VERDADES INCONVENIENTES

Depopulação de um Planeta - Parte 2

depopula11Parte II - O Que você não vê não pode lhe ferir! (22/11/95) - Roger Walsh, M.D., Ph.D., em um capítulo intitulado Sobrevivência Humana: uma Análise Psico-evolucionária que apareceu no livro Sobrevivência Humana e Evolução da Consciência, escreve: “O grande experimento na consciência, evolução humana, agora está de pé diante do precipício de sua própria criação. A mesma consciência que lutou por milhões de anos para assegurar a sobrevivência humana agora está à beira de ...

esgotar os recursos do planeta, tornar inabitável seu meio ambiente, e criar os instrumentos de sua própria auto-eliminação. Pode esta consciência desenvolver a sabedoria para não fazermos estas coisas? Podemos estimular suficiente auto-entendimento para reduzir nossa destrutividade e amudurecer rapidamente para nos levar através desta crise evolutiva? Há certamente as mais cruciais questões de nosso tempo, de qualquer tempo. Hoje enfrentamos uma ameaça global de má nutrição, super população, falta de recursos, poluição, uma ecologia perturbada e armas nucleares.

No tempo atual, quinze a vinte milhões de pessoas morrem a cada ano de má nutrição e causa relacionadas; outros seiscentos milhões estão cronicamente famintos e bilhões vivem na pobreza sem abrigo adequado, educação ou cuidado médico. (Brandt, 1980; Presidential Commission on World Hunger, 1979).

Esta situação é exacerbada por uma população em explosão que acrescenta outro bilhão de pessoas a cada 13 anos, esvazia os recursos naturais em uma taxa sempre acelerada, afeta “virtualmente cada aspecto do Eco-sistema da Terra incluindo, talvez, o mais sério desenvolvimento meio ambiental… uma deterioração acelerada e perda de recursos esenciais para a agricultura”. (Council on Environmental Quality, 1979)

Desertificação, poluição, chuva ácida, aquecimento greenhouse estão entre os mais óbvios efeitos.
Ofuscando tudo isto paira a ameaça nuclear, o equivalente a alguns 20 bilhões de toneladas de TNT [o bastante para encher um trem cargueiro com o comprimento de quatro milhões de milhas], controlada por sistemas de alarme, e criando sobras altamente radioativas para as quais não existe locais de armazenamento, consumindo mais de 660 bilhões de dólares a cada ano em gastos militares e ameaçando um uicídio global. (Schell, 1982; Sivard, 1983; Walsh, 1984).

Por comparação, a quantidade total de TNT lançada na segunda guerra mundial era apenas de 3 milhões de toneladas [ menos que uma única grande ogiva nuclear]

A Comissão Presidencial sobre a Fome Mundial (1979) estimou que seis bilhões de dólares por ano, ou alguns quatro dias de gastos militares, podem erradicar a fome mundial. Conquanto não se negue o papel das forças políticas, econômicas e militares em nossa sociedade, o fato crucial sobre estas crises globais é que todas elas têm origens psicológicas. Nosso próprio comportamento tem criado estas ameaças e, assim, uma abordagem psicológica pode ser essencial para a compreensão e reversão delas. E na extensão em que estas ameaças são determinadas por forças psicológicas dentro de nós e entre nós, elas realmente são sintomas – sintomas de nosso estado mental individual e coletivo. Estes sintomas globais refletem e expressam as crenças e percepções falhas, medos e fantasias, defesas e negativas, que formam e deformam nosso comportamento individual e coletivo. O estado do mundo reflete nosso estado mental; nossas crises coletivas espelham nossa consciência coletiva.”

Em um livro intitulado População – Pontos de Vista Opostos em um capítulo escrito por Jacques-Yves Cousteau que apareceu pela primeira vez na edição de novembro de 1992 de Populi. Neste artigo, Cousteau escreve,

A PREVISÃO DE MALTHUS TEM SE TORNADO VERDADEIRA

“O que está acontecendo agora é uma conseqüência da natureza exponencial do crescimento populacional enquanto os recursos disponíveis obedecem uma progressão linear e são limitados, como profetizou o economista britânico Thomas Robert Malthus a quase duzentos anos atrás.

Os avisos foram repetidos pelo Clube de Roma depois da segunda guerra mundial e substanciados por Norman Borlaug, pai da Revolução Verde; em sua fala de aceitação do Premio Nobel em Estocolmo, dirigida aos líderes do mundo, ele insistiu que nós tínhamos apenas trinta anos para conter a ameaça demográfica.

“Vinte anos se passaram deste então, e Borlaug me disse, e não apenas os líderes não tomaram qualquer ação que fosse, ma eles até mesmo evitaram discutir o assunto. Desde então, a situação tem piorado.”

Novamente, Cousteau,

SOLUÇÕES DEVEM SER ENCONTRADAS PARA CONTER O CRESCIMENTO POPULACIONAL

Se quisermos que nosso precário comprometimento tenha sucesso, devemos convencer todos seres humanos a participarem de nossa aventura, devemos urgentemente encontrar soluções para conter a explosão populacional que tem uma influência direta no empobrecimento das comunidades menos favorecidas. Caso contrário, o ressentimento genralizado gerará ódio, e o pior genocídio imaginável, envolvendo bilhões de pessoas, será inevitável. Devemos ter coragem de enfrentar a situação, os os líderes do mundo, tendo participado da Conferência do Rio, entendem que o que está em jogo é litralmente salvar a espécie humana e aceitam a necessidade de tomar decisões drásticas, não convencionais e impopulares ou o iminente desastre temido pelas academias científicas britânicas e americanas se precipitará.”

Cousteau conclui com:

“O crescimento descontrolado da população e a pobreza não devem ser combatidos de dentro, da Europa, da América do Norte ou de qualquer nação; ele deve ser atacado de fora – pelas agências internacionais ajudadas no trabalho formidável por organizações não governamentais competentes e completamente independentes.

“Uma política mundial inspirada pela eco-biologia e eco-sociologia é a única capaz de direcionar nosso perigoso curso em direção a uma era dourada, protegendo a diversidade cultural e biológica enquanto orgulhosamente iça a cores da humanidade.” ´

GUERRA QUÍMICA E BIOLÓGICA

No livro de 1982, A Mais alta Forma de Matança – A História Secreta da Guerra Química e Biológica [Hill and Wang Publishers, 19 Union Square West, New York 10003], que é uma obra prima de pesquisa, Robert Harris e Jeremy Paxman escrevem,

“Em nenhuma guerra futura os militares serão capazes de ignorar o gás venenoso. Esta é uma mais alta forma de matança. “ [Professor Fritz Haber, pioneiro do gás na guerra, ao receber o Premio Nobel da Química em1919.]

“A mais velha instalação de guerra química do mundo ocupa 7.000 acres do interior na margem sul da planície de Salisbury, conhecida como Porton Down [Inglaterra]Mais de 700 homens e mulheres trabalham lá em laboratórios e escritórios espalhados em 200 prédios. Há polícia e bombeiros, um hospital, uma biblioteca, uma agência do Banco Lloyds, um arquivo detalhado com milhares de relatórios e fotografias; há até mesmo um cinema para milhares de filmes tomados durante experimentos. Eles são o resíduo de mais d seis décadas de pesquisa, geralmente na vanguarda do conhecimento científico contemporâneo. Embora tenha havido muitas tempestades políticas e várias tentativas de fechamento, Porton tem sobrevivido – prova do permanente fascínio militar pelos gases venenosos, mesmo em um país que agora oficialmente não tem armass químicas.

“Foi em janeiro de 1916 quando o Escritório de Guerra compulsoriamente comprou os iniciais 3.000 acres de terra entre a pequeninas vilas de Porton e Miston e começou a limpar o local para o que agora conhecemos como Solo Experimental do Departamento de Guerra.”

Mais tarde no capítulo,

“Esta foi uma admissão crucial. Não importa quão altamente os britânicos, ou qualquer outra nação, renunciaram ao gás na guerra em público, em segredo eles se sentiram inc linados a darem aos seus cientistas uma mão livre para continuarem divisando as armas mais mortais que eles pudessem, com bases no que eles tinham inicialmente inventado, antes que contra-medidas possam ser preparadas.

“Porton Down fez uso desta lógica entre 1919 e 1939 para realizar uma massa de pesquisa ofensiva, desenvolvendo granadas de gás e bombas manuais de contaminação; uma bomba de fumaça aérea tóxica carregada com um novo arsênico apelidada DM foi testada; armas anti-tanque foram produzidas e Porton produziu um tanque spray para aeronave capaz de dispersar gá mustarda de uma altura de 15.000 pés.

Ao mesmo tempo da primeira guerra mundial – o projetor Livens, o morteiro, o escudo químico e até mesmo o cilindro – foram todos modificados e melhorados.”

Vários parágrafos depois,

“O gás mustarda, “o Rei dos Gases” empregado na maioria de humanos voluntários. Apenas um experimento em 1924 envolveu quarenta homens”.

E em outubro de 1929,

“dois sujeitos receberam copiosas aplicações de mustarda crua que praticamente cobriram o aspecto interno do antebraço. Depois de limpar a mustarda líquida grosseiramente com um pequeno tufo de gordura de unção [de sete semanas] era ligeiramente esfregada com os dedos sobre a área… Isto é apenas uma seleção aleatória do tipo de trabalho que era feito na Bretanha.

Pesquisa similar estava sendo realizada por todo mundo. A Itália estabeleceu o Servizio Chimico Militare em1923 com uma extensiva base de testes ao norte do país. A principal instalação francesa de guerra química era o Atelier de Pyrotechnic du Bouchet perto de Paris.

A Marinha japonesa começou a trabalhar em armas químicas em 1923 e o exército a seguiu em 1925. Na Alemanha, a despeito do fato que o Instituto Kaiser Wilhelm de Haber tinha sido fechado e, 1919, limitado trabalho defensivo continuou, mais tarde para formar a base do esforço ofensivo alemão. E em 1924, a Administração Químico-Militar do Exército Vermelho foi estabelecida e as tropas químicas russas foram estacionadas em cada sede provincial do exército.

As armas químicas não eram meramente pesquisadas e desenvolvidas – elas eram usadas. No início de 1919 os britânicos empregaram o aparelho M [que produzia nuvens de fumaça de arsênico] em Archangel quando intervieram na Guerra Civil Russa, jogando latas de aeroplanos dentro de densas florestas. O Exército Branco anti-bolchevista estava equipado com escudos de gás britânicos, e o Exército Vermelho também foi alegado ter usado químicos.

Mais tarde em 1919, Foulkes foi despachado para a Índia, e em agosto urgiu que o Escritório de Guerra usasse químicos contra os afegãos e homens de tribos em rebelião na fronteira norte-oeste:

“A ignorância, falta de instrução e disciplina e a ausência de proteção dos afegãos e homens tribais indubitavelmente aprfeiçoarão as baixas produzindo o valor do gás de mustarda na luta e fronteira.”

[Novamente no fim do capítulo:]

“Finalmente em maio de 1925, sob os auspícios da Ligas da Nações, uma conferência sobre o comércio internacional de arma foi realizada em Genebra. Liderados pelos EUA, os delegados cfoncordaram em tentar e combater o problema do gás venenoso, como os americanos o colocaram, “a esperança de reduzir a barbaridade na guerra moderna”.

Depois de um mês de disputas em comitês legais e militares – durante o qual a delegação polonesa vendo longe também sugeriu o banimento das armas biológicas, então pouco mais que uma teoria – os delegados se reuniram para em 17 de junho assinar o que permanece até hoje como a mais forte restrição legal sobre guerra química e biológica:

Os sub-assinados plenipotenciários, no nome de seus respectivos governos: seja qual for o uso de gases venenosos, afixiantes ou outros, e de todos os líquidos análogos, materiais ou aparelhos, têm sido justificadamente condenados pela opinião geral do mundo civilizado.

Onde quer que a proibição de tal isso tenha sido declarada em Tratados nos quais a maioria dos poderes do mundo são partes. Para finalizar que esta proibição deva ser universalmente aceita como parte da lei internacional, abrangendo igualmente a consciência e prática das nações.

Declaro Que as Altas Partes Contratantes, até onde elas já não sejam partes de Tratados proibindo tal uso, aceitem esta proibição, concordem em extender esta proibição ao uso de métodos bacteriológicos de guerra e concordem em se interligarem segundo os termos desta declaração…”

38 poderes assinaram o Protocolo de Genebra entre eles os EUA, Império Britânico, França, Alemanha, Itália, Japão e Canadá; a insipiente URSS não compareceu.

“A assinatura do Protocolo de Genebra em 1925”, como o expressou um especialista, “foi a mais alta marca d’água da hostilidade pública em direção da guerra química”. Infelizmente, o lobby anti-gás tinha subestimado a força dos interesses que se uniam contra eles. Meramente assinar o Protocolo não era o bastante para faze-lo determinante – os governos individuais tinham que ratifica-lo. Em muitos casos isso significava uma lacuna de tempo de no mínimo um ano, e foi neste período que os apoiadores das armas químicas atacaram novamente. O Serviço de Guerra Química dos EUA [CWS] lançou um lobby altamente eficaz. Eles alistaram o apoio de associações de veteranos e da Sociedade Química Americana [cujo executivo declarou que “a proibição da guerra química significava o abandono de métodos humanos para os velhos horrores da batalha”]. Como sempre tem acontecido desde então, a luta por armas químicas foi representada como uma luta por geral preparação militar.

Senadores se uniram à campanha do CWS, entre eles o presidente do Comitê de Assuntos Militares que abriu seu ataque sobre a ratificação no debate do Senado com uma referência ao Tratado de Washington de 1922:

“Penso que é justo dizer que em 1922 havia muita histeria e muita desinformação a respeito da guerra química”.

Outros Senadores se levantaram aprovadoramente quanto as resoluções que eles haviam recibido atacando o Protocolo de Genebra – da Associação dos Cirurgiões Militares, Legião Americana, Veteranos das Guerras Estrangeiras dos EUA, Associação dos Oficiais de Reserva dos EUA e Ordem Militar da Guerra Mundial. Sob tal fogo pesado, o Departamento não viu outra alternativa a não ser retirar o Protocolo para reintroduzi-lo em um momento mais favorável. Isso não aconteceu até 1970, 45 anos depois da Conferência de Genebra, que o Protocolo foi novamente submetido para ratificação do Senado e demorou mais cinco anos para que isso fosse alcançado.

O Japão seguiu o exemplo da América e recusou-se a ratificar [ele finalmente o fez em maio de 1970]. Na Europa, os vários países se olhavam cautelosamente. A França ratificou primeiro, em 1926. Dois anos depois, a Itália o fez, a URSS declarou que ela também se considerava ligada pelo Protocolo. Somente depois que a Alemanha ratificou em 1929 que a Bretanha se sentiu capaz de aceitar o Protocolo: em 9 de abril de 1930, cinco anos depois da Conferência, a Bretanha se alinhou.

Muitos dos Estados que ratificaram o Protocolo – inclusive França, Grã Bretanha e URSS – apenas o fizeram após acrescentar duas importantes reservas:

1 - Que o acordo não seria considerado compulsório a menos que o país que eles estavam combatendo também houvesse ratificado o Protocolo;
2 - Que se qualquer outro país os atacasse usando armas químicas ou biológicas eles se reservavam o direito de responder da mesma forma.

[mais tarde no capítulo:]

Este trabalho “defensivo” incluía ”melhoramentos de muitas armas da primeira guerra mundial, incluindo escudos de gás, bombas morteiro, projetores Livens e geradores de fumaça tóxica” e o desenvolvimento do “aparato para o spray de gá mustarda para aeronaves, bombas de muitos tipos, escudos de combustão aérea de gás mustarda, granadas de gás e armas para atacar tanques.” As várias invenções eram testadas no norte de Gales, Escócfia e nas instalações espalhadas pelo Império, notavelmente norte da Índia, Aústrália e Oriente Médio.

O comprometimento da maioria dos governos do mundo em nunca iniciar o uso de gás venenoso nunca parou a pesquisa. Ele apenas fez com que o assunto se tornasse mais sensível e portanto mais secreto. Em 1928 os alemães começaram a colaborar com os russos em uma série de testes super secretos chamado “Projeto Tomka” em um lugar na URSS a uns vinte quilômetros de Volsk. Pelos seguintes cinco anos, aproximadamente trinta especialistas alemães viveram e trabalharam juntamente “com um número maior de equipe soviética” principalmente engajados em testar o gás mustarda. As medidas de segurança ao redor do Projeto Tomka “eram tais que qualquer um de seus participantes que falasse sobre isso a alguém de fora estava arriscado à punição capital”.

No Japão, a produção experimental do gás mustarda foi iniciada em 1928 em Tandanoumi Arsenal. Seis anos depois os japoneses estavam fabricando uma tonelada por semana em Lewisite; por 1937 a saída tinha aumentado para duas toneladas por dia.

Intensa testagem – inclusive testes em condições tropicais em Formosa em 1930 – resultaram no desenvolvimento de uma terrível matriz de armas de gás:

- Foguetes capazes de liberar dez litros de agentes a mais de duas milhas.
- Aparelhos para emitir um “fog” de gás
- Lança chamas modificados para arremessar jatos de cianeto de hidrogênio
- Bombas spray de mustarda que liberavam correntes de gás enquanto gentilmente flutuavam para a terra anexadas a paraquedas.
- Reboques de contaminação remotamente controlados capazes de lançar mustarda em faixas de sete metros de largura
- O “Masuka Dan“, uma arma portátil anti-tanque carregada de um quilo de cianeto de hidrogênio

E então,

“Agora há pouca dúvida que de 1937 em diante os japoneses fizeram uso intenivo de gás venenoso em sua guerra contra os chineses. Em outubro de 1937 a China fez um protesto formal para a Liga das Nações.

E, dois parágrafos depois,

“Os italianos fizeram uso de químicos em sua invasão da Absínia do mesmo modo. Em 1935 e 1936, 700 toneladas de gás foram embarcadas, a maioria disso para uso pela força aérea italiana. Primeiro v ieram as bombas de mustarda em forma de torpedos.

Em um capítulo posterior de Uma Mais Alta Forma de Matança, vem:

“O barulho de 14.000 aviões avançando em ordem aberta. Mas em Kurfurstendamm e no Eight Arrondissement, a explosão de bombas de antrax dificilmente é mais alta do que o estourar de um saco de papel”. – Aldous Huxley, Brave New World (1932).

A história de guerra química e biologica tem originado algumas histórias estranhas, mas poucas são tão bizarras quanto aquelas que cercam uma pequena ilha na costa noroeste da Escócia. Ela fica em sua baía bem protegida, perto da vila de pescadores de Aultbea – um afloramento de rocha, bem coberto com vegetação, 300 pés de altura, uma e meia milhas de comprimento e uma milha de largura. Leva aproximadamente vinte minutos para ser alcançada pelos barcos pesqueiros de Aultbea. Quando você se aproxima é possível ver a forma de centenas de aves marinhas que fazem ninho em seu litoral. Seus chamados são o único om que quebra o silêncio. Uma vez é dito que a ilha já foi moradia de onze famílias. Hoje, o único sinal de habitação é a ruína de um chalé.

Esta ilha abandonada é Gruinard. Graças a séries de experimentos secretos de tempos de guerra – os detalhes ainda são clasificados – ninguém tem permissão de morar ali ou até mesmo de chegar lá

Novamente, mais tarde no capítulo,

“O antrax a muito tempo tem sido considerado o mais apropriado para uma arma biológica. Uma década antes, Aldous Huxley tinha previsto uma guerra envolvendo bombas de antrax. Até mesmo antes disso, em 1925, Winston Churchill escreveu sobre “pestilências metodicamente preparadas e deliberadamente lançadas sobre o homem e a besta…”

Ferrugem para destruir plantações, antrax para matar cavalos e gado, praga para envenenar não apenas exércitos mas distritos inteiros – tais são a linhas pelas quais a ciência militar está sem remorso algum avançando.”

Do mesmo capítulo,

“Em julho de 1942 as alegações dos chineses foram aprovadas por Winston Churchill. Dois dias depois ele as teve colocadas na agenda do Conselho de Guerra do Pacífico.

“O crescente alarme em Londres e Washington que os japoneses estavam a beira de iniciar guerra biológica deu uma urgência acrescentada ao primeiro teste de bomba antrax em Gruinard neste verão. Até então o esforço Aliado de guerra biológica tinha significativamente ficado atrás dos japoneses, mas de 1942 em diante o programa biológico anglo-americano começou a competir com o Projeto Manhattan pela principal prioridade de desenvolvimento.

O projeto britânico de guerra biológica nasceu em 12 de fevereiro de 1934 em um encontro de Chefes de Staff. Por dois anos, uma Conferência sobre Desarmamento em Genebra tinha estado discutindo meios de finalmente livrar o mundo das armas químicas. A guerra biológica também havia sido incluída e em vista disso, Sir Maurice Hankey disse aos Chefes de Serviço “que ele estava considerando se ou não poderia estar certo considerar as possibilidades e potencialidades dessa forma de guerra”.

Do mesmo capítulo,

“Em outubro o CID aprovou, e Hankey tornou-se o presidente do recém criado Comitê de Guerra Microbiológica. Em março de 1937 o Comitê submeteu seu primeiro relatório, especificamente sobre a praga, antrax e doença de pé-e-boca. Embora ele concluísse que ”pelo tempo sendo… as dificuldades práticas de introduzir bactérias dentro deste país em uma grande escala eram tais que poderiam considerar uma tentativa improvável”, eles urgiam que os estoques de soro fossem construídos para enfrentar qualquer potencial ameaça. De 1937 a 1940 a Bretanha começou a armazenar vacinas, fungicidas e inseticidas contra ataque biológico.

“Em abril de 1938 o Comitê produziu um segundo relatório, e em junho, Hanley circulou “Propostas para um Serviço de Emergência Bacteriológica para operar na guerra”: a ênfase estava na defesa. O tom ainda era baixo:

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Winston Churchill em uma minuta “Most Secret” aos Chefes de Staff em 6 de julho de 1944:

“… Pode levar várias semanas ou até mesmo meses antes que eu lhes peça para banhar a Alemanha com gás venenoso, e se fizermos isso, vamos faze-lo 100%. Enquanto isso, quero o assunto estudado com sangue frio pelas pessoas sensíveis e não pelo particular conjunto de derrotistas cantadores de salmos uniformizados que correm agora ali e agora ali”.

Novamente de Uma Mais Alta Forma de Matança,

“No fim da guerra, apenas os britânicos haviam fabricado 70 milhões de mácaras de gás, 40 milhões de latas do óleo anti-gás e armazenado 40.000 toneladas de água sanitária para descontaminação; dez milhões de folhetos tinham sido preparados para distribuição imediata no evento de um ataque químico, e por um arranjo de longo prazo a BBC teria interrompido os programas com avisos sobre gás especialmente preparados. O planejamento de contingênia cobria os menores detalhes”.

Mais tarde no mesmo capítulo,

“Na véspera do Natal de 1949, a Rádio Moscou anunciou que doze prisioneiros de guerra japoneses seriam acusados de fazer guerra biológica na China. Os russos afirmavam que os japoneses tinham estado produzindo vastas quantidades de bactérias, e tinham planejado fazer guerra biológica contra os Aliados.

As alegações tornaram-se mais específicas na semana seguinte. Três dias depois a Rádio Moscou afirmou que o Destacamento 731 do Exército de Kwantung tinha usado prisioneiros de guerra para horripilantes experimentos de guerra biológica, e então, no dia seguinte, que um dos prisioneiros havia confessado a seus interrogadores que a unidade havia sido criada por ordens do próprio Imperador. Em 29 de dezembro o jornal Pravda chegou ao ponto

Os EUA estavam protegendo outros criminosos de guerra japoneses e eles próprios se engajando na pesquisa da guerra biológica.

Ainda mais tarde,

“Nos dias iniciais depois da segunda guerra mundial era extremamente difícil para os britânicos ou americanos examinarem muitas das queixas surpreendentes que eles obtinham dos arquivos alemães capturados. Contudo, eles concluíram, que havia mais do que evidência adequada que a União Soviética tinha estado, e ainda estava, engajada em alguma forma de pesquisa de guerra biológica. Embora pouco fosse conhecido da natureza do trabalho contemporâneo, era pensado que os russos mantiveram seis locais para pesquisa de guerra biológica, a maioria deles no Ural. Os britânicos e americanos reconheceram que sua inteligência era inadequada. Mas a evidência foi julgada mais do que suficiente para justificar a continuação de um trabalho similar no Ocidente. Quando eles vieram a avaliar a vulnerabilidade do Reino Unido a um potencial ataque de germes eles descobriram que Londres, contendo mais de 12% da população, estava a apenas 500 milhas da bases aéreas do leste da Alemanha ocupado pelos soviéticos.

Quando o Comitê Conjunto de Guerra Técnica avaliou como era possível ser fácil um ataque retaliatório, eles entenderam que os alvos civis contra os quais os aparelhos bacterianos seriam mais eficazes estavam dispersos ao longo da enorme expansão da União Soviética. Até mesmo usando as bases aéreas britânicas em Nicósia [Chipre] e Peshawar (Ìndia), havia apenas uma cidade soviética de mais de 100.000 habitantes dentro do alcance de 500 milhas e somente 35 de tais centros de população dentro do alcance de mil milhas. Claramente, no mínimo, deveria haver um maior programa de pesquisa visando o desenvolvimento de alguma defesa. A inteligência, era livremente admitido, era inadequada. Mas nem tal reticência encontrou seu caminho nas histórias que começaram a aparecer na imprensa, [uma manchete]

RÚSSIA RELATADA PRODUZINDO ‘AGENTES DE DOENÇA’ PARA GUERRA

Em oito “estações bacterianas militares”, uma delas um navio fantasma no Oceano Ártico, a União Soviética está produzindo em massa enormes quantidades de “agentes de doenças” para uso agressivo contra soldados e civis do mundo livre. Em particular, o Exército Vermelho está armazenando duas específicas “armas biológicas” com a quais espera atacar em explosão estratégica e vencer decisivamente qualquer futura guerra até mesmo antes que esta comece oficialmente.

Pulando vários parágrafos,

“Parece haver pouca dúvida que a União Soviética realizou extensa pesquisa em guerra bacteriológica na década de 1930 e 1940. Foi sentido como legítimo concluir que tal pesquisa improvavelmente parou em algum ponto arbitrário depois da segunda guerra mundial. Mas a firme inteligência sugere que a natureza do trabalho estava notalvelmente faltando.

“Para a maioria dos microbiologistas militares dos anos pós guerra desenvolverem armas biológicas ‘retaliatórias’ contra ameaças que nem eles sabiam existirem, e então tentarem desenvolver defesas não contra as armas de um futuro potencial inimigo, mas contra as doença que eles próprios refinaram.”

Novamente mais tarde,

Certamente durante os anos de 1950, os russos estavam esperando que armas químicas e biologicas fossem usadas contra eles pelo Ocidente. Em 1956 o Marechal Zhukov disse ao Vigésimo Congresso do Partido:

“A guerra futura, se eles a desencadearem, será caracterizada pelo uso maciço das forças aéreas, várias armas de foguetes e vários meios de destruição em massa, tais como armas atômicas, termonucleares, químicas e bacteriológicas.”

Zhukov não disse que a União Soviética planejava usar estas armas. Por 1960 o chefe da Pesquisa do Exército dos EUA estava dizendo durante um inquérito do Congresso:

“Sabemos que os soviéticos estão colocando uma alta prioridade no desenvolvimento de armas letais e não letais, e que o armazenamento destas armas consiste de aproximadamente um sexto de munições químicas”. Se era verdade que um sexto da quantidade total de armas disponíveis na União Soviética era composto de escudos químicos e bombas, isso representava uma ameaça alarmante para os EUA e seus aliados da OTAN. Alguns anos depois esta estimativa tinha concluído que os EUA eram “altamente vulneráveis” a um ataque biológico em uma guerra. Eles ressaltaram que desde o fim da guerra muito pouco trabalho novo tinha sido feito para produzir uma bomba biológica. Eles acreditavam, demoraria “aproximadamente um ano de intenso esforço” antes que a América pudesse mover uma guerra biológica.

Na verdade, não havia qualquer evidência dura que qualquer inimigo potencial tivesse desenvolvido uma arma biológica, mas poderiam os EUA enfrentarem os riscos de não ter a sua e alguém a poderia desenvolver em algum lugar?
O argumento era persuasivo. Em outubro de 1950 o Secretário de Defesa aceitou uma proposta para a construção de uma fábrica onde manufaturar doença. O Congresso secretamente votou noventa milhões de dólares, a serem gastos renovando um arsenal da segunda guerra mundial perto do pequeno centro algodoeiro de Pine Bluff, no Estado do meio-oeste de Arkansas.

A nova fábrica de guerra biológica tinha dez andares, três deles construídos subterraneamente. Era equipada de dez fermentadores para a produção em massa de bactérias a curto prazo, embora a fábrica nunca tenha sido usada em sua plena capacidade. As pessoas locais na cidade de Pine Bluff tinham alguma idéia do propósito da nova fábrica do exército sendo construída descendo a estrada, mas em gral havia, como mais tarde expressou o Pentágono “uma relutância em tornar público o programa”. As primeiras armas biológicas estavam prontas no ano seguinte, embora elas não fossem destinadas a atacar não humanos, mas fábricas. Em 1950 os cientistas de Camp Detrick [ Maryland] tinham submetido um relatório super secreto a Junta de Chefes de Staff sobre o trabalho que eles haviam desenvolvido sobre uma “bomba pombo”. Em uma tentativa de desrtuir os estoques de alimentos do inimigo os cientistas haviam pulverizado as penas de pombos com esporos de ferrugem de cereal, uma doença que ataca plantações. Os pesquisadores descobriram que até mesmo depois de cem milhas de vôo, permaneciam nas penas dos pombos esporos suficientes para infectar a aveia deixada em suas gaiolas. Então eles haviam experimentado lançar os pombos de uma aeronave sobre as Ilhas Virgens. Finalmente eles dispensaram com aves vivas e simplesmente encheram uma ‘bomba cluster’ com penas contaminadas de perus. Em cada um destes testes bizarros os homens de Camp Detrick concluíram que bastante da doença sobreviveu à jornada para infectar a plantação alvo. Em 1951 a primeiras bombas ant-plantação foram colocadas em produção pela força aérea americana.

Os EUA haviam estabelecido no primeiro tempo de paz a linha de produção de arma biológica. Mais tarde, os cientistas de Fort Detrick descobriram um trinidadiano que havia sido infectado pela febre amarela em 1954 e mais tarde havia se recuperado. Eles tiraram o soro do trinidadiano e injetaram em macacos; eles removeram o plasma infectado no qual deixaram cair larvas de mosquito. Os mosquitos infectados eram então encorajados a morderem camundongos de laboratório para transmitir a doença. Esta engenhosa técnica de pesquisa em saúde pública funcionou. Os camundongos devidamente infectados contraíram a doença [febre amarela].

Laboratórios foram construídos em Fort Detrick onde colônias de mosquitos aedes aegypti eram alimentadas com uma dieta de xarope e sangue. Eles punham seus ovos em toalhas úmidas de papel. Os ovos se transformariam em larvas e eventualmente em uma nova geração de mosquitos. Os laboratórios de Fort Detrick podiam produzir meio milhão de mosquitos por mês e pela metade dos anos 1950 um plano havia sido criado para uma fábrica produzir cento e trinta milhões de mosquitos por mês.

Uma vez os mosquitos haviam sido infectados com a febre amarela, os Corpos Químicos planejavam lança-los em um inimigo por meio de “bombas cluster” lançadas de uma aeronave e de uma ogiva de um míssil “Sergeant”.

Para testar a efetividade desta arma extraordinária, o exército precisava saber se os mosquitos podiam ser baseados em morder as pessoas. Durante 1956 eles realizaram uma série de testes nos quais mosquitos fêmeas não infectadas eram liberadas primeiramente em uma área residencial de Savannah, Georgia, e então lançadas de uma aeronave sobre uma área ao alcance de bombardeio da Flórida.

“Dentro de um dia”, segundo um relatório secreto do Corpo Químico, “os mosquitos haviam se disseminado em uma distência de uma a duas milhas e mordido muitas pessoas”. Os efeitos de soltar mosquitos infectados podem Sr imaginados. A febre amarela, como notou o Corpo Químico, é “uma doença altamente perigosa”, no mínimo causando temperaturas muito altas, dor de cabeça e vômitos. Em aproximadamente um terço dos casos relatados naquele tempo, a febre amarela havia se provado fatal.

Nem os mosquitos eram os únicos insetos conscritos ao serviço do exército. Em 1956 o exército começou a investigar a possibilidade de cruzar 50 milhões de pulgas em uma semana, presumivelmente para disseminar a praga. Pelo fim dos anos de 1950 os laboratórios de Fort Detrick eram ditos conterem mosquitos infectados pela febre amarela, malária e dengue [uma doença viral aguda conhecida como Breakbone Fever para a qual não há cura]; pulgas infectadas pela praga; carrapatos contaminados com tularemia e pulgas infectadas com cólera, antrax e desinteria.

Posteriormente no livro Uma Mais Alta Forma de Matança, lemos:

“A Guerra do Vietnã pode ter representado o perfeito laboratório de campo para homens como o General Rothschild testarem suas teorias sobre semear nuvens com antrax. Mas não havia evidência suficiente do modo como as tropas americanas e sul vietnamitas também poderiam ser afetadas para descartar isso. Ao invés, os laboratórios de guerra biológica concentraram seus esforços no desenvolvimento de doenças incapacitantes que derrubariam o inimigo pela doença durante dias ou semanas. Por alguns anos os laboratórios em Fort Detrick tem estado trabalhando com enterotoxinas causando envenenenamento alimentar, em teoria militar, como o colocou um proponente, “um camarada que esteja vomitando seu estômago não conegue mirar um rifle contra você.” Por 1964 eles acreditavam que uma arma baseada nesta teoria era possível. Mas por agora uma outra doença incapacitante parecia um melhor candidato”.

Vários parágrafos depois, lemos:

“Os resultados da pesquisa continuada podem ser vistos nos mapas da Base de Testes Dugway no Utah, parte da qual fio marcada “área permanente bio contaminada”, depois de experimentos com antrax em meados dos anos de 1960. No Pacífico mais testes foramrealizados com “agentes quentes” – um jargão para as reais armas biológicas – em um número de ilhas desertas.

Os resultados destes testes ainda permanecem classificados com base em que eles revelam a fraqueza nas defesas americanas. Por março de 1967 Fort Detrick havia desenvolvido uma ogiva bacteriologica para o míssil Sergeant capaz de enviar doença a mais de cem milhas atrás das linhas inimigas.

O Departamento de Defesa havia justificado a corridaq acelerada para armas biológicas nos anos de 1960 dizendo que não havia perspectiva de qualquer tratado ser alcançado que fosse aceitável para os EUA. Desde que qualquer argumento para o banimento das armas biológicas era improvável, eles argumentavam, os EUA deveriam continuar seu trabalho de pesquisa.

“Eles estavam errados. Em 1968 o assunto de guerra química e biológica apareceu para discussão no 18º. Comitê de Desarmamento das Nações em Genebra. Tentativas prévias de chegar a um acordo sobre um tratado internacional para banir as armas químicas e biológicas foram incluídas no mesmo tratado. Já que as armas de gás já haviam sido usadas durante a guerra, provado-se eficazes, e foram armazenadas em grande escala, elas eriam muito mais difíceis de colocar na ilegalidade do que a armas biológicas, que estavam longe de serem comprovadas satisfatoriamente já que nunca haviam sido usadas em guerra. Os britânicos propuseram que os dois asuntos fossem separados e introduziram um esboço da Convenção de Armas Biologicas que deveria comprometer todos os Estados signatários a renunciarem as armas por todo tempo. Inicialmente houve uma pesada oposição dos russos e seus aliados do leste europeu, e pouco entusiasmo aberto de Washington. Os britânicos e canadenses, que haviam compartilhado sua perícia na guerra bacteriológica com os americanos, não obstante argumentaram ao Presidente Nixon que um tratado internacional agora era uma possibilidade real. O que eles precisavam, disseram, era um gesto de boa vontade. Nixon já estava sob pressão sobre o assunto das armas químicas e biológicas e enfrentando crescente oposição doméstica.

Em 25 de novembro de 1969 Nixon emitiu a seguinte declaração:

“A humanidade”, ele disse, “já carrega em suas próprias mãos sementes demais de sua própria destruição”.

Os EUA estavam dando um passo na causa de paz mundial.

“Os EUA”, ele continuou, “devem renunciar ao uso de agentes biológicos letais e armas, e a todos ou outros métodos de guerra biológica”.

Este foi um gesto corajoso, que forneceu o esporão pelo qual os britânicos tinham estado esperando.

As laboriosas negociações no Palais des Nations, Genebra, receberam um impulso considerável com o anúncio de Nixon. Dentro de dis anos a URSS tinha abandonado sua oposição à convenção da guerra biológica. Em 4 de abril de 1972 representantes dos dois países assinaram um empreeendimento que eles “nunca, em qualquer circunstância, desenvolveriam, produziriam, armazenariam ou de qualquer modo adquiririam ou reteriam qualquer arma biológica”.

Mais de oitenta países seguiram assinando. A Convenção de Armas Biológicas foi um triunfo, porque diferente de muitos outros acordos para controle de armas que meramente restringiam o desenvolvimento e emprego de novas armas, removeu uma categoria de armamentos dos arsenais mundiais.

Ao tempo em que o acordo foi finalmente assinado, a pesquisa que havia começado com um pequeno grupo de biólogos ponderando sua contribuição para a guerra contra Hitler tinha produzido um conjunto de doenças capazes de se espalhar pelo mundo. Além das infecções que destruiriam trigo e arroz, antrax, febre amarela, tularemia, brucelose, febre Q e encefalomielite eqüina venezuelana todas haviam sido ”padronizadas” para uso contra o homem. O planos haviam sido postos para seu uso atrás das linhas inimigas no evento de uma outra guerra na Europa.

Em Pine Bluff Arsenal no Arkansas o maquinário que por vinte anos tinha sido utilizado para produção em massa de doenças foi usado para transformar os germes em lama inofensiva, que foi espalhada sobre o solo enquanto um oficial de relações públicas do exército explicava que bom fertilizante isso poderia ser. E em uma pequena e sombria ilha fora da costa da Escócia os sinais de aviso tiveram que ser repintados. .

[Novamente:]

A despeito do fato que tais maiores poderes como França e China ainda não tinham assinado [início de 1982], grandemente por causa que eles consideravam os procedimentos de verificação serem inadequados, a Convenção sobre Armas Biológicas de 1972 foi uma maior obtenção.

Uma das determinações do tratado comprometia os 87 países signatários a “continuarem negociações de boa fé” com vistas a obterem um acordo imilar de banimento das armas químicas.A Assembléia Geral da Onu otimiscamente apelidou a década de 1970 de “a década do desarmamento”. No campo da guerra química ela mais apropriadamente deveria ter sido chamada de “década da desconfiança”.

[Mais tarde:]

Em janeiro de 1978 um correspondente da agência de notícias Reuters relatou da sede da OTAN que “especialistas científicos” tinham lhe informado que os russos estavam desenvolvendo “três novas doenças horríveis para a guerra… febre de Lassa, que segundo as fontes, mata 35% das pessoas atacadas; febre Ebola, que mata 70% e a mortal febre Marburg [doença do macaco verde]“.

Não surpreendentemente, o efeito destas alegações foi lançar uma séria dúvida sobre o valor de tentar negociar um segundo tratado com a URSS para banir a guerra de gás.

De fato, no verão de 1978 apareceu uma história sugerindo que a decisão original de Nixon de parar o desenvolvimento de novas armas químicas e biológicas tinha sido o trabalho de espiões soviéticos. “Segundo oficiais da inteligência dos EUA”, disse o NEW YORK TIMES, “a URSS tentou influenciar então – o Presidente Richard Nixon em 1969 para parar o desenvolvimento de armas químicas e biológicas ao transmitir informação através de agentes duplos trabalhando no FBI”. O jornal sustentava que o diretor do FBI,

J. Edgar Hoover, tinha pessoalmente transportado a informação para Nixon. Conquanto ninguém no staff da Casa Branca de Nixon fosse capaz de se recordar de ter estado recebendo qualquer informação sobre armas químicas e biológicas de agentes do FBI, o relato do NEW YORK TIMES foi suficiente para crescer a inquietação sobre o que os russos podiam estar a fazer. Logo houve uma cascata de histórias positivas sobre preparações soviéticas para guerra biológica. Um oficial do exército polonês afirmou que agentes da KGB lhe diseram que especialistas em guerra biológica tinham sido colocados em Cuba. Então em outubro de 1979 veio a mais sensacional alegação de todas. A incipiente revista de notícias britânica NOW! Estampou em sua capa a manchete “Exclusivo: Desastre da secreta guerra biológica da Rússia”. Ela relatava que, “centenas de pessoas são relatadas terem morrido, e milhares sofreram ferimentos sérios como resultado de um acidente que ocorreu neste verão em uma fábrica que envolvia a produção de armas biológicas na cidade siberiana de Novosibirsk“. As autoridades soviéticas haviam tentado abafar o acidente, dizia a revista, mas a informação havia sido obtida de um “viajante que estava naquela cidade nesta época”. Este ”viajante” afirmava que os corpos dos mortos foram enviados a seus familiares em caixões lacrados. Aqueles pouco que haviam conseguido dar uma olhada nos corpos os haviam descrito como ”cobertos de manchas marrons”.

[E novamente :]

Na metade final da década de 1970 emergiu um grupo de teóricos militares que acreditavam que a ameaça da guerra química russa fosse um dos maiores perigos não reconhecidos para o Ocidente. Em tons crescentemente estridentes eles começaram a argumentar a favor do rearmamento químico dentro da OTAN. Uma das mais contidas análises da ameaça soviética foi feita pelo Professor John Erickson, uma reconhecida autoridade sobre Exército Soviético. Erickson estimava que houvesse 80.000 soldados especialistas no Exército Vermelho, comandadas pelo General V.K. Pikalov, cujo serviço em campo de batalha era descontaminar homens, mãquinas e armamentos de químicos. Havia mil intervalos onde tropas soviéticas treinavam para combater em um campo de batalha contaminado. Tanques soviéticos e carros blindados eram equipados de elaborados lacres e sistemas de despressurização para mante-los livres de gás. O treinamento químico era considerado tão seriamente que os soldados soviéticos, ele descobriu, tinham sido queimados pelo gás real usado em treinamento. Erickson notou que os russos ”constantemente enfatisam o provável uso pelo inimigo – presumivelmente a OTAN – de armas químicas”, ainda que a OTAN, tenha apenas um pequeno número de tais armas. Sobretudo, o treinamento russo enfatizava a defesa não apenas contra o gás nervoso mas também contra agentes no sangue e pulmão inicialmente desenvolvidos durante a primeira guerra mundial, e agora não importantes no armazenamento da OTAN. Erickson decidiu que, “a atração da arma química pareceria estar crescente para o comando soviético”

[E continuando mais tarde:]

A convicção era crescente entre os “falcões” na OTAN que a decisão de parar de expandir o arsenal químico tinha dado um perio refém á sorte. Em 1980 os britânicos abriram uma proposta destinando 7.000 acres de guerra química na área de treinamento de Battle Run” nas montanhas Wiltshire ao longo de Porton Down. O Exército dos EUA abriu uma escola de treinamento especializado em química no Alabama. O Corpo Químico dos EUA que na década de 1970 havia sido reduzido para 2.000 foi aumentado para quase seis mil em 1981.

Em 1979 os comandantes da OTAN jogavam seus jogos bianuais simulando o início da Terceira guerra mundial. Sob o nome código “Wintex“, o exercício envolveu apenas generais, servidores civis e políticos que tomariam decisões críticas sobre como a guerra deveria ser lutada. Nas salas de operações da Europa e América do Norte eles encenaram como responderiam a uma escalante crise internacional que finalmente lançassem a OTAN e o Pacto de Varsóvia um contra o outro em uma guerra aberta. Na medida em que as hostilidades se intensificassem, alguém na sede da OTAN alimentaria a nova informação ao plano de guerra que estivesse sendo divisado pelos tomadores de decisão em seus bunkers de concreto: o exército soviético havia lançado um ataque com armas químicas. Qual seria a resposta da OTAN?

A escolha alarmava todo mundo – os pequenos membros da OTAN que não gostavam do gás mas queriam evitar uma guerra nuclear a todos os custos, e os poderes nucleares da OTAN onde muitos sentiam que uma resposta apropriada era atacar o campo de batalha com armas nucleares, o que por si só corria o risco de convidar um contra-ataque soviérico nuclear em escala completa.

O então supremo comandante da OTAN, General Alexander Haig, que logo se tornaria o Secretário de Estado do Presidente Reagan, disse aos repórteres em 1978 que a habilidade da OTAN de fazer guerra com químicos era “muito fraca”. “Em algum ponto do futuro próximo isto terá que ser reavaliado”. Seu sucessor como comandante supremo foi mais longe: “Devemos ser capazes de responder com armas químicas e eles devem saber de nossa capacidade de responder”.

Dez anos depois da decisão de Nixon de suspender a fabricação de armamento químico, pelo fim da chamada “década do desarmamenrto” , os advogados do rearmamento químico incluíam algumas da mais importantes figura na instituição militar. Já havia uma arma desenvolvida para suprir as deficiências que os generais viam ao seu redor. A idéia era simples, e, por 1970, já tinha vinte anos.

[Em conclusão:]

Crescente cinismo sobre as intenções soviéticas já haviam levado na década de 1970 a uma instância mais agressiva. Lembrando a oposição às arma químicas que havia ido levantada durante a década de 1960, e reconhecendo que qualquer nova geração precisaria estar baseada na Europa, o Pentágono omeçou as discussões com os britânicos. Embora a negociações iniciais com o governo Callaghan não levarem a nada, as discussões sobre a possível localização das armas químicas na Bretanha foram reabertas depois da eleição de 1979 que trouxe ao poder Margaret Thatcher. Pelo verão de 1980 o Secretário de Defesa britânico estava publicamente ruminando sobre o tamanho e o poder do arsenal químico soviético. Neste verão os britânicos realizaram uma série de encontros com suas contrapartes americanas que resultaram no apoio britânico ás propostas do Pentágono para começar a produção de uma nova geração de armas de gás. Por dezembro de 1980 o Secretário de Defesa britânico tinha finalmente sido convertido a causa do rearmamento químico. Até mesmo antes das alegações de T2, o clima havia mudado tanto que em 1980 o Pentágono não incluiu as propostas para uma nova fábrica para produção de gás binário em sua solicitação de verbas para o ano seguinte. Não havia necessidade. Quando a proposta de orçamento chegou ao congresso para aprovação, políticos mais ávidos endossaram uma sugestão para escrever nos planos do orçamento começar uma nova fábrica capaz de produzir 20.000 rodadas de escudos de agente gás binário nervoso de 150 mm. A cada mês. O inteiro debate em ambas as casa demorou menos de três horas.

Pelo tempo das alegações de T2 aparecerem até mesmo Richard Nixon, o homem que parecia ter detido a corrida das armas químicas em 1969, acreditava que seus esforços tinham sido em vão e que os russos haviam se rearmado enquanto os EUA permaneceram parados. Nos governos passados terem justificado a continuação da pesquisa de gás e germes apmtando para as armas que eles acreditavam que o inimigo possuía. O planos para o rearmamento químico no Ocidente já haviam avançado. A menos que negociações de desarmamento repentinamente mostrarem-se frutíferas, o clima presente de supeita pode fornecer o perfeito meio de cultura no qual criar uma nova geração de armas.

RELATÓRIO DE IRON MOUNTAIN

Em 1967, o Relatório de Iron Mountain Sobre a Posibilidade e a Desejabilidade da Paz foi publicado.

O relatório disse, em parte:

“Como temos indicado, a proeminência do conceito da guerra como a principal força organizadora na maioria das sociedades tem sido insuficientemente apreciada. Isto também é verdadeiro sobre seus efeitos extensivos através de muitas atividades não militares da sociedade. Estes efeitos são menos aparentes nas complexas sociedades industriais como a nossa do que nas culturas primitivas, as atividades da quais podem ser mais facilmente e completamente compreendidas.”

E também,

Um outro possível sub-rogado para o controle de potenciais inimigos da sociedade é a reintrodução, em alguma forma consistente com a tecnologia moderna e processos políticos, da escravidão. Até agora, isto tem sido sugerido somente na ficção, notavelmente nos trabalhos de Wells, Huxley, Orwell, e outros engajados na antecipação imaginativa da sociologia do futuro. Mas as fantasias projetadas em Brave New World e 1984 tem parecido cada vez menos implausíveis durante anos desde sua publicação. A tradicional associação da escravidão com antiga culturas pré industriais não deve nos cegar a sua adaptabilidade á formas avançadas de organização social, nem deve sua igualmente tradicional incompatibilidade com valores morais e econômicos ocidentais.

É inteiramente possível que o desenvolvimento de uma sofisticada forma de escravidão possa ser um pré requisito aboluto para o controle social de um mundo em paz. Como uma matéria prática, a conversão do código da disciplina militar em uma forma eufemizada de escravidão necesitaria surpreendentemente de pouca revisão, o primeiro passo lógico seria a adoção de alguma forma de serviço militar universal.

Do relatório de Iron Mountain,, sob o título de Ecológico,

Considerando as deficiências da guerra como um mecanismo de controle seletivo da população, pode parecer que prováveis substitutos para esta função devam ser comparativamente simples. Esquematicamente assim o ,é, mas o problema do momento certo para a transição a um novo instrumento de equilíbrio ecológico torna a possibilidade de substituição menos certa.

Deve ser lembrado que a limitação da guerra nessa função é inteiramente eugênica. A guerra não tem sido geneticamente progressiva. Mas como um sistema grosseiro de controle de população para preservar a espécie não pode razoavelmente penalizado. E, como tem sido ressaltado, a própria natureza da guerra está em transição.

As atuais tendências em guerra – o crescente bombardeio estratégico de civis e a maior importância militar agora anexada à destruição de fontes de suprimento [em oposição a puramente bases e pessoal militar] – fortemente sugerem que um melhoramento verdadeiramente qualitativo está se consolidando. Assumindo que o sistema de guerra deva continuar, é mais do que provável que a qualidade regressivamente seletiva da guerra terá sido revertida, na medida em que as vítimas se tornem mais geneticamente representativas de suas sociedades.

Não há questão senão uma exigência universal que a procriação seja limitada aos produtos de inseminação artificial que forneceriam um substituto completamente adequado de controle para níveis de população. Tal sistema reprodutivo, com certeza, teria adicionado a vantagem de ser mais suscetível ao direto gerenciamento eugênico. É previsível o desenvolvimento posterior – a concepção e crescimento embrionário ocorrendo inteiramente sob condições laboratoriais – estenderia esses controles a conclusão lógica. A função ecológica da guerra sob estas circunstâncias não apenas seria superada e substituída.

O indicado passo intermediário – total controle da concepção com uma variante da “pílula” via suprimentos de água ou certos alimentos essenciais, deslocamento por um “antídoto” controlado – já está em desenvolvimento. Pareceria não existir necessidade previsível de reverter qualquer uma das práticas fora de moda referidas na seção anterior [infanticídio etc] na medida em que isso possa ter sido se a posibilidade da transição á paz tinha se elevado duas gerações atrás. A questão real aqui, portanto, não diz respeito a viabilidade deste substituto da guerra, mas a problemas políticos envolvidos em realizar isso. Isso não pode ser estabelecido enquanto o sistema da guerra ainda esteja em vigor. A razão para isto é simples: o excesso de população é o material da guerra. Tão longe qualquer sociedade deva contemplar até mesmo a mais remota possibilidade de guerra, ela deve retr o máximo populacional suportável, até mesmo se assim o fazendo agrave criticamente a responsabilidade econômica.

Isto é um paroxismo, em vista do papel da guerra em reduzir o excesso de população, mas é prontamente compreendido. A guerra tem os controles gerais sobre o nível da população, mas também o interesse ecológico de qualquer sociedade isolada em manter sua hegemonia vis-a-vis outras sociedades. A analogia óbvia pode ser vista em uma economia de livre empreendimento. As práticas danosas a sociedade como um todo – competitivas e monopolistas – são cúmplices pelos motivos econômicos conflitantes dos interesses individuais do capital.

O precedente óbvio pode ser encontrado nas dificuldades políticas aparentemente irracionais que têm bloqueado a adoção universal de simples métodos de controle da natalidade. Nações em necessidade desesperada de elevar taxas desfavoráveis de produção versus consumo não obstante são indispostas na superada eficácia para apostarem suas possíveis exigências militares de mais de vinte anos para este propósito. O controle unilateral da população, como praticado no Japão antigo e em outras sociedades isoladas, está fora de questão nos dias de hoje.

Já que a solução eugênica não pode ser alcançada até a transição para um sistema de paz aconteça, porque não esperar? Deve-se qualificar a inclinação para concordar. Como notamos anteriormente, a real possibilidade de uma crise global sem precedentes de insuficiência já existe, a qual o sistema da guerra não será capaz de superar. Se isto deve vir a passar diante de uma transição concordada para a paz estar completa, o resultado pode ser irrevogavelmente desastroso. Claramente não há solução para este dilema; é um risco que devemos correr. Mas isso tende a sustentar a visão que se é tomada uma decisão para eliminar o sistema de guerra, será melhor que seja mais cedo do que mais tarde.

O CLUBE DE ROMA

O documento de 1972 intitulado “Os Limites ao Crescimento – Um Relatório para o Projeto do Clube de Roma sobre a Situação Difícil da Humanidade”, diz:

“Os problemas que U Thant menciona – corrida armamentista, deterioração do meio ambiente, explosão populacional e estagnação econômica – são frequentemente citados como os problemas centrais de longo prazo do homem moderno. Muitas pessoas acreditam que o curso futuro da sociedade humana, talvez mesmo até da sobrevivência da sociedade humana, depende da velocidade e eficácia com que o mundo responda a estes assuntos. E ainda que apenas uma pequena fração da população mundial esteja ativamente preocupada com a compreensão destes problemas ou buscar suja soluções”.

O relatório continua,

As seguintes conclusões tem emergido de nosso trabalho até aqui. Não somos de modo algum o primeiro grupo a afirmar isso. Durante várias décadas passadas, pessoas tem olhado para o mundo com uma perspectiva global e a longo prazo e tem chegado as mesmas conclusões. Não obstante, a vasta maioria dos fazedores de políticas parecem estar ativamente perseguindo metas que são inconsistentes com este resultado. Nossas conclusões são:

Se as atuais tendências de crescimento na população mundial, industrialização, poluição, produção de alimentos e depleção de recursos continuarem sem ser desafiadas, o limite de crescimento deste planeta era alcançado em walgum ponto dos próximos cem anos. O resultado mais provável será um declínio súbito e incontrolável da população e da capacidade industrial.

1 - É possível alterar estas tendências de crescimento e estabelecer uma condição de estabilidade ecológica e econômica que seja sustentável no futuro. O estado de equilíbrio global pode ser designado de forma que as necessidades básicas materiais de cada pessoa na Terra tenha uma oportunidade igual de realizar seu potencial humano individual.

2 - Se a pessoas do mundo decidirem esforçar-se para este segundo resultado em vez do primeiro, quanto mais cedo começarem a trabalhar para atingir isso, maiores serão as chances de sucesso.

Estas conclusões são de longo alcance e levantam tantas perguntas para estudo posterior que francamente estamos oprimidos pela enormidade do trabalho que deve ser feito. Esperamos que este livro servirá aos interesses de outras pessoas, em muitos campos de estudo e muitos países do mundo,para levantar espaço e estabelecer horizontes de suas preocupações e juntar-se a nós no entendemento e preparação de um período de grande transição – a transição para o crescimento do equilíbrio global.

O Relatório conclui com,

Como nós, os patrocinadores deste projeto, avaliamos o relatório?

Não podemos falar definitivamente por todos nossos colegas do Clube de Roma, porque há diferença de interesse, ênfase e julgamento entre eles. Mas, a despeito da natureza preliminar desse relatório, os limites de alguns de seus dados e a inerente complexidadedo sistema mundial que ele tenta descrever, estamos convencidos da importância de suas conclusões principais. Cremos que ele contém uma mensagem de muito mais profundo significado do que uma mera comparação de dimensões, uma mensagem relevante a todos os aspectos da atual situação difícil humana. Embora aqui possamos expressar apenas nossas opiniões preliminares, reconhecendo que elas ainda requerem uma grande dose de reflexão e ordenamento, estamos de acordo nos seguintes pontos:

1 - Estamos convencidos que a compreensão das restrições quantitativas do meio ambiente e da trágicas conequências de uma superação é essencial para a iniciação de novas formas de pensamento que levarão a uma revisão fundamental do comportamento humano e por implicação, do inteiro tecido da sociedade dos dias atuais. É somente agora que, tendo começado a entender algo das interações entre os crescimentos demográfico e o econômico e tendo alcançado níveis sem precedentes de ambos, o homem é forçado a levar em consideração as dimensões limitadas deste planeta e os “tetos” para sua prensença e atividade nele. Pela primeira vez, tem se tornado vital inquirir o custo do irrestrito crescimento material e considerar alternativas para sua continuação.

2 - Estamos convencidos que a pressão demográfica no mundo já tenha alcançado tais altos níveis, e sobretudo seja tão desigualmente distribuída, que isso por si só deva compelir a humanidade a buscar um estado de equilíbrio em nosso planeta. Áreas sub-populadas ainda existem; mas, coniderando o mundo como um todo, o ponto crítico no crescimento populacional está se aproximando, se já não foi alcançado. Com certeza não existe um claro ótimo, nível de população a longo prazo; muito mais, há uma série de equilíbrios entre níveis de população, padrões sociais e materiais, liberdade pessoal e outros elementos que compõem a qualidade de vida. Dado o estoque finito e em diminuição dos recursos não renováveis e o espaço finito de nosso globo, o princípio deve ser geralmente aceito que números crescentes de pessoas eventualmente implicam em um padrão de vida mais baixo e uma problemáticaq mais complexa. Por outro lado, nenhum valor humano fundamental estaria ameaçado por igualar o crescimento demográfico.

3 - Reconhecemos que o equilíbrio do mundo só pode se tornar uma realidade se muitos dos chamados países em desenvolvimento sejam substancialmente melhorados, em termos absoluto e relativo às nações economicamente desenvolvidas e afirmamos que este melhoramento pode ser alcançado apenas através de uma estratégia global. Com pouco esforço global, a lacunas explosivas e desigualdades já existentes continuarão a e tornar maiores. A conseqüência só pode ser desastre, seja devido ao egoísmo de países individuais que continuam a agor puramente em prol dos próprios interesses, ou de uma luta de poder entre as nações desenvolvidas e aquelas em desenvolvimento. O sistema mundial simplesmente não é suficientemente amplo nem generoso o bastante para acomodar por muito mais tempo tal comportamento egoísta e conflitivo de seus habitantes. Quanto mais perto chegamos dos limites materiais do planeta, mais difícil será abordar o problema.

4 - Afirmamos que o assunto global do desenvolvimento é, contudo tão estreitamente interligado a outros assuntos globais que uma estratégia completa deve ser envolvida para atacar todos problemas maiores, inclusive e em particular aqueles do relacionamento do homem com o meio ambiente. Com a população mundial dobrando em um pouco mais de trinta anos, a sociedade dificilmente conciliará as necessidades com as expectativas de tantas pessoas em tão curto período. Provavelmente tentaremos satisfazer estas demandas super explorando nosso meio ambiente natural e desta forma lesando a capacidade de sustententação da vida da Terra. Daí, em ambos os lados da equação homem-meio ambiente, a situação tenderá a piorar perigosamente. Não podemos esperar soluções tecnológicas que apenas nos retirem deste círculo vicioso. A estratégia para lidar com estes dois assuntos chave de desenvolvimento e meio ambiente deve ser concebida como um conjunto.

5 - Reconhecemos que a problemática complexa do mundo é em grande extensão composta por elementos que não podem ser expressos em termos mensuráveis. Não obstante, acreditamos que a abordagem predominantemente quantitativa utilizada neste relatório seja um instrumento indispensável para o entendimento da operação da problemática. Esperamos que tal conhecimento possa levar a maestria de seus elementos. Embora todos os maiores assuntos mundiais estejam fundamentalmente ligados, ainda não foi descoberto um método para lidar com o todo eficazmente. A abordagem que adotamos pode ser extremamente útil na reformulação de nosso pensamento sobre a inteira situação difícil humana. Isto nos permite definir os equilíbrios que devem existir dentro da sociedade humana e entre esta sociedade e seu habitat; perceber as conseqüências que podem derivar de quando tais equilíbrios são rompidos

6 - Unanimimente estamos convencidos que o redirecionamento rápido e radical da atual situação mundial presentemente desequilibrada e perigosamente deteriorada é a tarefa primária que a humanidade deva enfrentar. Nossa atual situação é tão complexa e é tanto o reflexo das atividades múltiplas do homem, contudo, nenhuma combinação de medidas e ferramentas puramente técnicas, legais ou econômicas pode trazer um melhoramento substancial. São necessárias abordagens inteiramente novas para rediercionar a sociedade em direção a metas de equilíbrio muito mais do que de crescimento. Uma tal reorganização envolve um esforço supremo de compreensão, imaginação e resolução moral e política. Acreditamos que este esforço seja possível e esperamos que esta publicação ajude a mobilizar forças para tornar isso possível.

7 - Este esforço supremo é um desafio para nossa geração. Ele não pode ser passado para a próxima. O esforço deve ser resolutamente assumido sem demora e o importante redirecionamento deve ser alcançado durante esta década. Embora o esforço possa inicialmente se focar nas implicações do crescimento, a totalidade da problemática do mundo tem que ser endereçada. Acreditamos no fato que a necessidade rapidamente tornará evidente para a inovação social encontrar e combinar o desafio técnico, para a reforma radical das instituições e processos políticos em todos os níveis, do mais alto, aquele da política mundial. Estamos confiantes que a nossa geração aceitará este deafio se compreendermos as consequências trágicas que a inação podem trazer.

8 - Não temos dúvida que se a humanidade embarcar em um novo curso, apropriadas medidas internacionais e planejamento a longo prazo serão necessários em uma escala e escopo sem precedentes. Um tal esforço pede o comportamento conjunto de todos os povos, eja qual for sua cultura, sistema econômico ou nível de desenvolvimento. Mas a maior responsabilidade deve ficar com as nações mais desenvolvidas não porque elas tenham mais visão ou humanidade, mas porque, tendo propagado a síndrome do crescimento, elas ainda estão na frente do progresso que sustenta isso. Na medida em que maiores insights sobre a condições e trabalho do sistema mundial são desenvolvidos, estas nações começarão a entender que, em um mundo que fundamentalmente precisa de estabilidade, seu mais alto platô de desenvolvimento só pode ser justificado ou tolerado se elas servem não como a plataforma de lançamento para alcançar áreasaté mesmo mais altas das quais organizar uma distribuição mais igual da riqueza e renda mundialmente.

9 - Inequivocamente sustentamos a contenção que uma pausa imposta às espirais de crescimento mundial econômico e demográficfo não deve nos levar ao congelamento do status quo do desenvolvimento econômico das nações mundiais. Se uma tal proposta fosse apresentada pelas nações ricas, seria tomada como um ato final de neocolonialismo. O alcance de um estado harmonioso de equilíbrio global econômico, social e ecológico deve ser uma ação conjunta baseada na convicção conjunta que beneficie a todos. A maior liderança será demandada dos países economicamente desenvolvidos, e o primeiro passo em direção a uma meta global será que eles encorajem uma desaceleração no crescimento de sua própria saída material e ao mesmo tempo, ajude as nações em desenvolvimento em seus esforços de avançarem mais rapidamente sua economias.

10. Finalmente afirmamos que qualquer tentativa deliberada de alcançar um estado racional e duradouro de equilíbrio através de medidas planejadas, muito mais que através do acaso ou da catástrofe, deve ser baseada em uma mudança básica de valores e metas a níveis individual, nacional e mundial. Talvez esta mudança já esteja no ar, embora fracamente perceptível. Mas nossa tradição, educação, atividades atuais e interesses farão a transformação trabalhosa e vagarosa. Somente a compreensão real da condição humana em seu ponto de virada na história pode fornecer motivação suficiente para as pessoas aceitarem sacrifícios individuais e as mudanças nas estruturas de poder econômico e político necessárias ao alcance de um estado de equilíbrio.

Com certeza permanece a questão se ou não a situação mundial está de fato tão séria quanto este livro e nossos comentários indicam.

Acreditamos firmemente que os avisos contidos neste livro sejam amplamente justificados e que a metas e ações de nossa atual civilização apenas podem agravar os problemas do futuro. Mas certamente feicaríamos felizes demais se nossas avaliações se provem sombrias demais.

Em qualquer evento, nossa postura é uma de preocupação muito grave, mas não de desespero. O relatório descreve uma altrenativa para o crescimento não avaliado e desastroso e avança alguns pensamentos sobre mudanças políticas que posam produzir um estado de equilíbrio estável para a humanidade. O relatório indica que isso possa estar dentro do nosso alcance para fornecer a populações razoavelmente grandes uma boa vida material mais oportunidades para um desenvolvimento ilimitado individual e social. Estamos em substancial acordo com esta opinião, embora sejamos realistas o bastante para não sermos levados por especulações puramente científicas ou éticas. O conceito de uma sociedade em um permanente estado de equilíbrio econômico e ecológico pode parecer fácil de atingir, embora a realidade seja tão distante de nossa experiência quanto o exige a revolução copernicaniana da mente. Traduzindo a idéia para a ação, portanto, é uma tarefa cheia de esmagadoras dificuldades e complexidades.

Podemos falar seriamente sobre onde iniciar apenas quando a mensagem dos Limites de Crescimento e seu sentido de extrema urgência sejam aceitos por um grande corpo de opinião científica, política e popular em muitos países. A transição em qualquer caso provavelmente será dolorosa e exigirá demandas extremas sobre a ingenuidade e determinação humanas. Como temos mencionado, apenas a convicção de que não há outra avenida para a sobrevivência pode liberar as forças moral, intelectual e criativa necessárias para iniciar esta tarefa humana sem precedentes.

Mas devemos sublinhar o desafio muito mais do que a dificuldade de mapear a estrada para uma sociedade estado estável. Acreditamos que um número inesperadamente grande de homens e mulheres de todas as idades e condições estará pronto para responder ao desafio e ávido para discutir não se mas que podemos criar este novo futuro.

O Clube de Roma planeja apoiar tal atividade de muitos modos. Uma pesquisa substancial já foi iniciada no MIT sobre dinâmica mundial e será continuada pelo MIT e outros estudos realizados na Europa, Canadá, América Latina, URSS e Japão.

E, já que a iluminaçãointelectual é sem efeito se não for também política, o Clube de Roma também encorajárá a criação de um fórum mundial onde estadistas, fazedores de política e cientistas possam discutir os perigos e esperanças para o futuro sistema global sem a restrições da negociação formal intergovernamental. O último pensamento que desejamos oferecer é que o homem deve explorar ele mesmo – suas metas e valores – na medida em que o mundo busca mudar. A dedicação a ambas tarefas deve ser infindável. O ponto crucial do assunto não é apenas se a espécie humana sobreviverá, mas até mesmo muito mais se ela pode sobreviver sem cair em um estado de existência inútil.

O Comitê Executivo do Clube de Roma:

Alexander King
Saburo Okita
Aurelio Peccei
Eduard Pestel
Hugo Thiemann
Carroll Wilson

PARTE 3