HISTÓRIA E CULTURA

Vamos Fazer Dinheiro !! - Parte 1

vamos_fd_1Um documentário de 2008, de altíssimo nível, essencial para se entender o mundo em que vivemos pela ótica financeira internacional. O Arquivo - O mais incrível documentário do ponto de vista explicativo...sobre a sujeira financeira, a total falta de escrúpulos, e compaixão que dominam o planeta por um único motivo, obtenção a QUALQUER custo DO LUCRO.  A maioria de nós não sabe onde está o nosso dinheiro. Só que existe uma coisa da qual podemos ter a certeza: O nosso dinheiro não esta no banco onde o colocamos para salvaguarda ou crescimento. O banco enviou-o para o mercado mundial do dinheiro. Não sabemos onde vive o devedor ou o que ele faz para pagar os juros. Isto nem sequer nos interessa porque seguimos a sirene de confiança dos bancos: Deixa o teu dinheiro trabalhar !

 

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Gana - África Ocidental: ouro é extraído !!  Balerna - Suiça: destino do ouro !! Distribuição: 3% para a África, 97% para o Ocidente.

 

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Singapura - Sudeste da Ásia. "Olá, o meu nome é Map Movious, sou presidente da empresa Template Emerging Markets. Nós gerimos a logística dos mercados de fundos emergentes a nível mundial. Atualmente gerimos mais de 50 bilhões de dólares em fundos de mercados emergentes. Muitas pessoas ja me chamaram de "guru dos investimentos", om"pai dos mercados emergentes", a "águia careca". Eu não me importo que me chamem disso, por mim tudo bem. Mas a realidade é que nós apenas estamos a investir, estamos a dar o nosso melhor para nos sair-mos bem pra os nossos investidores, Para aumentar-mos os títulos que temos na gerência  e os investimentos que vão beneficiar os nossos investidores.

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Estamos aqui em Singapura porque os impostos são muito baixos. Porquê? Porque o governo de Singapura quer atrair pessoas como nós, gerentes de dinheiro, gerentes de investimentos, para a cidade. Porque eles querem se transformar num Centro Financeiro Global. Assim, pagamos muito poucos impostos e, em outras situações, não pagamos impostos. E, é claro, os nossos empregados pagam impostos e nõs contratamos pessoas para trabalharem aqui, então, o Governo beneficia indiretamente das pessoas que trabalham aqui e que pagam impostos sobre os seus rendimentos individuais.

A Globalização tem uma conotação muito negativa, mas na verdade, ela provou ser muito positiva para todos os paises do mundo, porque diminuiu os custos totais dos bens e dos serviços. Se tiveres um mercado competitivo num ambiente global, diminui os custos para todos e mantém a inflação sob controle. Então, pensamos que esta tendência da globalização é, na generalidade, muito, muito boa. É claro que no nosso campo estamos agora investindo em mercados emergentes e estamos ajudando as pensões no Ocidente, nos paises desenvolvidos, porque estamos ganhando dinheiro nos mercados emergentes e movendo-o de volta para o Ocidente. É muito possível que o teu fundo de pensão esteja investido num dos nossos fundos porque os gerentes de pensões também querem ter uma diversidade de oportunidades no mundo."

Chennai - India. Um cenário de pobreza e miséria absolutas. "O que aprecio na Índia é que é uma democracia, com um sistema legal transparente. Se comprares um terreno, podes ter a certeza de que é teu. Ninguém poderá retirar de ti amanhã ao pedir mais impostos ou tentando confisca-lo por outras formas. Isto são os restos da Era Colonial. Esse sistema legal é muito importante para mim. É um critério muito importante num investimento. Estamos muito satisfeitos com ele. Meu nome é Mirko Kovats, sou austríaco. Construi um dos maiores grupos industriais da Austria dos últimos 10 anos. Aqui ninguém conta com o Estado. Tens que tomar conta de ti mesmo. EStou sempre pasmado ao ouvir as dicussões de lá sobre problemas que pensamos que temos. Eles estão sempre discutindo a forma de retirar as coisas das pessoas através dos impostos. Tudo isso não é válido aqui, a única coisa que é válida aqui é a economia."

"Meu nome é Sujatha Raaju. Completei os estudos de comércio na Universidade de Madras. Estamos aqui em Chennai, uma das maiores cidades da Índia, antigamente era conhecida por "Madras". Aqui vivem 8 milhóes de pessoas. 1/3 da população vive dessa forma, ou seja, vivem nas margens dos rios. Muitos deles vivem uma vida ainda mais pobre, vivem nos passeios."

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Mirko Kovats: "Na Europa, os estudantes interessam-se pela Sociologia. Toda a gente quer ser professor. Aqui estudam Engenharia. Pergunto-me a mim mesmo: Quem viverá aqui daqui a 10 ou 20 anos? Será que serão mais ricos? Será que serão mais pobres? Espero que não. As pessoas que financiam a companhia são - com sempre quando tens uma companhia cotada no mercado das ações- investidores de Londres. Inglaterra, que gerem dinhheiro. Os fundos de pensões e seguros. A fábrica ja é muito pequena. Estamos pensando em mudar e torna-la 4 vezes maior. A competição força-nos a tomar medidas, todas muito desagradáveis. Mas estamos sobre a pressão da Globalização. Temos que competir com pessoas que tem salários muito baixos, mas tem que ganhar para sobreviver. Claro, teremos que trabalhar durante mais horas. TEnho certeza que essas horas-extras não serão pagas. É bem simples, temos que trabalhar mais. Não temos escolha."

Na fábrica um soldador ganha em média 200 euros por mês. Custando para a empresa 25% a mais: 250 euros. Um engenheiro, cerca de 8 a 10 vezes mais. É muito mais baixo do que na Europa, mas ja não é considerado barato. Considerando o "boom" dos mercados da Índia, o aumento de preço não será apenas de 3 a 5% mas sim de 10 a 15% nos próximos anos. Isso significa que é preciso EFICIÊNCIA. Não se pode dar ao luxo de ser generosos, os custos vão aumentar. Houve investimento numa produção semi-automática, de forma a reduzir os custos ou para mante-los baixos.

Sujatha Raaju: "Os indianos pagam os seus impostos. Os impostos são cobrados pelo governo sob a forma de impostos de vendas, imposto sobre o rendimento, sobre a água, sobre a eletricidade, sobre a propriedade e muitos outros impostos, são cobrados pelo governo. Mas este rendimento é oferecido aos investidores estrangeiros sob a forma de subvenções e o governo tem falta de dinheiro para cuidar do bem estar das pessoas."

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Map Movious: "Eu acho que os investidores não devem ser responsabilizados pela ética ou pela poluição ou pelo que seja pela companhia na qual esta a investir. Isso não é o seu trabalho, o seu trabalho é investir e ganhar dinheiro para os seus clientes. Quando falamos de mercados emergentes estamos realmente falando de crescimento. Nós temos tudo a ver com o crescimento, foi porisso que entramos nos mercados emergentes. E aconteceu o que tinhamos esperado desde a 20 anos atrás, quando o IFC (Irwin Financial Corporation) começou a utilizar a expressão "mercados emergentes". Sabem, no passado não se chamavam assim, chamavam-se "paises sub-desenvolvidos", "os pobres", "o terceiro mundo", "o sul", etc. Depois alguém teve a brilhante idéia de os chamar de "mercados emergentes", isso soa bem melhor. E, sabem, de rápido crescimento e é exatamente isso que acontece."

Mirko Kovats: "Os padrões ambientais e sociais não mudaram durante muito tempo. Os custos para pagar estes padrões não podem ser pagos em paises como a Ìndia ou a China. Isto é a realidade, gostem ou não. A maioria das pessoas são pobres. E serão pobres por muito tempo. Tem que se manter competitivos a qualquer preço. Por isso, penso que, exceto pelas declarações suaves de boa vontade as coisas não mudaram muito nas próximas décadas porque as pessoas não conseguem pagá-lo."

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Sujatha Raaju: "Um crescimento econômico próspero não tem nada a ver com as pessoas ou com a sociedade. Crescimento econômico é apenas para os políticos, para os investidores e para o intermediário que joga entre eles. A 10 anos atrás, numa familia de classe média, se o rendimento da família fosse cerca de 10.000, poderiam poupar pelo menos 2000 ou 3000 rúpias. Nas esses dias acabaram. Atualmente, mesmo que ganhem 20.000, não conseguem poupar nem um centavo. Há muita cultura estrangeira na Índia e as pessoas estão se habituando com isso, e seguem todas as formas para imitar a cultura Ocidental. Mas a pobreza não foi erradicada, ainda existem pessoas pobres. Isto apenas pode ser erradicado se houver um bom sistema político na India."

Kalaiselvan: "Meu nome é Kalaiselvan. Estou no 7º ano de escolaridade, tenho 12 anos de idade. Vivo nos subúrbios de Gandhinagar desde que nasci. Quando for adulto, quero ser um advogado e quero lutar contra a corrupção."

Map Movious: "Havia um famoso ditado que dizia: A melhor época para comprar é quando ha sangue nas ruas. E eu adicionei a esse ditado: ...mesmo que seja o teu sangue. Porque quando normalmente existem Guerras, Revoluções, problemas políticos, problemas econômicos, os preços das ações descem. E aquelas pessoas que nasceram no fundo ganharam muito dinheiro."

PLANEJANDO COM MUITA ANTECEDÊNCIA

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"Meu nome é Gerhard Schwarz. Durante 14 anos, fui o editor-chefe da seção econômica do jornal "Neue Zurcher Xeitung". Também dou aulas na Universidade de Zurique, Suiça. Além disso, sou o Presidente da Sociedade "Friedrich August Hajek", na Alemanha. A Friedrich August von Hayek foi certamente o economista liberal mais importante do século 20. Nasceu na Austria e trabalhou na Inglaterra, América e Alemanha. Estamos num trem, a caminho de Vevey, no Lago Geneva, para o Monte Pélerin. Significa "Monte do Peregrino". É uma pequena aldeia com alguns grandes hotéis. Em 1947, alugns dos mais importantes pensadores da Europa e da América reuniram-se aqui para refletir sobre o futuro do Mundo Ocidental.

Chegamos ao hotel. A Sociedade do Monte Pélerin foi fundada nesse hotel, o "Hotel du Parc". O objetivo do fundador era organizar uma rede intelectual. Eles não quriam fazer políticas, mas queriam influenciar a política com suas idéias. A Sociedade do Monte Pélerin tornou-se famosa nos anos 80, com Ronald Reagan. Neste governo e na sua equipe de conselheiros, havia um grande número de membros da Sociedade do Monte Pélerin. Algumas vezes 20 ou mais membros. Mais ou menos a mesma altura Margaret Thatcher foi atraida pelas idéias do Hayek e pelas idéias dos membros britânicos da sociedade do Monte Pélerin."

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Londres - Grã Bretanha . John Christensen, economista de desenvolvimento: "A Cidade de Londres é o quarteirão financeiro de Londres. É onde esta a maior acumulação de bancos no mundo. E desde os anos 80, abriu-se para atrair os bancos de todos os continentes. Nos anos 70, o Governo Britânico, enfrentando uma crise na sua indústria fabril, resolvei fazer da "Cidade de Londres" o pre-eminente centro financeiro. E fizeram-no ao desregulamentarem drasticamente os controles sobre os bancos e sobre as grandes empresas financeiras que operavam aqui. Isto permitiu que os bancos pudessem emprestar crédito de uma forma mais relaxada. De uma forma geral, desregulamentou os serviços financeiros. O mais importante é que isto permitiu aos bancos moverem as suas operações para fora do pais para centros financeiros, tais como, Jersey, Guemsey, Isle of Man e ainda para as Caraibas, tais como, as Ilhas Caimã e as Ilhas Virgens Britânicas. O propósito disto era permitir que os bancos britânicos pudessem atrair capital de todas as partes do mundo para dentro da "Cidade" e dar acesso a "Cidade de Londres" ao capital barato.

O consenso de Washington data dos anos 70, quando o FMI e o Banco Mundial apoiaram-se neste projeto com 4 linhas de pensamento chave:

1) Desrebulamentar os mercados financeiros mundiais. Por outras palavras, permitir que o capital flua livremente entre os paises.

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2) Liberalizar os fluxos comerciais. Romper todas as barreiras comerciais que tinham sido cuidadosamente colocadas, durante muitas décadas, pelos paises em vias de desenvolvimento, para protegerem as suas próprias industrias.

3) Romper completamente os Estados, para reduzir a capacidade de intervenção dos Estados, por outras palavras, abater os impostos para que os Estados não pudessem intervir, para protegerem os seus cidadãos.

4) Requerer aos Estados que privatizassem as suas indústrias. Num pais isso foi feito de tal forma para se assegurarem que a medida que as empresas fossem privatizadas, fossem vendidas abaixo do seu valor real a investidores externos.

Essas são as 4 linahs de pressão política, que vem do FMI e do Banco Mundial, o que as pessoas chamam de Neo Liberalismo. "

PARTE 2