Tesouro no mar: a incrível descoberta de um cientista

Tesouro no mar: a incrível descoberta de um cientista

Você esta caminhando por uma praia paradisíaca e tropeça em um segredo guardado pelas profundezas do oceano, um tesouro raro e quase mágico. Foi exatamente isso que aconteceu em maio de 2023 com Antonio Fernández, um cientista da Universidade de Las Palmas, nas Ilhas Canárias. O palco dessa descoberta foi a isolada praia de Nogales, onde um cachalote encalhado revelou algo extraordinário em seu último ato: um pedaço de âmbar cinza de 21 libras avaliado em impressionantes US$ 544 mil.

Mas, calma aí. O que é, afinal, esse tal de âmbar cinza? E por que ele vale tanto?

Âmbar cinza: o tesouro escondido no oceano

Ambar achado

O âmbar cinza, também chamado poeticamente de "ouro flutuante" ou "tesouro do mar", é uma substância rara formada no sistema digestivo dos cachalotes. Apenas 1 em cada 100 desses gigantes do mar carrega essa preciosidade, que se forma quando eles se alimentam de cefalópodes – sim, aquelas lulas e polvos espertinhos que vemos nos documentários. Os bicos duros dessas criaturas não são digeridos e acabam interagindo com uma substância cerosa nos intestinos da baleia. Quando não são vomitados, esses restos podem, ao longo de anos, dar origem ao âmbar cinza.

Essa secreção peculiar tem um valor altíssimo, especialmente na indústria de perfumes de luxo, onde é usada como fixador. Afinal, quem não gostaria de um toque de exclusividade e mistério no perfume que usa?

Um achado milionário, mas mortal

O cenário não era tão glamouroso quanto o valor do achado sugere. Fernández, que também é diretor do instituto de saúde animal e segurança alimentar da universidade, estava investigando o cachalote para determinar a causa da morte. Foi então que encontrou o âmbar cinza no cólon do animal – uma "pedra" de 50 a 60 cm e 9,5 kg.

Curiosamente, o que para nós é um tesouro foi fatal para o cachalote. O professor revelou que o animal morreu de sepse, uma infecção generalizada causada pela presença do âmbar em seu corpo.

“Quando voltei para a praia com aquela peça nas mãos, as ondas ainda batiam no corpo da baleia, e as pessoas me olhavam curiosas, sem saber que eu segurava algo tão raro e valioso,” contou Fernández.

Um gesto nobre diante de uma tragédia

Fernández não ficou tentado a guardar o achado milionário para si. Ele declarou que planejava doar o âmbar cinza às autoridades locais de La Palma, para que fosse leiloado e ajudasse as vítimas da devastadora erupção vulcânica de 2021, que transformou vidas na região.

A história de Fernández ecoa a de um grupo de pescadores no Golfo de Áden, que, em 2021, encontraram um pedaço de âmbar cinza avaliado em impressionantes US$ 1,5 milhão. Com o lucro, eles mudaram de vida: compraram casas, barcos e carros.

Ambar baleia

Um comércio raro e polêmico

Embora o âmbar cinza seja uma preciosidade para muitos, seu comércio é rigorosamente regulamentado em países como Austrália e Estados Unidos. Essas restrições visam impedir a exploração de cachalotes, protegendo esses seres magníficos.

Curiosidade que vale milhões

O âmbar cinza é, literalmente, um presente do oceano. Ele nos lembra que o mar guarda mistérios que vão além da nossa compreensão, como um baú de tesouros que se abre para quem sabe observar. Histórias como a de Fernández despertam nossa imaginação, nos conectam à grandiosidade da natureza e, por um momento, nos fazem sonhar com a possibilidade de encontrar um pedaço do "ouro flutuante" na próxima caminhada pela praia.

E você? Já pensou no que pode estar escondido na próxima onda que chega à areia?