar, então a inspiração para essa mudança não pode vir da sociedade moderna, que está baseada na ideologia econômica, social e política do Ocidente. A inspiração tem de vir daqueles que veem o mundo e sua população em sua beleza holística, e não de pessoas que internalizaram os valores violentos, materialistas e individualistas que a sociedade adquiriu ao longo da história. Como jovens, é nossa luta nos libertarmos da doutrinação da sociedade moderna..." [22].

"A tarefa da educação no futuro imediato é ajudar a ativar uma ética de sensibilidade planetária que nos ajude a praticar as disciplinas que nos protejam das atrações da nossa cultura mórbida de bens e produtos... Temos de revisar completamente nossa compreensão ocidental do que deva ser um habitante do planeta Terra, nossa história humana e a história ocidental, pois nossa nova situação revela a verdadeira realidade daquilo que temos feito." [23].

"Precisamos passar para um senso de realidade e de valores centrado no homem para um senso centrado na Terra. Precisamos agora reconhecer a comunidade maior de toda a Terra, e não a comunidade humana, como normativa com relação à realidade e aos valores." [24].
Finalmente, o IISD sugere que uma parte do processo educacional de transformação sustentável global requer que o grupo-alvo "sinta-se como mestre de suas próprias ideias..." [25]. Isto é uma operação psicológica clássica.

Lidando com a Propaganda

O exemplo acima, extraído do movimento ambientalista, é somente um em uma longa lista de iniciativas que flertam com a propaganda, ou que a usam explicitamente. O discurso sobre o aquecimento global contém muita manipulação de informações, incluindo filmes de propaganda, como O Dia Depois de Amanhã e Uma Verdade Inconveniente. Da mesma forma, aspectos do movimento pelos direitos humanos giram em torno da propaganda da "cidadania global", o que é uma pena, pois existem preocupações com direitos humanos que são legítimas. [26].

Lamentavelmente, parece que para qualquer lado que você olhe, existe uma inclinação intencional de desafiar e transformar seus valores centrais. Como Peter Kenez escreveu: ".... é inútil reclamar e denunciar a propaganda, pois ela é uma parte integral do mundo moderno." [27]. De fato, parece ser.

Para o indivíduo, o perigo real das operações psicológicas vai além do fato de sermos bombardeados constantemente pela manipulação das informações. Existe um risco mais fundamental que está escondido. Além disso, esse perigo se expressa de duas maneiras para o indivíduo:

1) Ignorar ou marginalizar o assunto, proclamando as operações psicológicas como uma teoria conspiratória ou descartá-la como uma acusação paranóica.

Seguir essa abordagem é ignorar intencionalmente as lições vitais da história, a natureza humana e as estruturas do poder social.

2) Acreditar que existe um bicho-papão em cada esquina. O caminho da paranóia é tão autodestrutivo quanto marginalizar o assunto; é um caminho que coloca ênfase excessiva no medo, ao mesmo tempo que ignora a lógica e a razão.

Portanto, como nos salvaguardamos das operações psicológicas e da propaganda e de outras táticas de enganação com informações — principalmente ao lidarmos como os paradigmas da transformação social?

Um modo é fazer perguntas que nos levem a refletir, como: Existe um desafio aos meus valores, atitudes e crenças naquilo que estou vendo, ouvindo ou experimentando? Em que o desafio está baseado e como a mensagem está me incentivando a reordenar meus princípios? Como as informações que estou recebendo se sustentam quando confrontadas pela lógica, pela história e pelo conhecimento? Agendas mais sutis e mais profundas aparecem subitamente ao pesquisar o objetivo superficial da mensagem? A mensagem e o significado das informações estão me induzindo a conformar meu comportamento para aceitar ou rejeitar um determinado plano, produto ou processo?

Nem sempre é fácil identificar um pacote de operação psicológica/propaganda bem-projetado. Entretanto, as questões acima ajudam a formular a análise crítica necessária. Como afirma Joseph. W. Caddell, ao escrever para o Colégio de Guerra do Exército dos EUA: "Uma metodologia abrangente para lidar com a enganação nunca será escrita. Este é um campo nebuloso, em constante mutação e de proporções virtualmente infinitas." [28].

Mesmo assim, Caddell, escrevendo principalmente para uma audiência militar, oferece algumas orientações básicas a serem usadas na batalha contra a enganação:
"Quanto mais você souber sobre seus adversários e sobre os eventos que estão se desdobrando, melhor preparado estará para enfrentar a enganação... Nunca dependa de um número limitado de fontes de informações ou de um número limitado de metodologias de coleta de informações. Quanto mais fontes você conhecer, mais difícil será para alguém manipular informações fora do contexto. Quanto mais uma pessoa sabe, mais provavelmente ela conseguirá detectar uma fabricação."

"O conhecimento também deve incluir o conhecimento sobre si mesmo. Reconheça os vieses e pressuposições que você, sua organização e sua cultura possuem. Acautele-se da 'imagem no espelho' — sempre que alguém assume que os outros se comportarão de uma maneira similar à forma como ele mesmo faria, está abrindo a porta para o autoengano." [29].
Tudo isto parece elementar e, em grande parte, é mesmo. É claro que as tecnologias usadas para transmitir a mensagem estão sempre sendo atualizadas, mas os conceitos fundamentais permanecem os mesmos. Não nos esqueçamos também que a arte e a ciência da propaganda são tão antigos quanto os atos de mentir e de manipular e, embora os veículos usados para disseminar uma mentira ou para influenciar uma audiência possam mudar com o tempo e a tecnologia, as ações básicas continuam as mesmas.

Caddell reforça esta afirmação. Ao discutir as aparentemente simples contramedidas para enfrentar a enganação, com o conhecimento e a análise sólida, ele encerra fazendo o seguinte comentário:


"Estas observações podem parecer todas autoevidentes até para um estudante casual da enganação. Portanto, alguém pode se perguntar por que essas afirmações óbvias precisam ser repetidas. A resposta é simples. Nas operações bem-sucedidas de enganação, o agente perpetrador espera que uma ou mais dessas observações autoevidentes sejam negligenciadas." [30].


Observação: Dois documentos-fontes usados neste artigo podem ser encontrados na área restrita do site Forcing Change:
Psychological Operations: First Draft.
Deception 101: A Primer on Deception.


Notas Finais
1. Aristóteles, Política, Livro 8, Parte 1.
2. Brian Nichiporuk e Carl H. Builder, Societal Implications, In Athena’s Camp: Preparing for Conflict in the Information Age (Santa Monica: RAND/National Defense Research Institute, preparado para o Gabinete do Secretário de Defesa, 1997), pág. 295.
3. Peter Kenez, The Birth of the Propaganda State: Soviet Methods of Mass Mobilization, 1917-1929 (Cambridge: Cambridge University Press, 1985), pág. 4.
4. Publicado sob a autorização do Chefe da Casa Militar, (Departamento de Defesa Nacional do Canadá), Quartel-General do Comando Móvel, Psychological Operations – First Draft, CFP 315(5), 1988, pág. 1-1.
5. Idem, págs. 1-3. 6. Idem, págs. 3-14/3-15.
7. Kevin Avruch, James L. Narel, e Pascale Combelles Siegel, Information Campaigns for Peace Operations (DoD C4ISR Cooperative Research Program/Command and Control Research Program, 2000), pág. 14.
8. Peter Kenez, pág. 2.
9. Relatório para o Congresso, Serviço de Pesquisa, Public Relations and Propaganda: Restrictions on Executive Agency Activities (CRS, 8 de fevereiro de 2005).
10. Joseph W. Caddell, Deception 101 – Primer on Deception (Carlisle, PA: Strategic Studies Institute, US Army War College, 2004), pág. 5.
11. Para um texto sobre o assunto, veja o livro de Jonathan Gawne, Ghosts of the ETO: American Tactical Deception Units in the European Theater, 1944-1945 (2002).
12. David E. Powell, Antireligious Propaganda in the Soviet Union: A Study of Mass Persuasion (Cambridge: MIT Press, 1975), pág. 1.
13. Idem, pág. 5. 14. Idem, pág. 6.
15. Reshaping the International Order: A Report to the Club of Rome (New York: E. P. Dutton, 1976), pág. 100.
16. Mikhail Gorbachev, On My Country and the World (New York: Columbia University Press, 2000), pág. 73.
17. Para um histórico do IISD, incluindo o suporte inicial dado pelo governo do Canadá e pela província de Manitoba, veja IISD Timeline, http://www.iisd.org/about/timeline.asp. Para ver o financiamento governamental de fontes canadenses e de outros governos, incluindo os EUA e países europeus, veja o relatório anual do IISD de 2005-2006. A tabulação dos fundos gerados pelos impostos dados ao IISD desde sua formação em 1990 chegam às dezenas de milhões de dólares. A página na Internet do IISD apresenta os relatórios anuais desde 1996. O autor deste artigo também possui em seu arquivo cópias impressas dos relatórios de anos anteriores a 1996.
18. Robin Mearns, Environmental Entitlements: Towards Empowerment for Sustainable Development, Empowerment for Sustainable Development: Toward Operational Strategies (Winnipeg: International Institute for Sustainable Development/Fernwood Publishing, 1995), pág. 51.
19. Naresh Singh e Vangile Titi, Empowerment for Sustainable Development: An Overview” Empowerment for Sustainable Development: Toward Operational Strategies, pág. 27.
20. Gretchen Goodale, Training in the Context of Poverty Alleviation and Sustainable Development, Empowerment for Sustainable Development: Toward Operational Strategies, pág. 83.
21. Youth Sourcebook on Sustainable Development (Winnipeg: International Institute for Sustainable Development, 1994), pág. 60.
22. Idem, pág. 79.
23. Budd Hall e Edmund Sullivan, Transformative Education and Environmental Action in the Ecozoic Era, Empowerment for Sustainable Development: Toward Operational Strategies, pág. 102.
24. Idem, págs. 102-103.
25. Naresh Singh e Vangile Titi, Empowerment for Sustainable Development: An Overview, pág. 19.
26. O autor deste relatório já participou de diversas conferências sobre os direitos humanos e testemunhou a propaganda em primeira mão.
27. Peter Kenez, pág. 4. 28. Joseph W. Caddell, Deception 101, pág. 15. 29. Idem, págs. 15-16. 30. Idem, pág.16.

Autor: Carl Teichrib, artigo original em http://www.forcingchange.org, Edição 2, Volume 1.
Revisão: http://www.TextoExato.com
A Espada do Espírito: http://www.espada.eti.br/manipulacao.asp

PARTE 4