CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Os Vírus Stuxnet e "Flame" - Parte 2

Víruvirus-attack23443ys Stuxnet foi desenvolvido por EUA e Israel, diz jornal - 01/06/2012 - Os Estados Unidos e Israel foram os responsáveis pelo Stuxnet, um vírus de computador criado para causar danos físicos nas instalações nucleares iranianas. A afirmação está em uma reportagem do The New York Times desta sexta-feira. Segundo o jornal, o vírus foi distribuído por um pen drive. O presidente americano, Barack Obama, aumentou os ciberataques contra o programa nuclear iraniano, inclusive depois que o vírus Stuxnet foi difundido acidentalmente em 2010. A operação começou no governo do presidente George W. Bush com o nome de "Olympic Games" (Jogos Olímpicos) e é o primeiro ciberataque de que se tem conhecimento lançado contra outro país pelos Estados Unidos usando códigos falsos desenvolvidos por Israel, diz o NYT.

O jornal nova-iorquino destaca que a reportagem está baseada em 18 meses de entrevistas com altos funcionários e ex-autoridades americanas, europeias e israelenses, e adaptada do livro Confront and Conceal: Obama's Secret Wars and Surprising Use of American Power (Confrontar e esconder: as guerras secretas de Obama e o surpreendente uso do poder americano, em tradução livre), de David Sanger, que será publicado na próxima semana.

O ciberataque, destinado a impedir que o Irã fabrique armas nucleares e a dissuadir Israel de um ataque militar preventivo contra Teerã, semeou a confusão na usina nuclear iraniana de Natanz, segundo o NYT. Contudo, altos membros da administração consideraram suspendê-lo, depois que o Stuxnet - um complexo vírus desenvolvido em conjunto com Israel - "escapou" e começou a aparecer nos sistemas de vários países, afirma o jornal.

De qualquer maneira, Obama ordenou a continuação dos ataques e, uma semana depois do vazamento do Stuxnet, uma nova versão do vírus fez cair temporariamente 1 mil das 5 mil centrífugas nucleares com que o Irã contava naquele momento, segundo o jornal.

Os especialistas suspeitavam há tempos que o Stuxnet, projetado para atacar os sistemas de controle fabricados pela gigante alemã Siemens, era de origem americana e israelense, mas nenhum dos dois países tinha admitido participar da operação.

Um porta-voz do Pentágono, o capitão John Kirby, se negou a comentar em detalhes a matéria, mas disse que Obama e o secretário de Defesa, Leon Panetta, priorizam a capacidade cibernética. "Como dissemos reiteradamente - e o presidente e o secretário deixaram claro - o setor cibernético é um domínio que requer uma constante avaliação e uma constante consideração e em que precisamos melhorar o leque de capacidades que temos no ciberespaço", disse Kirby aos jornalistas.

O Ocidente acusa o Irã de buscar armas nucleares no âmbito de um programa civil, feito que Teerã nega, insistindo que seu programa tem objetivos exclusivamente pacíficos. A matéria do NYT foi publicada dias depois que especialistas do laboratório russo Kaspersky, uma importante empresa de software de antivírus, descobriu o Flame um sofisticado vírus, várias vezes maior que Stuxnet, que também parece ter como objetivo o Irã, entre outros países do Oriente Médio, incluindo Israel.


Estados Unidos e Israel são os responsáveis pelo vírus Flame

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20/06/2012 - Já era certo que um governo estaria por trás do Flame, considerado o malware mais complexo de sempre. O Washington Post cita oficiais norte-americanos para confirmar.

O Flame é o vírus mais complexo de sempre. O malware foi descoberto pela Kaspersky numa investigação aos computadores de empresas petrolíferas do Irão. O “Flame” consegue gravar conversas audio, monitorizar o tráfego, a recolha de imagens de ecrã ou vídeos, a gravação de conversas áudio ou o registo de acções no teclado, entretanto, o vírus começou a desativar-se, por ordem dos seus criadores.

Vários especialistas e empresas de segurança informática indicaram que só um poder estatal teria possibilidade de construir um vírus tão poderoso, dando logo a possibilidade de serem os Estados Unidos os principais interessados nas informações iranianas.

Hoje o Washington Post cita oficiais dos EUA próximas deste assunto. Segundo o site, o Flame terá sido criado em conjunto pela CIA e militares israelitas, com o objetivo de sabotar e atrasar o programa nuclear iraniano, para assim dar tempo às tentativas diplomáticas de negociação do poder nuclear do Irão.
Tendo em conta que a Kaspersky e a Symantec, afirmaram que existe código idêntico em ambos os malwares Flame e Stuxnet, o que significa que os criadores partilharam as informações, pode indicar que, também, o Stuxnet pdoe ter sido criado ou pelos Estados Unidos, pelos israelistas, ou ambos.

Oficialmente, ambos os países já negaram qualquer envolvimento no Flame.


Vírus Flame : nova etapa na ciber-guerra ?

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Todos os peritos concordam sobra a influência de um Estado por atrás deste software de espionagem ultra sofisticado, mas atenuam a importância de um vírus ainda circunscrito.

Dois anos depois do perigoso vírus Stuxnet que visava paralisar as centrais nucleares iranianas, eis que aparece Flame (ou Flamer). Um vírus ultra sofisticado e difícil a detectar concebido como uma super caixa de ferramentas para ciber espiões. Depois de infectar o computador, o software pode roubar qualquer documento ou e-mail, listas de contatos, fazer copias de tela, gravar as senhas digitadas, até mesmo gravar conversas que acontecem ao lado do computador via o microfone ou a webcam.

Um vírus « utilizado como ciber-arma para atacar entidades em diversos paíse », explica a empresa de segurança informática Kaspersky, que descobriu Flame. "O objetivo principal é realmente o roubo de informações em absoluto », declara Heslault, perito em ciber-criminalidade da sociedade americana.

As informações roubadas são transmitidas para uma rede de servidores espalhados através do mundo. No total, cerca de 1.000 máquinas foram infectadas. São computadores situados na Cisjordânia, no Irã, no Líbano, na Síria, no Sudão, na Arábia Saudita, no Egito, nos Estados Unidos. Na Hungria, na Áustria, na Rússia e em Hong-Kong. « A infecção se mostra bastante direcionada e toca mais computadores profissionais, em bancos por exemplo, que computadores pessoais, ressalta Laurent Heslault.

Flame : "uma implicação estatal »

De acordo com Kaspersky, Flame circula desde março de 2010. Estes ataques ultra direcionados, a grande complexidade do código criptografado, a extrema discrição de um vírus que pesa 20MB (contra uma média de 30kb), reavivam os temores de uma guerra cibernética. "O risco de uma ciber-guerra é uma das ameaças mais graves no campo da segurança do computador ha vários anos", alertou Eugene Kaspersky, co-fundador e CEO da Kaspersky.

Um discurso alarmante contra um vírus, do qual pouco se sabe. Mas, "Não se entreguem ao marketing do medo", Lawrence sombra Heslault. "Temos que relativizar a importância do Flame, que reúne várias tecnologias conhecidas. Flame não é mais do que uma ferramenta de espionagem que já infectou pelo menos de 1.000 computadores em todo o mundo, contra 60.000 no caso do vírus Stuxnet", disse o especialista Symantec. Os vestígios deixados por este novo vírus, no entanto, são pensados em relação ao "envolvimento do Estado", admite ele.

Stuxnet é um vírus informático, descoberto em 2010, capaz de infectar e se replicar em todos os sistemas Windows, mas cujo único propósito foi o de perturbar o poder iraniano.
De acordo com várias fontes mídias, Flame foi usado para atacar o Ministério iraniano do Petróleo e do principal terminal de petróleo do país. Desde esses dois últimos anos, o país é alvo de ataques a computadores que o regime de Teerã atribui aos Estados Unidos e a Israel.

Se já está mais ou menos determinado que a inteligência dos EUA e Israel criaram Stuxnet, nada é certo ainda em relação ao Flame. O governo israelense, no entanto, justificou a utilização de tais vírus para "parar [...] a ameaça iraniana", disse o ministro de Assuntos Estratégicos, Moshe Yaalon. "Nós desenvolvemos o nosso poder de dissuasão", disse o Primeiro Ministro Benjamin Netanyahu.
Flame, ciber guerrilha muito mais que ciber-guerra.


Na espera de saber mais, diante do Flame, a ideia de uma nova etapa na ciber-guerra é rejeitada, estima Nicolas Arpagian, coordenador de ensino no INHESJ e autor da "ciber-segurança". Trata-se aqui, mais de uma ciber-guerrilha, de um ciber-combate de rua, onde todos os golpes são permitidos."

O perito ressalta ainda que com o Flame, "a influência de um ou mais Estados é evidente, mas uma tal ferramenta poderia também ser utilizada para a espionagem industrial".

Os estados ocidentais sobretudo se interessam desde já muito tempo no desenvolvimento de ciber-armas. Trinta países, como a França, teriam unidades de ciber-guerra. A Agência americana de Segurança, a NSA, previu gastar 30 miliares de dólares nos cinco próximos anos para o seu programa de ciber-defesa. Os Americanos estão, com efeito, bem inquietos pela vulnerabilidade de sua rede elétrica que funciona com fraco custo graças à internet. Tanto que "infiltrações », de ameaças de futuras sabotagem, foram detectadas, a China seria o suspeito.

Os estados Unidos, mas também Israel, o Japão ou a Alemanha, reconheceram também que pensam na criação de armas ofensiva. "Em todos os países desenvolvidos, atualmente em guerra ou não, são desenvolvidas ciber-armas para atacar outros estados », afirma Nicolas Arpagian.

PARTE 3